Tenho lido bons textos sobre o igualmente bom filme "Precisamos falar sobre o Kevin", se precisasse recomendar um, seria o de Paulo Roberto Pires, da Revista Bravo (edição de Fevereiro).
O filme conta a história de uma família, mais precisamente da mãe de um filho que comete um ato bárbaro em sua escola. O filme, bem construído pela sua diretora Lynne Ramsay, nos leva para o interior de uma problemática desconcertante e nada, nada simples. De um lado, uma mãe (a maravilhosa Tilda Swinton) sem identificação com seu filho e sem conseguir chegar perto da figura materna idealizada; de outro um filho (representado por três ótimos atores) perspicaz do desamor, porém incapaz de superar ou tentar uma alternativa mais feliz.
Uma linha interrompida entre mãe e filho, onde gritam a falta de empatia e de afeto, que marcarão para sempre essa dupla. A mãe, culpada e massacrada; o filho, congelado.
Falou-se muito do iraniano “A Separação”, que é muito interessante, mas quem me pegou de jeito foi “Precisamos falar sobre Kevin”.