segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Cartas



O mês de setembro está quase terminando e a principal matéria da revista Cult desse mês ainda não foi lida por mim. A reportagem é sobre um livro recém-publicado na Alemanha, que traz cartas trocadas entre Freud e sua futura esposa, na época, Martha.
Nessa matéria, há quatro cartas e é esse o empecilho.
Sempre fui desconfiada com essas coisas. Livros que trazem cartas, mensagens íntimas, privadas e que tempos depois, quando os personagens dessas correspondências não estão mais aqui, ganham vitrines, estantes, passando a ser públicos, completamente públicos.
Eu sei, talvez muitos desses personagens tenham autorizado tal publicação. Isso é um detalhe importante, porém não impede meu sentimento de invasão, de estar em um espaço que não é meu de fato.
Biografias nem sempre me dão essa impressão, geralmente lido sem conflitos. Mas a troca de cartas me enche de pontos de interrogação. Afinal, aquelas correspondências existiram para um fim e agora acontece uma reciclagem, curiosa, claro, conhecemos facetas outras desses remetentes e destinatários, mas essa entrada na intimidade sem licença me faz pensar.

sábado, 24 de setembro de 2011

Feliz Aniversário!!




O blog está de aniversário hoje! Dois anos de existência!!
Obrigada pela companhia!!!
Beijos!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Primavera



Pelotas, onde moro, é conhecida como uma cidade úmida. Não sofro com sangramento no nariz e demais consequências da falta de umidade no ar. Sofro com o mofo, não em mim, claro, mas na minha casa e no meu local de trabalho.
Não é incomum eu tirar um sapato de salto fino usado de vez em quando (porque depois dos trinta ele já não é um confortável parceiro) e estar mofado!
Fico imaginando como seria perfeito se cientistas inventarem um desumidificador prático e eficiente, embutido nas paredes, dentro dos armários, que não gastasse energia e fossem seguros. Já pensou que maravilha? (pessoal, do clima seco: um umidificador seria a ideia para vocês!)
O que a umidade faz com os cabelos, vocês sabem... haja dedicação (quando há tempo e desejo) para deixar as madeixas menos rebeldes. E secar roupas, toalhas, lençóis? Um grande desafio! A máquina de secar, quando há dinheiro no bolso para arcar com a conta da luz, ganha destaque. Sem ela, tudo fica mais difícil.
Quando morei na Inglaterra fui preparada para encarar uma versão europeia de Pelotas. Conhecemos a fama de Londres. Só que não fomos morar lá e..surpresa!, nossa cidade tinha um clima seco, se era oficialmente seco, não tenho certeza, mas que não tinha essa umidade daqui, não tinha mesmo.
Tempos depois soube por uma professora lá da universidade, que a água da cidade era ótima para os cabelos! Mas não era esse somente o efeito que percebia sobre a não umidade. As roupas secavam numa boa e, claro, no frio, os aquecedores fazem seu papel com maestria e ainda com o brinde de custar muito pouco!
Voltando à umidade...nem um extremo nem outro. O ideal mesmo é um clima primavera, que chega nessa próxima sexta. Meio quente, meio fresquinho, dependendo da hora. Paisagens verdes e coloridas, com céu azul. Um cenário tão lindo, que as sequelas do excesso ou da falta de umidade saem do nosso foco.

sábado, 17 de setembro de 2011

Abuso de Poder

Assisti ontem três vezes, em três telejornais a cena de violência contra um jovem cliente de um estabelecimento da noite, em Porto Alegre. A cena mostra seguranças do local dando socos e pontapés no jovem, com a “trilha sonora” da voz de uma segurança dizendo “derruba, derruba”. No chão, o cliente recebia a agressão de dois seguranças homens e da segurança mulher, completamente imobilizado, conseguindo proteger seu rosto.
Fiquei completamente chocada porque a violência não terminou ali. Quando o repórter e o cinegrafista da RBS foram descobertos pelos seguranças, um deles ainda tentou intimidar o repórter.
Cenas chocantes e patéticas. Até onde podem chegar os maus atos?
A RBS entrou em contato com o advogado do estabelecimento, que mostrou discordância com a ação dos seguranças, vinculados a uma empresa de segurança terceirizada. Não houve qualquer manifestação dos seguranças e sua chefia, após a reportagem ir ao ar.
O abuso de poder causa grande impacto. Nesse momento, sinceramente, não encontro palavras à altura das imagens. Os jovens (foram dois clientes agredidos) fizeram um boletim de ocorrência. Eles não foram espancados até quase a morte, porém isso não atenua a ação desses criminosos vestidos de segurança.
Mesmo que os rapazes agredidos supostamente tenham se comportado mal na festa e por isso, expulsos, não há justificativa para a violência. Nenhuma.
Quero ter esperanças que as pessoas envolvidas sejam justamente punidas. Será?

Para saber mais:


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Trocas Inadequadas



Tenho percebido algo que talvez já tenha comentado aqui. Os adultos estão cada vez mais infantis e as crianças “pseudoadultas”. Há uma confusão entre gerações. Já perceberam?
Lógico que estou generalizando. Há crianças e adultos em seus devidos lugares. Ainda bem. Todavia chama a nossa atenção a mistura em que não sabemos mais quem é quem.
O irônico disso é que os envolvidos não se dão conta ou se dão, porém enfeitam a situação, tentam disfarçar. Os adultos se acham mais compreensivos por estarem mais “gugu-dadá” enquanto as crianças são vistas como “maduras”. Nada disso!
Verdade que as crianças estão cada vez mais competentes em suas habilidades, mas não podemos confundir tudo. Criança é criança e adulto é adulto. Cada um no seu papel é fundamental para mantermos os relacionamentos saudáveis.
Houve uma época em que alguns filmes tinham como roteiro histórias de adultos (pais) e crianças (filhos) que trocavam de papel e eram engraçados, mas na vida real histórias como essas estão longe da comédia e perto do terror.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Política

dinhocaricaturas.blogspot.com


Um dos problemas da política é que pouco sabemos dela. Nós, eleitores, julgamos candidatos e seus planos de governo de um jeito bastante leigo, digamos assim, porque afinal não somos especialistas da área.
Dessa maneira, muitas vezes não conseguimos compreender articulações políticas porque as julgamos equivocadamente. Por exemplo, para existir espaço para governabilidade algumas alianças são fundamentais, ceder em algumas coisas para conquistar outras, mesmo que a nossos olhos parece um tanto estranho.
Com isso não estou aqui defendendo uma liberdade sem responsabilidade, em que vale tudo, não. Não! Só estou comentando o fato de que pouco entendemos de política, do funcionamento dela.
Lembro-me do seriado de sucesso, de muitos anos trás, “The West Wing”, cuja história acontece nos bastidores da Casa Branca. Assistindo a série percebemos o quão complexo é governar e o quanto nem sempre fica claro para os cidadãos (e eleitores) o que deve ser feito.
O que nos incomoda na política, fora a corrupção e tantas coisas mais, é a promessa, a expectativa que o/a candidato/a planta em nós nas vésperas das eleições, que várias vezes não se materializa no período de governo.
Isso faz parte do jogo. O discurso político exige que a pessoa que queira ocupar um cargo público, como vereador, prefeito, deputado estadual, federal, senador, governador e presidente, fale do que ela idealiza, do que julga como certo a ser feito. Se efetivamente será feito vai ser visto depois.
Mesmo que nos programas de governo e nos debates se discuta a verba para realizar os planos, nós sabemos que é somente depois da posse que tudo será colocado a pratos limpos.
Às vezes falta vontade política, às vezes falta competência, às vezes faltam verbas, às vezes as coisas dão certo. Não existem branco e preto no jogo político. Precisamos estar atentos e analisar o que é possível, o que está sendo feito, o que não e o que é “conversa de oposição”.
O que me impulsionou a escrever este texto é que estou aprovando o governo Dilma. Mesmo que tenham tido ministros investigados e perdendo cargos, discutíveis ações do Ministro da Educação, aumento da inflação, para citar alguns dos problemas que ocorreram nesses primeiros meses de governo.
Não votei na presidente. Mas estou gostando de seu jeito discreto, sem nada de “carnavalesco”. Creio que ela tem uma visão da corrupção muito mais acertada que seu antecessor. E mesmo que não concorde com todos os seus pontos de vista, poderia dizer que dentro do possível, acredito que ela possa continuar fazendo um bom governo.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Independência ou Morte



Hoje é o Dia da Independência do Brasil, aprendemos isso na escola e é uma data muito importante para o país. O brado de D. Pedro I está na nossa história e no nosso hino.
Podemos pensar não somente em nosso país hoje, mas em nossos gritos. Quantas “Independência ou Morte” dissemos em momentos ímpares? Quantas vezes essa frase quando verbalizada ou ouvida pode provocar mudanças em nossas vidas?
Quantas mortes (não falo em sentido literal, claro) permitimos em nós para evitar desacomodações difíceis de lidar? Ou quantas mortes evitamos, e aí está o sentido da independência, quando decidimos que realizaremos nossos desejos apesar de tudo?
Há momentos que estamos à beira do Ipiranga, para seguir na linha do Sete de Setembro. Que precisamos ser fieis às nossas convicções, custe o que custar. Mesmo quando o que nos cerca parecer falar outra língua, seguimos com nosso jeito e muitas vezes, provavelmente quase sempre, isso nos faz bem, seja no processo seja ao final dele.
O ultimato dessa frase pode significar o nosso limite em testar possibilidades. Esse grito é dado, geralmente, por nós para nós mesmos. É quando você sabe e sente o que deve ser feito, quando se dá conta que é esse o seu próprio caminho. Que mesmo com dificuldades e facilidades, ele é seu.
D. Pedro gritou para o Brasil. Nós gritamos para seguirmos vivos e autores de nossas próprias escolhas.

domingo, 4 de setembro de 2011

Domingo



O domingo é mal falado, criticado e serve como símbolo para nosso tédio ou nossas inquietações. Nem sempre é domingo inteiro. Algumas pessoas falam que não gostam é do domingo à tardinha ou à noite.
Seja porque a semana vai começar e isso significa que o descanso maior termina, seja porque muitos programas de domingo não são tão interessantes, seja porque no domingo a maior parte do comércio está fechada e por isso, o movimento das ruas cai, seja porque o domingo vem antes da segunda, dia que é campeão de xingamentos, de brincadeira, digamos assim. O que sabemos é que o domingo está longe da unanimidade.
Quando pensamos que o domingo é feito por nós, isso dá uma oportunidade de sermos mais criativos e quem sabe, mudarmos nossa postura frente a ele. Não existe um significado simples para esse dia da semana, somos nós que damos sentido a ele. Negativo ou positivo, somos nós que damos as cartas.
Isso muda alguma coisa? Com certeza, porque nos damos conta de que culpamos o domingo por algo que é nossa responsabilidade e que por isso mesmo podemos alterar. Domingo ruim ou domingo bom acaba sendo uma escolha nossa. Se esse dia constuma ter a cor cinza sem graça podemos, aos poucos, aprender que é possível o domingo ser mais colorido.