terça-feira, 30 de novembro de 2010

Impunidade

Eduardo Sánchez 123RF


Sabem aquela cena que passou mais de uma vez nos canais de televisão que mostra dezenas de traficantes fugindo da Vila Cruzeiro para o Complexo do Alemão? Pois então, nestes últimos dias ouvi várias pessoas favoráveis ao assassinato daqueles bandidos.
Tais pessoas comentavam “Por que a polícia não atirou?” Dependendo da falante e do contexto me coloquei contra, tentei uma discussão. Amigável, claro. Não me choquei com tal postura, ela é compreensível.
Acabamos enfrentando centenas de casos de impunidade, assim, muitos de nós já não toleram mais, não acreditam mais no sistema judiciário e nas equipes de segurança dos governos. Passam a crer que a morte seria a única solução eficiente.
Daí a importância do sucesso nessa operação das polícias no Rio e da sequência do processo: mais investigação, julgamento, prisão etc.
Houve mudança no comportamento da população carioca com os policiais, dizem. É um motivo para ficarmos felizes, claro. Necessitamos voltar a acreditar no Estado e na Lei.
Sem eles somos reféns da barbárie.


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Cólera


Olga Drozdova 123RF


Na manhã de sábado li o texto de Moacyr Scliar, publicado em Zero Hora, acerca do cólera. Atualmente quando se fala em cólera logo pensamos no Haiti.
O Haiti é um país que sofre há muito tempo com calamidades sociais, em janeiro deste ano um terremoto de escala destruidora, seguido de um conjunto de tremores de intensidade menor, fez de Porto Príncipe, uma capital em ruínas.
O que parecia não poder piorar, afinal já era um país pobre, atingido por uma tragédia da natureza que matou 300 mil pessoas, piorou.
 Uma epidemia de cólera assola parte do país, as autoridades tentam evitar que alcance a capital, com mais de um milhão de habitantes.
O cólera como bem aponta Sclyar é uma doença bastante antiga. Ela é causada por uma bactéria que se multiplica rapidamente no intestino, a toxina que resulta desta operação causa no paciente diarréias frequentes.
Por causa da desidratação rápida pode causar a morte, como já ocorreu no Haiti nesta epidemia. Mais de duzentos haitianos sucumbiram ao vibrião colérico.
Para citar o médico e escritor gaúcho mais uma vez, é uma vergonha que ainda exista a possibilidade, em pleno século XXI, de uma epidemia de cólera, porém existe. Nossas tecnologias parecem nos colocar no mundo dos Jetsons, porém muitas das condições de saúde de vários lugares do Brasil e do mundo está muito mais próximo dos Flinstones.

domingo, 28 de novembro de 2010

Boa Fé

Natalia Gesto 123RF


 Não podemos deixar de ter boa fé nessa vida, mas precisamos ficar de olho. Foi essa conclusão que cheguei após conversar com meu marido a respeito de uma chateação que tive.
Quando temos boa fé tendemos a estar muito abertos a abraçar projetos, aceitar demandas, participar de atividades, tendemos, enfim, a confiar nas pessoas que convivemos.
Confiar é bom, porém o pezinho atrás é imprescindível porque, infelizmente, nem todos têm a tal da boa fé. E aqueles que não a tem, fazem a festa quando se deparam com pessoas, como eu e você, que creem na palavra alheia.
O que não podemos permitir é que nossa boa fé seja esmagada pela decepção, daí a necessidade de estarmos mais atentos porque nem todos são como somos. Em vários momentos, as diferenças se somam, se complementam, enriquecem, todavia há aquelas diferenças que machucam, que ferem, que desrespeitam, e são essas que precisamos detectar antes de nos sentirmos enganados.


sábado, 27 de novembro de 2010

Rio 40º

Ônibus queimado por traficantes na bairo de Maria da Graça, Rio de Janeiro – 26/11/2010
Foto: Marcelo Sayão



Na última quinta-feira, Luiz Eduardo Soares, em seu blog, escreveu um texto bastante interessante para compreender melhor o que ocorreu nesta última semana na zona norte do Rio de Janeiro.
Comparando a violência do tráfico com um corpo doente em um hospital, fica claro o quanto precisamos ficar ligados não somente nas ações policiais, midiáticas e civis durante a crise, como foram esses últimos dias, mas também no que vai ser feito depois.
Quando um paciente, por exemplo, entra em um pronto-socorro com infarto, não há tempo para pensar em como os cardiologistas estão sendo formados, na falta dos equipamentos necessários, nos salários pagos aos médicos com atraso. Não há espaço para tais reflexões.
O paciente precisa do atendimento rápido e eficaz. Foi isso que a segurança do Rio de Janeiro fez. Assumiu um território até então dominado pelos traficantes expulsos das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), tentou ao máximo controlar os ataques de terror e assegurar o bem-estar da população civil carioca.
Mesmo sem ser especialista na área, arrisco a dizer que o maior desafio vem a seguir, quando a atenção ao fato diminuir, quando não houver mais nenhum ataque, tudo voltar à rotina. Como diz Soares, somos ótimos em eventos, assim os Jogos Olímpicos e a Copa serão um sucesso, provavelmente. A coisa complica na rotina. No cotidiano não conseguimos ter tanto sucesso.
Neste momento, são urgentes diversos assuntos relacionados ao que ocorreu no Rio. Como mudaremos o sistema penitenciário para dar conta de tantos presos e como impedir que muitos deles continuem a ser chefes das quadrilhas, de dentro dos presídios?
Quais estratégias as polícias que cuidam as fronteiras usarão para impedir entrada de armas e drogas?
Como será possível aumentar salários dos policiais e eliminar da folha de pagamento aqueles corruptos?
Essas são algumas das tantas perguntas que devem ser respondidas com ações.
Enfim, esta guerra existente há décadas, mas oficializada nesta semana, não pode ser pensada como bem-sucedida porque um território foi resgatado das mãos dos bandidos, pelo Estado. Ela só terá sucesso quando o espiral que a envolve for levado efetivamente a sério pelos governos, pelos comandos de segurança e pela sociedade.

Para ler Luiz Eduardo Soares:


sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Dona Flor e seus dois maridos



A peça “Dona Flor e seus dois maridos”, baseada, claro, na obra de Jorge Amado me colocou a pensar no que as mulheres querem. Não há uma única resposta e isso é óbvio, porém a obra contempla uma pelo menos.
Muitas mulheres querem Teodoro e Vadinho num homem só. Querem a fidelidade, segurança e respeito de Teodoro e a paixão, a emoção e o humor de Vadinho.
Dona Flor, quando casada com Vadinho amava em sofria em seus braços. As declarações de amor e desejo do marido a derretiam, por outro lado, o dinheiro perdido em jogo e apostas e a “vadiagem” lhe incomodavam por demais.
Após ficar viúva e casar com Teodoro, ela conquista estabilidade e regulação em seu relacionamento, porém Teodoro não era um amante à altura da temperatura de Dona Flor.
Quando Vadinho retorna do além, o conflito é resolvido. De dia com Teodoro, à noite com Vadinho. Dona Flor estava completa.
O ideal para mulheres como Dona Flor, tal como disse antes, é encontrar em seu parceiro os dois elementos: a paixão e o respeito.

Quem quiser ver o site da peça, que por sinal vale a pena assistir, está abaixo:

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Semana do Bebê




Como havia dito em texto anterior, esta semana, em nosso estado, é a Semana do Bebê.  Assim, nesses dias, em várias cidades há um movimento ao redor dos pequenos e de suas famílias. Além disso, muitas escolas promovem encontros com especialistas para discutir acerca do desenvolvimento infantil e os desafios atuais frente à educação.
Não tenho qualquer dúvida sobre a importância desta semana. A forma como vemos, lidamos e compreendemos nossos bebês determina como nossas crianças encontrarão o seu lugar na sociedade e quais os valores que os norteiam em seu comportamento.
Dia após dia somos informados, pelos veículos de comunicação, o quanto famílias e comunidade escolar estão com dificuldades em estabelecer limites e disciplina, o quanto estão confusos com a fronteira entre o permitir e o proibir e por fim, a incerteza em transmitir os valores fundamentais para a criança em formação se tornar um cidadão responsável e generoso.
Esse trabalho de formação não começa quando a criança está na primeira série. O início é dado quando ela nasce. A maneira como ela será acolhida em sua família, compreendida como sujeito que necessita de cuidados e afeto e respeitada pelas competências que possui define, em grande parte, a posição que ela ocupará, na escola, futuramente.
Da escola para vida são só alguns passos. Deste jeito, quando nos focamos na primeira infância estamos além de propiciar um desenvolvimento mais feliz para o bebê, estamos também trabalhando na prevenção de conflitos e construindo uma sociedade mais harmônica.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Dia do Bebê

www.annegeddes.com


Hoje, no Rio Grande do Sul, é o Dia Estadual do Bebê. Você sabia?
Em sua cidade, sendo gaúcha, claro, há atividades nesta semana, denominada Semana do Bebê?
Por fim, aproveitando a data, cabe a indagação: como estamos cuidando de nossos bebês, de nossas crianças?


domingo, 21 de novembro de 2010

Frase do Dia

Cristina Cazan 123RF


"A honra não consiste em não cair nunca, mas em levantar cada vez que se cai."

                                                                                                    Confúcio

sábado, 20 de novembro de 2010

Horário de Verão



 Sempre que o assunto horário de verão surgia na roda eu preferia me abster porque não tinha uma opinião formada. Demorei muitos anos para sair do muro. Eu não sentia o horário alterando minha rotina, se alterava não me chamava a atenção a ponto de se posicionar contra ou favor dele.
Pois bem, agora tenho opinião formada por completo. Gosto muito do horário de verão. É bom ir para casa quando ainda há restos de sol.
Minha relação com o tempo mudou neste ano e não sei bem identificar o motivo. Minha única suspeita tem a ver com a experiência de ter morado em solo inglês, tão castigado por um tempo hostil. Os ingleses não merecem tantas nuvens.
Sempre fui condescendente com o tempo nublado e chuvoso. Não sei dizer o porquê. Provavelmente coisas muito felizes me aconteceram na minha tenra infância em dias assim, todavia hoje adoro um sol e isso é novidade.
Continuo não adepta a banhos de sol, isso não mudou, mas um dia ensolarado mesmo que sempre valorizado, está mais adorado, sem dúvidas.
Então, esse verão mesmo que sofra com as temperaturas surreais, vou me permitir reverenciar o sol e a possibilidade de tê-lo na minha volta diária para casa.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Os livros e o tempo

mj007 123RF



O grande desafio de quem gosta de livros é encontrar tempo para lê-los. Meu desejo por ter cada livro que me captura é controlado (ainda bem!) pela realidade do meu bolso porque a linearidade do tempo, ignoro.

Como as coisas e as pessoas mudam o tempo inteiro, em grandes ou pequenas proporções, mudei também. De uns tempos para cá comecei a refletir sobre o quando o dito cujo seria lido, se teria espaço em minha escala de leituras necessárias e desnecessárias. Essa reflexão me fez economizar vários “tostões” e também curtas frustrações por ver o livro ainda “virgem”.

Não adianta, volta e meia venho com o assunto tempo. Para mim e para tantos outros, esse é o enigma do século. Como manejar o tempo que se tornou tão curto? Como nossa subjetividade atende a tantas demandas?

Reparei que para quase todo mundo acontece a seguinte operação: algumas coisas se arrastam, por exemplo, comprar um móvel para casa ou arrumar um armário; enquanto outras são resolvidas de forma rápida, por exemplo, comprar um móvel para casa ou arrumar um armário.

Não, não digitei errado. Não é pegadinha. Não há regra para o que é resolvido rápido ou lentamente. Depende de cada um de nós, de nossas dificuldades, como se diz: depende onde o sapato aperta.

O problema em si não é a velocidade em que as coisas são processadas, mas como nos comportamos frente ao processo, seja ele frustrado ou com sucesso. Além de aprendermos a lidar com 24 horas mais breves precisamos aprender a aceitar que não podemos fazer tudo. Não podemos ler todos os livros que nos interessam.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Esperar é respeitar

Ozkan Deligoz 123RF


Neste último feriadão estive em um congresso. Para ir até ele precisei pegar um ônibus e posteriormente um avião. Enfim estaria no meu destino final. Apesar do atraso do voo de ida em uma hora, tudo mais foi tranquilo. Temia afinal nossos aeroportos, como bem sabemos estão longe do ideal e sendo feriadão, a possibilidade de estresse não era tão distante da realidade.

Não foi para comemorar o sucesso de ida e vinda de viagem que escrevo, mas sim para fazer um comentário que acredito ainda não ter feito aqui. Há várias coisas que podem nos irritar, seja porque estamos na TPM ou em um mau dia, seja porque a coisa é chata mesmo. E é de uma delas que falo.

Você está no ônibus, a viagem dura 3h15min, você está perto da rodoviária, uns três ou quatro superansiosos começam a levantar, pegar sua bolsa de mão e ficam em pé, como se esse movimento fizesse o motorista pisar mais fundo no pedal.

Lógico que dentre tantos casos há aqueles legítimos, em que a pessoa está atrasada para uma consulta médica ou uma entrevista de emprego, mas na maioria das vezes é pura ansiedade que gera incômodo para quem ocupa as primeiras poltronas do veículo.

A mesma coisa acontece, pasmem, no avião. A viagem pode durar uma hora e pouco, não adianta, as criaturas se espremem no estreito corredor da aeronave.

A primeira vez que me deparei com essa “impaciência impulsiva” no avião foi até engraçado. Enquanto ficava pasma com as pessoas levantando das poltronas enquanto o aeroplano ainda manobrava na pista, após a aterrissagem, em um movimento do piloto, as pessoas em pé quase perderam o equilíbrio. Não caíram, ainda bem, minha crueldade não chega a esse ponto, porém confesso que ri discretamente daquele jogo de corpo buscando a posição ereta e quem sabe, se dando conta da falta de bom senso.

Para quê tanta pressa? Como disse, há casos em que a pressa é urgente sim, mas em outras é apenas uma pressa por hábito, quando o estar correndo serve de desculpa para não esperar a sua hora e respeitar a hora do outro.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Chá de Sumiço

Studio Porto Sabbia 123RF

Tomarei um chá de sumiço. Aliás, tomei uns goles quando não escrevi nem domingo nem ontem. Amanhã tomo novamente e só voltarei na semana que vem. Não estou doente. Não estou em férias. Estou tomando fôlego mesmo. Os últimos dias foram corridos e os próximos serão ainda mais.
Preciso abrir mão de algumas coisas, mesmo que prazerosas para poder dar conta dos deveres.
Não é assim que a gente faz? Malabarista, é o que somos, quando o tempo permanece tendo 24 horas, porém a demanda não é proporcional a este período.
Precisamos de flexibilidade e perdoar nossa incapacidade de perfeição. Somos seres imperfeitos. Ainda bem. Já pensou que chato a vida sem desafios?
Pois é, daqui uns dias volto mais inspirada, quem sabe, e tranquila para poder teclar inquietações, desatinos e questionamentos.

Um beijo!

sábado, 6 de novembro de 2010

Bom descanso!

Tetyana Kulikova 123RF

"(...) Mas na cultura da agitação, curtir uma fase para se entregar ao luxo de não fazer nada parece vergonhoso: ou estamos em atividade, ou temos de nos resignar a ficar num canto, quem sabe vestidos de palhaços numa peça de teatro infantil.

Merecido descanso, ócio criativo, quietude plena, não ocorre a quem, como tantos de nós, tem a alma musculosa e ossuda, cultivada numa esteira que corre para o nada.”


(Lya Luft – Múltipla Escolha)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Torturas e Tristezas




Maria do Carmo Serrano tem sessenta e dois anos, moradora de Goiânia, é proprietária de uma creche chamada “Bebê Feliz”. A coordenadora pedagógica do estabelecimento, orientada pela polícia, gravou cenas chocantes das agressões cometidas por Maria do Carmo às crianças que deveriam estar sob sua proteção.

Os pais ao tomarem conhecimento do fato, desesperados foram salvar seus filhos da “vovó”, como era chamada a dona da creche pelas crianças, porém mais caberia o termo “bruxa má”.

A polícia indiciou a mulher por tortura. A justiça negou prisão temporária. Seu advogado diz que logo ela se apresentará às autoridades.

As cenas da gravação são de cortar nosso coração. Qualquer ato violento nos mobiliza, mais ainda quando as vítimas são bebês e crianças, incapazes de se defender. Mais uma vez nos causa impacto a crueldade e o quanto nossas crianças podem estar desprotegidas.

Escrevo este texto não apenas despertada por este fato de Goiás, antes aconteceu aqui perto da minha cidade. Uma mãe de 19 anos e o padrasto de 18 foram presos por tortura ao filho/enteado de 2 anos. O menino está no hospital, se recuperando das fraturas. Como veem, essa semana foi marcada, pelos veículos de comunicação, por maus tratos a pequenos cidadãos brasileiros. Isso não é tudo. Temos ideia do quanto isso é mais frequente do que conseguimos saber e do que é chegado às autoridades competentes?


Para quem tem interesse e também estômago:

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Consumismo

Ozkan Deligoz 123RF


Antes de começar a campanha eleitoral, neste ano, Soninha Francine, vereadora paulistana do PPS, falou em rápidos comunicados sobre a ideia de que o quanto estamos consumindo não significa necessariamente a qualidade de vida que merecemos. Em uma época em que o ter vale mais que ser, devemos ficar atentos para remarmos contra a maré.

Não estou fazendo apologia ao fim das compras. Nada disso. Apenas desejo refletir acerca do quanto estamos consumindo vertiginosamente e questiono para onde tantas sacolas podem nos levar.

Como disse, não sou contra as pessoas comprarem objetos que seu bolso pode pagar. Não se trata disso. Trata-se da “filosofia” atual de que as pessoas são julgadas pelas suas aparências, que vão deste a marca do jeans ao celular que se atende.

Preocupo-me com o que estamos fazendo com a geração que nos substituirá ao passarmos para ela valores tão fugazes, onde o tipo de carro parado na sinaleira vale mais que a obediência ao sinal vermelho.

Exagero? Não sei. Quantas regras vemos quebradas no nosso cotidiano?

Não sou filiada ao PPS, assim não tenho nenhum objetivo partidário nesse texto, porém a fala de Soninha me marcou bastante porque me identifiquei completamente com ela. Educação, saúde física e mental, trabalho, segurança. São estas as verdadeiras medidas de qualidade de vida.

O vídeo da Soninha está no endereço abaixo:


quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Recomendações às mulheres de ontem

Tetyana Kulikova 123RF


Ontem na página Almanaque Gaúcho, de Olyr Zavaschi, do jornal Zero Hora, li frases que decidi reproduzir aqui. Elas foram retiradas de duas fontes, entre as décadas de 1940-60, e nos fazem pensar no papel feminino da época. E de quebra, fazer um paralelo com a atualidade.

“Não se deve irritar o homem com ciúme e dúvidas.” (Jornal das Moças, 1957)

“Se desconfiar da infidelidade do marido, a esposa deve redobrar seu carinho e provas de afeto.” (Revista Claudia, 1962)

“A desordem em um banheiro desperta no marido a vontade de ir tomar banho fora de casa.” (Jornal das Moças, 1945)

“A mulher deve fazer o marido descansar nas horas vagas, nada de incomodá-lo com serviços domésticos.” (Jornal das Moças, 1959)

“A esposa deve vestir-se depois de casada com a mesma elegância de solteira, pois é preciso lembrar-se de que a caça já foi feita, mas é preciso mantê-la bem presa.” (Jornal das Moças, 1955)

Apesar de não lermos em revista nenhuma nos dias de hoje coisas como essas, podemos pensar se ainda há resquícios de tais ideias, se elas são ditas sutilmente, consideradas ainda como “verdades”. Será?

De qualquer maneira, precisamos fazer um agradecimento silencioso e respeitoso às mulheres que lutaram por nossos direitos, tanto os políticos como os privados, nos livrando assim, de “recomendações” como essas citadas acima. Se ainda há restos, acredito que a desconstrução começada com o movimento feminista continua.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Feira do Livro

Tatyana Ogryzko 123RF


Temos muitas perguntas sobre o sentido das coisas, necessidades de compreender o que se passa conosco, desejo de conhecer o mundo e as pessoas. As experiências que temos no cotidiano nos ajudam a preencher as lacunas, todavia a literatura é, para mim, uma especial maneira de sentir e pensar a vida que vivemos. Pelas mãos dos personagens vivemos suas histórias e voltamos para a nossa própria. Nesse movimento, às vezes sutil, às vezes brutal, fazemos ressignificações.

A feira do livro é uma festa. Mais rica em Porto Alegre, sem dúvida. Mesmo assim, a de Pelotas merece nossa homenagem. Todos os olhares para os títulos, as mãos percorrem as páginas e as sacolas prometem uma aventura não apenas no enredo contado pelo autor, mas também no encontro com o nosso próprio íntimo.

Até o dia 15 de novembro, ambas as feiras estarão de braços abertos para nós, viajantes incansáveis, que temos a literatura como um aliado para viver melhor.

Site da 56ª feira de POA: