sábado, 30 de abril de 2011

Ernesto Sabato



Morreu o escritor argentino Ernesto Sabato, aos 99 anos. Se quiseres conhecer o humano, não há nada melhor que bons livros. A literatura é fundamental para se conhecer as gentes, as relações humanas, o íntimo, o que está dentro de cada um de nós.
Um bom escritor, como Sabato, traduz em suas palavras os comportamentos, o mundo, nós. Na leitura destas traduções nos compreendemos melhor, enxergamos melhor o que passa em nossa volta e podemos trilhar novos caminhos.
Literatura é saúde para nossas emoções e nossa alma.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Desarmamento, de novo?

Charge do cartunista Iotti, Zero Hora Abril 2011


Após a tragédia da escola carioca, alguns formadores de opinião ressuscitaram a polêmica do desarmamento, isto é, que tirar as armas legalizadas das ruas seria a solução para que catástrofes como a de Realengo não se repitam.
Não entendi. Sinceramente, não compreendi a lógica. Houve um plebiscito em 2005, você lembra? Decidiu-se que o cidadão que tivesse interesse em ter uma arma, tiraria a licença e tudo ok.
Agora querem fazer isso de novo? Colocar o povo para votar em algo já votado há poucos anos, além disso, gastos e gastos para o que já foi decidido? Não entendo.
Não tenho qualquer familiaridade com armas, deixo claro, só acho uma ideia estapafúrdia levantar tal questão. Afinal, os bandidos continuarão a ter armas, rapazes transtornados, como o assassino do Realengo, continuarão comprando armas no mercado negro, então para quê toda essa função com o desarmamento?
Pergunto-me se não seria mais sensato e mais inteligente combater de forma séria, de verdade, o tráfico de armas e as vendas ilegais. Isso não parece mais racional?
Creio que nossos políticos poderiam ser mais competentes em suas ideias e encarar que o desafio é grande mesmo. É muito fácil bater nas casas dos cidadãos que pagam seus impostos e tirar suas licenças, suas armas que visam à defesa (eu sei, às vezes isso pode acabar mal, mas a princípio é só para defesa). Difícil mesmo é ir atrás dos criminosos e dos “grandes” envolvidos nas armas ilegais, isso sim seria muito corajoso. E coragem não se encontra facilmente.

sábado, 16 de abril de 2011

Pizza com Batatas Fritas



A criatividade gastronômica me emociona. Seja para reciclar alimentos que iriam fora, seja para unir pratos antes nunca imaginados.
Nessa semana que terminou, na qual eu deveria manter uma dieta, me deparei com um prato inusitado, pelo menos para mim: pizza com batatas fritas.
Experimentei pela curiosidade mesmo e aprovei. Uma delícia! Na verdade a pizza é de filé com fritas. Tudo muito gostoso.
Claro que nem pensei e continuo sem considerar as supercalorias do prato, afinal foi para experimentar mesmo. Jamais virar hábito, mesmo tendo conquistado nota 10.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Roncadores no ônibus

Quase sempre respeito os roncadores, não deve ser fácil saber que seu sono perturba quem está ao lado. Eu só perco o respeito por eles em uma situação: no ônibus. Mais uma vez digo que tento compreender, me colocar no lugar, porém nada me faz ter compaixão por quem sabe que incomodará os 40 passageiros do veículo e não se importa, se entrega ao momento reparador, “os outros que se virem”, talvez pense.
Não tenho dúvidas que posso estar sendo injusta, que a pobre criatura enfrentou um dia-cão e que não consegue manter os olhos abertos, todavia minha larga experiência pelas rodovias me faz pensar que geralmente não é assim.
Conheço uma pessoa que ronca bastante, muito mesmo, bem forte. Quando ela precisa encarar três ou cinco horas de viagem, segue firme, sem se entregar ao Morfeu, justamente porque ela não acha legal atrapalhar o sono dos silenciosos com o seu sono barulhento. Complicado, sem dúvidas, mas é assim viver no coletivo.
Vejo muitos roncadores que nem tentam modificar seu som. Não tem qualquer interesse em procurar ajuda, afinal, talvez pensem, “não me incomodo com meu ronco”! E os outros?
Apesar de minhas críticas, saibam que sou solidária com aqueles que não tiveram bons resultados em tratamentos, que se sentem constrangidos e não gostariam de incomodar os colegas de bus. Agora, àqueles que não estão nem aí, que acordam e saem do ônibus como se não tivessem atrapalhado os pobres coitados, como eu, que também mereciam horas de descanso, esses não perdoo mesmo...

Obs: uso meu iPod como posso para me proteger, mas dependendo da localização do roncador ou o número deles, não há como, o ronco entre uma música e outra vem, e assusta.

sábado, 9 de abril de 2011

Dor que não encontra palavras

Os vasos de flores: um para cada criança morta
Foto: Aline Custódio


O que aconteceu na manhã de quinta-feira, na escola em Realengo, no Rio é algo que a língua não abarca. Não há palavras que consigam traduzir de forma fiel essa dor. Dor em diferentes gradações. A minha é completamente diferente da dor dos familiares de Luiza, Karine, Larissa, Rafael, Samira, Mariana, Ana Carolina, Bianca, Géssica, Laryssa, Milena e Igor, que foram assassinados na Escola Municipal Tasso da Silveira. Assim como das famílias dos dez feridos e dos demais alunos que viveram tal trauma. Mas igualmente sofremos, ficamos tristes e chocados.
Crianças inocentes, em salas de aula foram baleadas, feridas ou assassinadas. As que nada sofreram fisicamente tiveram seu psiquismo atingido.
O tempo será um aliado para curar feridas e dar um sentido para todo esse sofrimento. Tarefa difícil, porém possível.
O que falar nesta hora? Como disse, a língua portuguesa e qualquer outra não possuem em seus vocabulários palavras capazes de expressar tamanho impacto. 

sábado, 2 de abril de 2011

Jornais

Tatyana Ogryzko 123RF



Nossos vizinhos são donos de uma pet shop e nos pediram os jornais antigos que seriam utilizados na loja. Então de dois em dois dias colocamos uma sacola cheia de papel em frente da casa ao lado.
Folhas de jornais de hoje servirão amanhã para embalar peixe, para diminuir umidade do chão, enfim reciclar tais folhas, dar a elas um novo sentido.
Compramos jornais para lê-los. Após tal leitura eles podem servir para muitas coisas. Podem ir simplesmente para o lixo e torcer que tenham utilidade para as mãos que o encontrarem. Podem ter funções como citadas antes. Ou podem ser deixados em algum lugar para outros lerem.
Isso me faz lembrar um episódio quando morava na Inglaterra. Estava em um pub, final da tarde. Entrou um senhor de uns 70 anos, vestido de forma clássica: camisa, calça e paletó. Tinha nas mãos um jornal. Pediu uma pint, leu seu jornal com calma e saboreou a deliciosa cerveja inglesa. Levantou, se dirigiu à porta e saiu. O jornal ficou.
Em vários outros momentos testemunhei cenas semelhantes, na Inglaterra. Pessoas liam os jornais no metrô e o deixavam nos bancos. Um ato prático e também generoso. Afinal, a função principal dos jornais é dar informação pela leitura, você já leu, pronto, oferece ao outro essa possibilidade.
Tendo como segundo uso numa loja para animais, para sua casa mesmo ou para alguém mais ler, não importa. O fato é que desde que jornal é jornal ele pode ultrapassar sua função básica.