segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Cara Amarrada


Stephen Orsillo 123RF

O que faz você ficar de cara amarrada? Problemas financeiros? Problemas com o companheiro? Problemas familiares? Problemas profissionais? Nos fluxos da vida, ora e outra nos vemos perante um desfio em alguma dessas áreas, ou em mais de uma. Como dizem, faz parte. Não falo de dificuldades privadas, vamos pensar macro.

O que te deixa “de cara” e triste? Corrupção? Impunidade? Criminalidade? Ignorância? Miséria? Pessoas morando na rua? Crianças sem merenda escolar? Pessoas catando lixo? Pessoas doentes sem cuidados? Escolas ultrapassadas? Salários insuficientes? Pobreza de valores? Cafonice? Mentira? Desonestidade? Incompetência? Inveja? Injustiça? Desemprego? Violência Doméstica?

Conseguiria seguir adiante com esta lista. Afinal, tantas coisas podem nos indignar. Aliás, a ideia desse texto surgiu após a primeira leitura a respeito da corrupção em que envolve, entre outros, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. Aquele mesmo que chorou no Senado, falou de sua família e renunciou ao cargo de senador pelo escândalo do painel eletrônico naquela mesma Casa. E pasmem: depois de tudo isso, este senhor foi eleito pelos cidadãos do Distrito Federal!

Há horas em que devemos calar e há horas em que a gente tem de desabafar. Hoje precisei do desabafo não apenas sobre a corrupção, mas sobre todas as coisas que vemos constantemente que ferem a nossa alma: criminosos e crimes. Esse dinheiro que Arruda diz ser para comprar panetones para os pobres, nem comento tal justificativa!, é um xingamento a toda a sociedade.

Como escovar os dentes


Tetyana Kulikova 123RF

Tenho uma amiga que pedala em sua bicicleta umas três vezes na semana. Ela e uma turma fazem quilômetros, programam desafios, viajam para pedalar com outras turmas. Enfim, um programa que reúne exercício e diversão.

Já faz um tempinho que grupos começaram a se reunir, principalmente à noite, para a prática de exercícios físicos, sejam eles o ciclismo ou a corrida, para citar os mais comuns. Além de ter com quem compartilhar da atividade, esta se torna mais segura.

Praticar exercícios é um hábito. Se você não o “pegou” na infância, a tendência é você lutar por algum tempo para que ele se estabeleça em sua vida. Quem consegue não se arrepende.

Para muitos, a atividade física é uma tortura chinesa. Não encontram sentido no que fazem, não acham graça. Provavelmente ainda não encontraram uma modalidade que tenha os capturado, seduzido. Não há fórmula como as revistas especializadas tentam passar; para cada estilo de ser, há um estilo de se exercitar.

Existem aqueles exagerados, que frequentam academia três horas diariamente e acabam causando lesões. A academia se torna, ao invés de um local para a saúde, um lugar para a compulsão.

Certa vez ouvi em um programa de televisão uma frase que nunca esqueci: “fazer exercícios deve ser como escovar os dentes, ocorrer todos os dias”. O problema é que a correria do dia a dia e as megaexigências atuais fazem com que algumas pessoas se sintam tão sobrecarregadas que não conseguem nem pensar em levantar um pesinho na academia!

domingo, 29 de novembro de 2009

Um Casal na Casa Branca


PaulPaladin 123RF

Tareq e Michaele Salahi é o casal penetra mais famoso atualmente, quiçá de todos os tempos! Eles não furaram a festa de “celebridade sei lá quem”; eles simplesmente foram a um jantar na Casa Branca, oferecido ao primeiro-ministro indiano, pelo presidente Barack Obama.

Sem dúvidas, esse casal é o “top” no quesito furo de festa. E eles não burlaram os pais de uma noiva ou um aniversariante, eles passaram a perna, digamos assim, no serviço secreto americano!

Claro que o caso já está sendo investigado. Parece que um posto de segurança não cumpriu todos os passos obrigatórios para salvaguardar a casa presidencial americana.

Tudo bem que o casal foi revistado e não ofereceu nenhuma ameaça à vida de Obama, isto é, nenhuma arma ou qualquer outra coisa foi encontrada. Mas a imagem do serviço secreto americano ficou manchada após essa peripécia. Afinal, os agentes com seus óculos escuros, ternos, gravatas e caras sérias não estiveram à altura de um casal inconsequente, festeiro e cheio de sorrisos.

Barbies


Olga Drozdova 123RF

Li que em um evento beneficente, em Londres, serão leiloadas Barbies muçulmanas. Um modelo veste a burca, enquanto o outro o xador, aquele “acessório” que deixa o rosto de fora. O hijab é outro tipo de vestuário: nele as mulheres deixam apenas seus olhos de fora.

Nunca havia estado com ninguém que usasse o hijab. Aqui na Inglaterra convivi com duas amáveis árabes que usavam esta vestimenta. Para mim, ocidental, é muito estranho, claro. Como outras coisas que vi e não fazem parte da nossa cultura.

Elas tiveram paciência com algumas perguntas que fiz e respondi da mesma forma as curiosidades que elas tinham sobre o Brasil. Para o ocidente, as roupas orientais soam como opressão às mulheres. Penso que isso merece uma análise mais cuidadosa, afinal estamos falando de uma cultura muito misteriosa para nós. Pouco sabemos do Oriente.

A ideia das Barbies muçulmanas é da designer italiana Eliana Lorena e mostra uma iniciativa de incorporar as mais diferentes culturas. A Barbie tem um físico popularmente marcado, porém é interessante ver outra possibilidade de ela ser.

Não sei se a Mattel colocará estes modelos da boneca à venda. Pareceu-me que eles são apenas para o leilão. Se for assim, que pena. Seria muito mais rico, nas prateleiras das lojas, não ter somente as Barbies loiras com as características que já conhecemos.

sábado, 28 de novembro de 2009

Novelas


mj007 123RF

Vou fazer algo que não se deve: falar sobre algo que não sei. Pelas poucas coisas que li a respeito da novela que está no ar na Globo, às 21h, de Manoel Carlos, parece que ela não emplacou, talvez mais tarde vá, talvez não.

A última notícia que li por alto foi que a mocinha da novela, interpretada por Taís Araújo, não estava conquistando empatia dos espectadores. A partir de agora aparecem cenas em que ela apanha, o que talvez faça com que a personagem ganhe mais, digamos, ibope.

As mocinhas da novela podem ser muito legais, muito chatas ou muito bobas. Depende do autor, da atriz que interpreta e da história. A novela “A Favorita”, em minha opinião uma das melhores dos últimos tempos, brincou com a dúvida: qual das duas protagonistas seria a boazinha? Flora ou Donatela?

“A Favorita” conseguiu captar a atenção dos espectadores, em um gênero que cada vez mais está previsível, tornando cansativo em seus vários meses de transmissão. João Emanuel Carneiro conseguiu a façanha de inovar. Coisa nada fácil.

Estou longe, portanto posso não estar sendo exata, mas parece que a atual novela das 21h está dentro de um clichê, do repetido. Uma marca de alguns autores, talentosos, saliento, principalmente Glória Perez e o próprio Manoel Carlos, é colocar dentro da história campanhas sociais.

Tudo bem que a novela possui grande público e que muitas dessas campanhas funcionam e ajudam muita gente. Ponto para o contexto social. Todavia a novela perde, frequentemente, uma narrativa mais rica. Ponto para diálogos e cenas clichês. Claro que se pode unir o politicamente correto e excelente qualidade narrativa, mas isso é um desafio complexo.

É muito chato, em minha opinião, ver quase diariamente lições morais e normativas. Como as coisas devem ser feitas, como devem ser vistas etc.

A novela pode conter elementos perto da vida como ela é, ou melhor, como deveria ser. Porém, a qualidade de uma boa história provém muito do que é criação, fruto da imaginação de um autor que, menos preocupado com questões normativas, está atento aos elementos narrativos.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Dê uma segunda chance


Não sei se você viu o filme “Sete Vidas”. Ele já está nas locadoras há algum tempo, mas só agora o assisti. Não há nada de grandioso nele, porém acelerou minha sensibilidade quanto à doação de órgãos.

Diversas pessoas são resistentes à ideia de doar seus órgãos quando a senhora morte chegar. Tolice. Nenhum argumento será consideravelmente forte perto da necessidade de uma lista imensa de pessoas doentes que precisam de um novo fígado, de um novo rim etc.

A dor por que passa o próprio doente e seus familiares deveria sensibilizar a todos nós. Muitos dos não doadores têm fantasias, oriundas de falta de informação, em que estes sofrem imaginando que terá sua morte acelerada para que as doações ocorram ou ainda pensam em seu corpo perdendo seus “pertences”.

Daí penso: você já estará morto, meu caro! Mesmo que você deseje muito, com todo ardor manter seu organismo intacto, não há jeito, bactérias e animaizinhos nojentos irão devorar sua carne. Isso não acontecerá se você for cremado e virar pó rapidamente.

Pergunto: não faz mais sentido se desfazer de si mesmo ajudando quem sofre tanto e precisa de nossa ajuda? Ou vamos preferir colaborar com as bactérias e os asquerosos pequenos animais? Acho que não...

O que é preciso fazer? Apenas informar sua família do seu desejo. Cabe a ela dar a permissão ou não da doação.

Abaixo estão dois endereços que fornecem mais informações a respeito desse assunto. Se você escrever doar órgãos ou doação de órgãos na internet, muitos endereços vão aparecer, inclusive de blogs que se dedicam a esse tema.


http://www.doevida.com.br/
http://www.adote.org.br/index.php






quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Os Bichinhos



Juro com mão direita e levantada que o que contarei é verdade. Desde que cheguei à Inglaterra me chamou à atenção a presença de bichinhos de pelúcia de tudo que é tipo, em painéis de carros. Mas o que me deixou ainda mais surpresa foi quando comecei a vê-los em outros veículos: carrinhos de funcionários de universidades, tipo aqueles de golfe; em caminhões e, por fim, em ônibus (como a foto mostra e prova a veracidade da história).

Nesta foto o ‘peixinho’ está dentro do ônibus e não no painel. Mas neste “coach” havia também vários ursinhos. Tentei tirar uma foto legal, mas a mesma ficou com reflexo. Uma pena, porque o motorista sorriu, bem faceiro com a fotografia.

Não sei explicar este gosto inglês por bichinhos de pelúcia. Especulo que seja um presente de uma esposa carinhosa, um filho, um neto, enfim, algum presente que simbolize a família e sua casa. Desta maneira, mesmo longe, no trabalho está “acompanhado”.

Acaba sendo bastante engraçado ver homens grandes, com tatuagem no braço muitas vezes, talvez um brinco na orelha, em seu veículo com ursinhos que combinariam mais com um quarto infantil. Quem sabe, seja eu que não tenha entendido as doces almas desses senhores ingleses.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Dúvida


Olga Druzdova 123RF

O filme “Dúvida”, de direção de John Patrick Shanley, com os excelentes Philip Seymour Hoffman e Meryl Streep, além de um elenco igualmente talentoso, como Viola Davis, é um drama que nos faz pensar a respeito da questão “dúvida”.

Duvidar, como se sabe, significa não ter certeza sobre algo ou alguém. Pequenas dúvidas podem acontecer todos os dias, já as grandes não são tão corriqueiras. O fato é que desconfiar de algo ou de alguém e, ao mesmo tempo, ser alvo de desconfiança são situações por demais aflitivas, ainda mais se o motivo de suspeita for inteiramente falso.

Duvidar é lançar um ponto de interrogação no outro. Dependendo da força de sua dúvida, nada que o “duvidoso” disser será suficiente para espantar a suspeita. A dúvida não é algo que sai de cena sem deixar rastros. E isto pode ser um problema. Afinal, e se ela não tiver fundamento? E se for apenas resultado de um mal-entendido ou de uma fantasia?

Se a dúvida vai de encontro com o “culpado”, ela é bem-sucedida. Coloca-o contra a parede e pode conseguir uma confissão ou um afastamento e, assim, neste contexto, a dúvida teria feito sua parte.

O problema é que a dúvida é, claro, uma incerteza. Então não há dúvida sem dilema, sem questionamentos e sem receitas matemáticas para encontrar “a verdade”. Esta última, se existe, nem sempre será encontrada.

Duvidar é um verbo que se conjuga com perguntar. Também pode ser conjugado com o verbo acreditar, assim como com o mentir. O bom senso é o principal conselheiro antes de colocar a dúvida na roda. O principal para quem duvida não deve ser, a todo custo, provar que está certo. Mas sim buscar fatos, provas que deem um veredito sobre seus sentimentos.

De nada adiantam suposições para apontar o dedo para alguém. É preciso ir além, encontrar razões que justifiquem uma acusação. Do contrário, seria leviandade, estupidez ou vingança.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Sem Assunto


Ivan Trucic 123RF

Sinto-me aprendiz de cronista, isto é, tento fazer aqui crônica! Sim, minhas caras e meus caros, agora os meus colegas são Fernando Sabino, Luis Fernando Veríssimo, Rachel de Queiroz, Mário Prata, Martha Medeiros, Machado de Assis, só para citar alguns! Brincadeiras à parte, por incrível que possa parecer estou tentando aprender como se faz crônica. Não tive ainda tempo para estudar melhor o assunto, mas pretendo!
Bem, uma crônica comum entre cronistas é falar sobre a falta de assunto. E este texto, oficialmente, é o primeiro a respeito!

Não ter assunto é um grande problema para quem escreve. As coisas estão acontecendo, você está assistindo filmes, lendo livros, com notícias atualizadas, mas a ideia não vem, a tela fica vazia. Você começa, tenta uma frase, acha ridícula e apaga. Resolve fechar a janela, e segue a pergunta: “Deseja salvar as alterações em Documento 1?”, você clica “não”. Salvar o quê, cara-pálida?

Algumas horas se seguem e nada acontece. Você já começa a ficar levemente tenso, afinal você fez um compromisso consigo para sempre ter textos e não publicar apenas quando estiver longe do laptop. E nada, nada, só a ameaça do compromisso ser rompido, o que não seria nada grave, eu sei.

Aí surge, enfim, o grande assunto. Estava ali, bem na sua frente: não ter assunto! Esse não ter também é problema em outras esferas. Quando estamos na companhia de alguém, quando queremos causar uma boa impressão e nada vem, finalmente quando queremos tecer um bom papo e parece que faltam conexões, que o tecido de ideias está ralo, sem nada poder costurar. Uma tristeza, que passa, ainda bem!

Até agora 260 caracteres, bonito para quem não tinha assunto, não? Está aí uma recomendação para quem quiser aceitá-la: quando algo a/o está afligindo, nada como falar sobre isso. Francamente falar sobre isso.

E cá para nós, nada tão trivial como não ter assuntos de vez em quando, não é mesmo? Talvez seja uma necessidade mental, como um antivírus checando nosso computador. Uma forma de reorganização interna, como um desfragmentador de disco. Mais ainda, talvez o não ter nada a dizer já é dizer alguma coisa sim!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O ônibus e o cachorro


Stanko Mravljak 123RF

Estávamos em um ônibus indo para uma cidade vizinha, conhecida por sua praia. Nas paradas de ônibus o dito cujo parava, as pessoas subiam ou desciam e assim se passavam os minutos. Até uma cena inusitada, para nós, ocorreu.

Um moço e seu cachorro, porte grande, entraram no ônibus. Acredito que cão não pague passagem! Subiram. Estávamos no segundo andar do veículo, portanto éramos quase vizinhos. Sentaram. Ambos. O cachorro na janela, claro. O cão foi quieto, olhando pela janela, quem sabe pensando em sua vida de cão, sem trocadilhos, hein!

Aqui é permitido pegar ônibus, metrô com cachorro, assim como em outros locais da Europa. Na França, por exemplo, há lugares que não permitem a entrada de crianças, mas permitem o acesso dos caninos!

Só que há uma proibição que vi em um determinado ônibus e queria muito ter o registro fotográfico, mas estava sem a máquina. Havia uma placa no alto do ônibus com letras bem sérias avisando que o cão pode entrar no ônibus, mas não pode sentar nos bancos! Aquele cachorro, que vi na ida para a praia, sentou como qualquer outro passageiro, mas sabe como é, o clima de verão e a praia podem ser mais permissivos...

domingo, 22 de novembro de 2009

Ahmadinejad no Brasil: para quê?


Mark Payne 123RF

Mahmoud Ahmadinejad visitará o Brasil na segunda-feira. Detalhe: foi convidado pelo presidente Lula. Não sei qual é exatamente o propósito de se convidar um líder como este para visitar o Brasil. Talvez o Luís Inácio queira o que ninguém conseguiu até agora: acalmar este país quanto à questão nuclear, talvez com uma bandeira branca e o “jeitinho brasileiro”, Lula deseje a paz. Sem comentários. É algo um tanto simplório, caso fosse esse o seu real propósito, para um chefe de Estado comportar-se dessa maneira. Como meu campo não é a política, fico no “especulismo” e já paro por aqui.

Ahmadinejad questiona o holocausto, não crê que tantos judeus tenham sido mortos, como os fatos afirmam. O mesmo não reconhece o Estado de Israel. Também este presidente diz que não há homossexuais no Irã. Deu. Foram três afirmações absurdas e não precisamos de mais! (Isso que o assunto financiamento do terrorismo nem foi citado!)

Vários grupos estão organizando protestos contra a visita de Ahmadinejad e outros tantos manifestaram repulsa ao fato por escrito, entre eles o Movimento de Justiça e Direitos Humanos do RS.

Não podemos misturar as coisas. A República Islâmica do Irã e seus cidadãos é uma coisa e o seu represetante é outra. Claro que parte do povo iraniano defende seu líder, compreensível. Todavia, tantos outros são contra o seu discurso e suas decisões.

Neste ano, em janeiro, houve eleições presidenciais no Irã. Com uma vitória sustentada por uma maioria absurdamente suspeita (62,63%), parte da população protestou contra a possível fraude. Violência e morte foi a resposta do Governo. Neda Agha-Soltan foi uma das vítimas que ficou mundialmente conhecida, também porque sua morte foi registrada por uma câmera de celular, em Teerã.

Ahmadinejad, que foi contra o Xá na Revolução Iraniana, se formou em Engenharia Civil, participou da guerra Irã-Iraque, na área da Engenharia e foi docente na Universidade do Irã. Entre tantas coisas que foi, acabou se tornando uma coisa só pessoa para o Ocidente: um homem ultraconservador, tomado por intolerâncias e que ameaça os direitos humanos. E este senhor estará no Brasil, como convidado do nosso representante máximo.


Dicas para quem quer saber mais:

- A entrevista de William Waack, que foi ao ar no Jornal da Globo, com Mahmoud Ahmadinejad está neste endereço: http://www.youtube.com/watch?v=iw_JMgtAhsg

- O jornalista Reinaldo Azevedo, em seu blog, escreveu diversos textos interessantes sobre o presidente do Irã, entre eles destaco “Uma descompostura fabulosa no fascinoroso”, do dia 20 de novembro de 2009. http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

- O filme “Persepolis” (2007), cujos diretores e escritores são Vincent Paronnaud e Mariane Satrapi, em forma de animação, é um excelente trabalho. http://www.youtube.com/watch?v=3PXHeKuBzPY

sábado, 21 de novembro de 2009

Segredos


Andrey Khritin 123RF

Li uma história curiosa na edição inglesa da Marie Claire. Um fotógrafo inglês foi morar e trabalhar na Colômbia. Conheceu uma moça de 25 anos na fila do ônibus, conversaram durante o percurso e dali iniciou um namoro. O objetivo principal do fotógrafo era registrar as imagens dos confrontos daquele país, protagonizados por dois grupos terroristas: as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e as Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC).

Após meses de relacionamento, a colombiana confessa que é uma assassina profissional das AUC. O inglês, apaixonado, não se desestabilizou de imediato com tal informação. Todavia, um tempo depois, para resumir a história, ele decidiu deixar o país e a namorada, visto que ela não mudaria de vida e tudo aquilo era muito perigoso.

Mantiveram contato por email até que houve um silêncio por parte da moça. Preocupado, ele voltou à Colômbia para saber o que havia acontecido. Descobre que ela namorou um soldado do governo colombiano, após o rompimento de ambos. Vista como uma suposta informante, o próprio grupo para qual ela trabalhava, as AUC, resolveu matá-la.

Logo depois, ele teve mais informações sobre a ex-namorada: ela era assassina há mais tempo do que havia lhe dito e tinha matado mais pessoas do que teria assumido anteriormente. Ela contou seu segredo a ele, mas evitou detalhes que o tornasse ainda mais chocante. Enfim, uma triste história.

Segredos são coisas que conhecemos ainda criança. Quem não se lembra de uma amiga ou um amigo chegar e perguntar: “tenho uma coisa para contar, mas tu não podes contar para ninguém!”.

Há segredos e segredos. Há aqueles sérios e que merecem respeito e há aqueles bobos que até esquecemos. De modo geral, quem comete algo que fica secreto carrega uma culpa, aliviada, ao compartilhar o ato cometido ou seja lá o que for. Daí que comumente, muitos segredos perdem seu estado de privado, secreto.

Ganham público quando deveriam ter ficado entre duas pessoas ou pouco mais ou apenas com uma pessoa. Alguns são bem vindos, como os que envolvem corrupção, por exemplo. Outros poderiam ser descartados, já que não nos interessam, ou não deveriam interessar a ninguém; assunto íntimo, em que saber não é apenas saber, é invasão.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

As possibilidades da internet


Aleksandr Fomenkov 123RF

Nesta quarta-feira vivi uma experiência interessante: conversei por duas horas com algumas pessoas, até então praticamente desconhecidas, que estavam no Brasil, pelo vídeo do MSN, os ouvia e eles me ouviam, eles também me viam, porém eu não. Senti falta, lógico, de ver os rostos das vozes que eu escutava, porém mesmo tão longe e com uma tela a minha frente me senti bem e calorosamente recebida.

Não apenas porque o assunto me interessava e o que as pessoas falavam me interessava. Também porque a internet, mesmo que uma via de comunicação potencialmente fria e impessoal oferece ferramentas, como bem lembrado por uma colega, que adoça e aquece as relações mediante os caracteres.

A internet não existia na minha infância. Ela passou a ser uma rotina para mim quando eu estava com 18 anos, numa época em que a grande novidade era o chat! Depois vieram icq, Yahoo, até chegarem os muito popularizados MSN e Skype. O Orkut chegou anos atrás, sendo agora a moda o twitter. Enfim, são mudanças que nos exigem uma cinturinha afiada para acompanhar a dança.

Mesmo que não sejamos mestres da tecnologia, muitos de nós são capazes de fazer um excelente uso deste rico cardápio web a nossa disposição. A relação virtual não substitui a relação convencional em que o olho no olho dá um tom mais forte ao diálogo, porém é uma alternativa interessante para quem está longe, para quem está doente em casa, ou simplesmente para quem gosta de se aventurar no mundo virtual.

Há muita coisa boa pelos sites, assim como há lixo. Da mesma forma que há bons livros e outros que nem podemos falar o nome em voz alta. Igualmente há bons e maus filmes. Também há programas de tevê que são legais e outros não recomendáveis.

A internet passou a ser mais um acessório pós-moderno, que como tantas outras coisas na vida, se bem usados traz interessantes frutos. Além da carta, do telefone, a internet, como na noite de quarta, oferece a possibilidade de estar junto, mesmo estando longe.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Outono


Tetyana Kulikova 123RF

O outono acontece aqui. Eu sei que outono é uma estação do ano não exclusiva de lugar nenhum. O que quero dizer é: o imaginário do outono que existe em nós, desde a nossa terna infância, é o que vemos na Inglaterra. Provavelmente também em outros lugares do mundo, mas como estou aqui, é daqui que falo.

As árvores quase nuas, as folhas grandes e amarelas ganham espaço no chão, nas calçadas nas ruas e nos parques. O vento movimenta galhos e folhas, estas últimas, no chão, servem de tapetes para nossos pés.

Em alguns cantos se formam montanhas de folhas, esperando alguém que as levem para o lugar em que não as veremos mais. O outono é a estação em que a natureza se desfaz de si mesma para entrar o inverno com outra “roupa”.

A gente também tem os nossos outonos, não? Em que descascamos, mudamos não só por fora, mas também atualizamos coisas por dentro. Outono é o momento da faxina. Fazemos contas e vemos o que podemos pôr fora e as colocamos. Ficamos nus como as árvores para estarmos prontos para o que vem depois.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Mário Quintana



O poeta Mário Quintana certa vez escreveu: “O segredo é não correr atrás das borboletas. É cuidar do jardim para que elas venham até você.” A sua premissa é a ideia de que não adianta você apenas querer as coisas, você deve se preparar para elas. Se elas acontecerão, não sei, várias vezes depende de uma gama de elementos, mas se você estiver preparado, terá feito a sua parte.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Bullying: não deixa ele entrar



O filme sueco “Deixa ela entrar” tem como protagonistas um menino de doze anos, Oskar, e uma menina com “mais ou menos” doze anos, Eli. Seria uma amizade e um amor como quaisquer outros, se ela não fosse uma vampira. Oskar sofre de bullying na escola, isto é, alguns meninos o ameaçam, debocham dele, enfim é um martírio que Oskar só consegue revidar a partir da relação com Eli. O filme é relativamente parado, porém a história é muito interessante e mostra com perfeição o sentimento de solidão.
Bullying é um problema grave nas escolas de todo o mundo, apesar de poder acontecer em qualquer outro ambiente. Crianças e adolescentes reproduzem discursos de ódio e preconceito ouvidos, assistidos, lidos no mundo adulto. Contra certas etnias, contra o corpo que foge do padrão eleito como ideal, contra roupas que vestem, contra um comportamento, enfim contra qualquer coisa vista como odiosa ou motivo de deboche e insulto, segundo a doente eleição dos bullies.

As vítimas do bullying sofrem muito, física e psicologicamente. Sentem medo, apreensão e nem sempre têm suporte para lidar com as repetidas ameaças. Muitas sofrem caladas, com vergonha do que lhes acontecem ou por medo de retaliação.

Há muitos “Oskars”, infelizmente, e nem sempre encontram “Elis” para lhes ajudar a se salvarem da violência e da solidão e terem suas vidas de volta.



A jornalista Isabela Boscov capta muito bem a essência do filme: http://www.youtube.com/watch?v=7An_DCMjIn

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Pergunte para ele


Andrey Khritin 123RF

Em uma revista feminina brasileira, há uma coluna em que as leitoras escrevem suas dúvidas e conflitos e o colunista, homem, as responde. Com frequência, as respostas do colunista são muito hilárias. Com bom humor, ele tenta fazer com que a leitora veja sua situação sob um ângulo, digamos, “masculino”.

Como? Bem, diretamente, sem eufemismos, o colunista fala o que pensa e o que acredita que o parceiro da leitora também pensa. Não deixa de ser curioso se compararmos o mesmo tipo de seção, comum em revistas femininas, escrita por mulheres para as mulheres.

De um modo geral, nós somos mais cuidadosas, elaboramos um texto criterioso para chegar ao ponto. Da mesma forma, são as respostas dos psicólogos, dos psicanalistas e dos psiquiatras. Nesta coluna de que falo, o homem em questão seria um cara comum, como um amigo seu, irmão ou colega de trabalho.

Ele é educado e respeitoso, todavia responde diretamente, sem dó nem piedade o que as mulheres deveriam já perceber (e às vezes percebem, só demoram a assumir para si). Ele pega o caso, carrega para o que acredita ser o mais perto da suposta realidade e abre o verbo.

Um amigo, além da companhia, claro, é muito interessante no sentido de “dar a real” sobre o mundo masculino. Muitas vezes, deslumbradas com o excessivo cultivo romântico, comum entre milhares de mulheres, há dificuldades em distinguir realidade e fantasia.

Influenciadas pelas muitas Barbies e princesas da infância, a busca pelo príncipe torna uma eterna procura para muitas de nós. Enquanto isso, podemos nos deparar com muitos ogros e sapos! E se um deles for um príncipe enfeitiçado?

De qualquer forma, seu amigo vai te dar dicas e te ajudar, não que as amigas não possam! Porém, o amigo tem mais intimidade com a linguagem masculina, portanto, mais fácil de te dar uma mãozinha a se achar entre tantos príncipes, sapos e ogros.

domingo, 15 de novembro de 2009

Um sábado infantil


Ionut Dan Popescu

Sábado foi o dia das crianças para nós. Explico. Semanas atrás havia decidido que seria uma boa ideia irmos a um espetáculo de dança. Não foi fácil conseguir encontrar um programa que reunisse o dia que podíamos, um horário confortável, um lugar para sentar e um preço acessível para pagar. Apesar de todos esses aspectos, deu certo.
Chegando ao Royal Opera House nos surpreendemos com dezenas de crianças, acompanhadas de seus responsáveis. Uns segundos depois, percebemos o porquê da presença infantil. O ballet se chamava “A Bela Adormecida”! Fica fácil entender a motivação infantil.

Acalmamos-nos que não havíamos errado de Ballet quando vimos centenas de adultos. A apresentação foi linda e muito mais apropriada para nossa idade do que para os que medem menos de um metro e vinte. Cenário e figurino lindos. Bailarinos que não pareciam humanos, em suas sapatilhas de ponta e braços que mais pareciam fitas que se movimentavam com uma leveza impressionante. Enfim, ballet! Mesmo que prefira dança contemporânea, clássico é clássico e arrepia também.

Algumas horas depois, fomos ao Covent Garden, um lugar que reúne lojas, restaurantes, artistas de ruas etc. Bem, compramos wafers e que sorte, uma mesa estava sendo desocupada no momento em que procurávamos um lugar para sentar.

Logo após começarmos a primeira mastigação, um senhor solicitou educadamente sentar conosco, fazia todo sentido, já que a mesa era grande. Ele estava acompanhado de sua família. Posteriormente percebemos que havia mais adultos no grupo. Bem, o casal e seus filhos sentaram conosco.

Dois minutos depois, uma mesa ao lado vagou. O resto do grupo chegou e sentou. Alguns que estavam na nossa mesa se uniram a estes. Quem ficou nos acompanhando? Adivinhem? As crianças! Todas comendo wafers e ainda aproveitei para ouvi-las conversando. Eram franceses e ouvir criança falando francês é uma graça.

Por fim, conto o que foi o início desse dia particularmente mais próximo da infância. Em uma determinada estação de metrô, uma multidão esperava o elevador que levaria para a saída. Uma seta para a esquerda indicava escadas. Fomos decididos, nós e outra multidão.

Não lembro de escadas mais cruéis do que aquelas. Precisei parar para pegar fôlego umas três vezes, algumas pessoas, também, na maioria senhoras. Ok, ainda estou na casa dos trinta, mas minha resistência física sempre foi um fiasco, e com uns cinco quilos ingleses a mais, ficou ainda mais complicado. Com a impulsividade infantil fomos para as escadas, mas infelizmente, o desempenho ficou longe do das crianças, apesar de que vi um menino arfando! Bem, cheguei ao topo da escada, quase em braços, como se tivesse participado da São Silvestre!

Realmente, a infância passou, podemos ficar pertinho das crianças e nos divertir com esse universo. Porém o que é bom mesmo é estar na idade em que se está!

sábado, 14 de novembro de 2009

Te perdoo?


Ionut Dan Popescu 123RF

Perdoar a vida significa aceitar seus movimentos. Perdoar o outro significa o quanto somos capazes de lidar com a falha alheia e como conseguimos costurar a ferida causada por ele. Portanto, depende de quem é o outro e que mal foi feito.

Acredito que há erros que podem ser perdoados e há aqueles mais difíceis de perdoar. Lembro do filme “Frida”, em que a pintora, em uma discussão com seu marido, Diego Rivera, coloca em questão a diferença entre fidelidade e lealdade. Talvez por aí seja possível pensar a respeito do perdão.

Se formos ao dicionário, os dois termos são sinônimos, ser fiel é ser leal e vice-versa. Todavia, a ideia de Frida, que pego emprestada aqui, é que a lealdade seria superior à fidelidade. O casal de pintores foi conhecido por seus diversos casos extraconjugais, o que gerava brigas e ciúme, mas também eram tolerados por ambas as partes.

O golpe fatal foi quando Rivera transa com a irmã de Frida. Aí ela o acusa de ter agido deslealmente. Ele poderia transar com outras mulheres, que a sua lealdade à esposa estava intacta.

Com esse exemplo do cinema, e talvez da vida real, quero dizer que há erros de amigos, de parceiro(a) e familiares que perdoamos, que podem nos atingir; todavia conseguimos superar. Há outros, ao contrário, que quebram, racham um relacionamento. Tudo vai depender de como você construiu seu sistema de tolerância.

Frida, tão convicta em não perdoar Rivera, acaba, tempo depois, voltando para o casamento com o pintor. Como se faz isso? Como se perdoa? Talvez ajude, se colocar no lugar do outro e lembrar às vezes, se é que houve alguma, em que você deu a mesma mancada. Quantas vezes podemos ter feito algo que magoou o outro e foi completamente sem querer? Ou quantas vezes podemos machucar o outro e nos arrepender disso? Ou ainda, quantas vezes podemos ferir o outro, saber disso e querer simplesmente esquecer porque não mais importa?

Talvez respondamos a essas perguntas com nenhuma vez ou uma vez ou mais vezes. De qualquer maneira, é interessante nos colocarmos como réus quando estamos no lugar de juízes.

Não acho que tudo seja permitido e vamos nos dar as mãos. Penso que há limites do quanto conseguimos nos sentir respeitados e do quanto o outro passou da medida e devemos reagir a isso, da forma que der. Por outro lado, penso que às vezes podemos perdoar de olhos fechados, basta termos os olhos bem abertos para quem é o outro, seu papel em nossa vida e, principalmente, para quem somos nós.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Campanha





Pessoal, a jornalista Milena Fischer está organizando uma campanha para arrecadar brinquedos doados para crianças, neste natal. Todos podem participar! Para você obter mais informações entre no blog http://www.doeumbrinquedo.blogspot.com/.

Teatro



Ciência e religião podem e entram em conflito há muitas gerações. Por exemplo, há meses participamos, no Brasil, da discussão acerca das pesquisas com células-tronco. De um lado, a medicina a favor, de outro, a Igreja contra.

Assisti a uma peça chamada Inherit the Wind, com Kevin Spacey, David Troughton e um grande elenco. O figurino é cuidadosamente bonito, assim como o cenário. As interpretações conseguem elogios com facilidade. Spacey, tão conhecido no cinema, é igualmente excelente ator no palco.

A peça é sobre o conflito entre ciência e religião num tribunal. Nas primeiras décadas de 1900, as escolas de estados do sul dos Estados Unidos, estavam proibidas de ensinar a teoria da evolução de Charles Darwin. A American Civil Liberties Union, preocupada com a liberdade acadêmica, foi contra tal medida e ofereceu apoio aos professores que quebrassem tais regras. Em 1925, um professor de ciências desobedeceu à proibição e o seu caso foi ao tribunal, cujo nome ficou conhecido como Monkey Trial.

Apesar do assunto ser sério, afinal ainda hoje presenciamos uma disputa pela “verdade” entre religiões e vários segmentos científicos, a peça consegue ser bem-humorada em várias partes. A peça está em cartaz no teatro The Old Vic, em Londres. Spacey também é, neste teatro, diretor artístico. Teatro, em qualquer lugar do mundo, é sempre, quando a peça é boa, claro, uma oportunidade de sermos tocados pela arte de uma forma peculiar. A interação entre o palco e o espectador é bastante forte, completamente diferente do cinema ou da televisão, pois é uma outra linguagem.

Nada tão íntimo como os teatros nos tempos de Shakespeare, em que o público ficava muito mais próximo do palco e literalmente podia interagir com os atores, com a possibilidade de jogar frutas neles, caso a peça não fosse aprovada. O Shakespeare’s Globe Theatre foi o principal teatro onde as peças shakespearianas foram originalmente encenadas. Ele foi reconstruído igualmente à época elisabetana e está aberto a visitantes. O teatro não possuía banheiros, então as necessidades fisiológicas, digamos assim, eram feitas por ali mesmo, onde se achava lugar! Ainda bem que nossos tempos são outros e que o The Old Vic possuía diversos banheiros!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Começar de Novo


Ionut Dan Popescu 123RF

Está na mídia uma campanha do Conselho Nacional de Justiça chamada “Começar de novo”. Tal projeto visa sensibilizar os órgãos públicos e a sociedade civil para sustentar um programa que visa oferecer propostas de trabalho e cursos de capacitação às pessoas que cumpriram pena judiciária. Além disso, há a busca da diminuição da reincidência criminal.

Assunto complicadíssimo, porque acredito que todos desejamos que o sistema penitenciário não se resuma a um depósito de pessoas não gratas à sociedade, mas sim que seja um período de punição e de chance para se poder sair da criminalidade. Que a sentença seja o fim da vida bandida e não um tempo de espera para o recomeço de outras atividades ilegais.

Muitos que ocupam as vagas mais que lotadas dos nossos presídios possuem poucas chances de se livrar do ciclo crime-prisão-crime, por questões individuais e sociais. Todavia, uma parcela deste público tem a capacidade de alterar seu destino estigmatizado ao ter algemas em seus pulsos.

É a todos esses que têm vontade de se sentirem ressocializados, que a campanha se destina. Para os que continuam a se sentir completamente ignorados e não vêem vantagem em uma tentativa de entrar “na linha”, esta campanha não alcança.

Pensando agora nas instituições públicas e em nós, a sociedade, várias questões se colocam: como é possível acreditar que aquela pessoa condenada, que cumpriu sua pena, não cometerá outro crime? Como é possível diminuir o estigma do ex-presidiário? Como podemos vê-los como pessoas que erraram e pagaram por seu erro e que, portanto, merecem uma segunda chance?

Não estou por dentro dos detalhes de tal campanha, porém acredito na sua importância. O sistema penitenciário brasileiro exige medidas urgentes de mudança. Todos sabemos disso, mas fingimos que não é conosco, como se aqueles que lá estão fossem muito diferentes de nós.

Podemos nunca ter cometido delitos, mas já erramos e muitas vezes foram nos dadas segundas chances. Por que não também eles terem as suas?

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Fogueira


Robert Pasti 123RF

Estou acompanhando muitas notícias relativas ao caso da estudante de Turismo da Universidade Bandeirante (Uniban). Talvez muitos de vocês também. Cheguei a ver um vídeo no youtube sobre a noite do dia 22 de outubro.

Fiquei boquiaberta com tudo isso que ocorreu. Não interessa, em minha opinião, se a roupa dela estava muito curta ou não, se era apropriada ou não. Não interessa se ela provocou aquele alvoroço, como querem sugerir muitos, inclusive os representantes desta universidade de São Bernardo.

Lembrei de um antigo filme que vi ainda criança, “Acusados”, com a Jodie Foster ainda bem jovem. Ela, uma garçonete, é estuprada por vários homens no bar em que trabalhava. O fato de ela usar saia teria servido, como um dos elementos, para a defesa dos acusados, como se ela estivesse “pedindo” o estupro.

O que é que há? É o retorno da caça às bruxas? Este ato foi um dos maiores que testemunhei, mesmo à distância, de machismo e de preconceito contra as mulheres. Mesmo sabendo dos machismos e dos preconceitos escondidos em nosso país, fiquei boquiaberta com esse acontecimento. Como é possível em 2009, que jovens universitários se comportassem daquela maneira? Será que aqueles não eram viajantes numa máquina do tempo e vieram da Idade Média diretamente para o século XXI?

Essa explicação ao invés de me chocar iria me acalmar. Preferiria saber da eficiência de uma máquina do tempo a acreditar que as pessoas se comportam dessa maneira primitiva nos dias de hoje.

Culpar a vítima não é em nada original. E a mulher, por séculos foi, e parece que ainda é, responsável pelos atos contra ela própria. Este “ser misterioso” que provoca reações contra suas “ações demoníacas”. Insisto: essas palavras não soam como medievais?

Não apenas os estudantes participaram do ato, também as estudantes! Nunca foram somente os homens, os possuidores de discriminação ao feminino, também muitas mulheres se inferiorizam e se menosprezam.

Além disso, o fato foi tratado de maneira ridícula e vergonhosa por parte da Uniban. Vários grupos sociais estão apoiando a estudante agora, o MEC questionou a expulsão da universitária, acarretando na revogação da mesma. Parece que, recentemente, o MEC arquivou o pedido de maiores informações a respeito do caso à Uniban.

O Ministério Público está agindo e, quem sabe, consiga fazer justiça não apenas para a universitária, mas para o que ela está representando neste contexto: todas as lutas dos movimentos feministas que nos concederam direitos, antes negados às mulheres.

Se algo precisa ir para a fogueira, que sejam o preconceito e a discriminação contra as mulheres.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

A Paixão e a Escrita


Sergey Sundikov 123RF

José Castello, ao falar de um livro sobre a vida de Clarice Lispector, recém lançado, fala de paixão e de literatura. Cita diversos escritores/ras de prosa e poesia que se entregaram a paixões e palavras, vivendo as consequências da tamanha entrega.

Sempre é um ponto de interrogação o caminho percorrido por uma paixão. A linha de chegada é uma surpresa. Tal sentimento pode tanto levar à “vida” como à “morte”. Pode levar tanto à alta produtividade como à prostração.

Não há como saber. Uns embarcam e vivem como trapezistas tentando se equilibrar, outros não compram os tickets e podem se arrepender, ou não. Seja qual for a escolha, uma paixão nunca passa incólume na vida de ninguém.

O texto completo de Castello está no endereço:

http://bravonline.abril.com.br/conteudo/literatura/clarice-lispector-infelicidade-inspiradora-510195.shtml

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A morte é para todos


alexreller 123RF

Nestes primeiros dias de novembro, morreu o antropólogo Claude Lévi-Strauss aos cem anos de idade. O pai do Estruturalismo, como qualquer outro mortal, morreu.

Nunca pensei que fosse durar para sempre, afinal a morte é a única garantia. Mas não deixa de ser curioso pensar que grandes personalidades, por suas criações, sejam elas quais forem, morrem como qualquer um. O coração é um ignorante, não sabe ler nem pensar, apenas bate até quando dá.

Em nada tais criaturas especiais serão poupadas. Pensem, por exemplo: a voz de Pavarotti não evitou que seu corpo parasse de funcionar; as teorias de Freud não lhe imunizaram frente ao câncer e; finalmente, as contribuições de Lévi-Strauss, nas mais diferentes áreas do conhecimento, não lhe deram vida eterna.

Os seus “filhos”, isto é, obras, pensamentos e criações, estes sim, são para sempre. A partir deles, seus nomes e ideias viverão nos bancos acadêmicos e demais meios intelectuais.

Definitivamente o corpo humano não chega à eternidade, mas as ações realizadas durante a vida podem sim atravessar séculos.

domingo, 8 de novembro de 2009

Um beijo


Alexey Repka 123RF


Soube que o filme “I love you Phillip Morris”, exibido na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, atraiu centenas de espectadores, sendo que muitos deles ficaram frustrados pela cena do beijo entre os personagens, interpretados pelos atores Jim Carrey e Rodrigo Santoro, ter sido cortada (mas não por censura!).

Os diretores Glenn Ficarra e John Requa explicaram que o “beijo” estará nos extras do DVD. O filme entra em circuito comercial em fevereiro de 2010. Além dos dois atores citados, há também Ewan McGregor, que interpreta Phillip Morris.

É curioso que no Brasil do século XXI um beijo entre dois conhecidos atores, do mesmo gênero, cause um interesse quase juvenil por parte da plateia. Claro que se acrescenta aí o fato de Santoro ser um dos galãs do nosso país. Mesmo que este não seja o seu primeiro papel longe do arquétipo de mocinho, houve, por exemplo, a “Lady Di”, do filme “Carandiru”, só para fica na temática da sexualidade.

Raramente são atribuídos elementos afeminados a papeis de atores que vestem o personagem de galã. Afinal, este abarca o imaginário do homem forte, vigoroso, às vezes apaixonado ou distante da mulher amada.

O interessante disso é que vários atores que fazem tais personagens são homossexuais na “vida real”. Como eles são, comumente, confundidos como aparecem na tela, continuam a ser vistos como seus personagens e para manter a “imagem”, muitos guardam seu “segredo”.

A partir do final da década de 1940, o ator Rock Hudson fez muito sucesso pelas dezenas de filmes de valentões em faroestes, dramas e comédias, assim como por sua beleza. Dizem que em função dos rumores de que o ator gostava de homens, em Hollywood, seu agente o aconselhou a se casar com sua secretária. O casamento durou três anos. Ao assumir ser doente de AIDS, na década de 1980, veio à tona sua homossexualidade, visto que nesta época se pensava que tal síndrome era estreitamente ligada à comunidade gay.

Apesar de hoje ainda testemunharmos a homofobia em vários segmentos sociais, o cinema apresentar dois famosos e bem conceituados atores, cada um em seu território, se beijando na boca pode ser encarado como um avanço. Já Hudson enfrentou uma sociedade muito mais fechada para tais possibilidades.

sábado, 7 de novembro de 2009

O Ego e o Blog


Tatyana Ogryzco 123RF

“Um blog é muito melhor que o Tamagotchi, tem mais recursos, mas raramente dá sinais de satisfação, como ele quando era alimentado e limpado. É uma escrita cotidiana, mas pressupõe um enorme dum ego por parte do escritor, para supor que se tem interessados com uma certa regularidade no que se tem a dizer”.

As palavras acima são de um texto intitulado “Eu voltei (de viagem) e vim para ficar”, da psicanalista Diana Corso, que li no blog que ela divide com seu marido, e também psicanalista, Mário Corso.

Escrever um blog exige mesmo um “senhor ego” do seu autor, porque se escreve sem ter um eco imediatamente. Às vezes esse eco vem posteriormente, às vezes não. Quando não vem não significa, necessariamente, que não esteja agradando. Lógico que há possibilidade de sim estar desagradando e desinteressando o leitor!

Com isso não quero nem desmerecer quem faz comentários ou fala comigo sobre o blog, mil vezes obrigada! Vocês fazem parte de uma resposta muito carinhosa que tenho. Nem desejo pedir por isso! Até porque sou uma leitora anônima a maior parte do tempo. Leio coisas muito legais pelo mundo virtual e comumente não faço qualquer menção de entrar em contato com o responsável.

Apenas quis comentar sobre essa peculiaridade “blogueriana” que talvez quem tenha um blog saiba como é e quem não tem possa imaginar. É uma escrita solitária que deseja e talvez encontre uma companhia.

Não deixo de ver poesia e prazer em tudo isso, mas que exige um ego, exige!

No endereço abaixo está o texto completo da Diana:

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Coisas do amor: o que resiste em nós


Bojana Ilic 123RF

Facilmente constatamos as mudanças contemporâneas no âmbito dos relacionamentos afetivos. Sabemos disso de olhos fechados. A questão não é essa, mas sim o que permanece em nós em meio a tantas mudanças.

Observamos pessoas se relacionando com a agilidade do clique de um mouse ou de botões do controle remoto; porém, há um elemento que sobrevive. Que sobrevivente é esse? O desejo do encontro. Exceções existem. Há aqueles que dizem que não querem ninguém para valer, só por uma noite já está legal, o que não deixa ainda de ser um encontro! No entanto, não é deste tipo de ligação afetiva que estou aqui a falar.

Quero falar de um verdadeiro “encontro”. Com direito ou não ao romantismo. Pode ser uma companheira para as férias ou um companheiro para o cinema. Tanto faz a justificativa. Por trás dela, está um sincero desejo de estar junto com alguém. Há uma parte de um poema do psicodramatista Jacob L. Moreno que diz:

“Um encontro de dois: olhos nos olhos, face a face.

E quando estiveres perto, arrancar-te-ei os olhos:

e colocá-lo-eis no lugar dos meus;

E arrancarei meus olhos

para colocá-los no lugar dos teus;

Então ver-te-ei com os teus olhos

E tu ver-me-ás com os meus.”

Este poema fala sobre qualquer encontro, nas mais variadas circunstâncias, portanto, não exclusivamente o amoroso. O que há de bonito nele é a possibilidade de uma entrega total, de olhar o outro com os olhos do outro e vice-versa. A oportunidade de se desnudar para o outro e aceitar o seu desnudamento.

Ouve-se falar que tudo está mais banal e superficial. Muitas coisas sim estão dessa forma. Todavia, não há só isso. A herança romântica sobrevive em nós. Entre muitos amores frugais, regados com os impulsos do momento, sobrevivem ainda aqueles que são pensados, desejados, planejados com os detalhes que esses sentimentos exigem.

Os valentes seguram firme a sua vontade de viver uma história de amor e tentam resistir a esse ritmo frenético em que parece que tal história está fora de moda. Dialogam com o poeta Vinícius, acreditando que o sentimento pelo outro pode ser chama, portanto não eterna, mas é infinito o desejo de amar.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A grandeza dos detalhes




Uma das principais coisas que me chamaram a atenção quando cheguei à Inglaterra e continua a me atrair são os detalhes pensados pelos ingleses. Entre as minúcias arquitetadas, há aquelas que admiramos sinceramente e aquelas que nos pegam pela surpresa, até podendo causar riso pelas diferenças culturais.

Para exemplificar contarei dois fatos:

O primeiro, referente à foto acima. Você está em Bath, passeando com seu cãozinho em uma praça. Ao fazer suas necessidades fisiológicas na rua, os ingleses facilitam para que você, um dono consciente, pegue a “obra” de seu cãozinho e coloque na lixeira apropriada. O dono limpar as sujeiras do cão, feitas na rua, não é novidade. O novo aqui é o lixo específico para isso! Assim, evitando misturar os lixos.

O segundo episódio se relaciona com a Universidade de Essex, aqui em Colchester. Ela se localiza em uma área arborizada, há uma parte com lagos, patos, pássaros e árvores, tudo muito bonito.

Por essas redondezas, há espaço para se fazer churrasco, sendo uma excelente oportunidade para os estudantes confraternizarem. Para isso, você deve preencher um formulário (Barbecue Application) e pegar o material necessário.

Que material é esse? Coisas básicas como: extintor de incêndio, produtos de primeiros socorros etc. Impossível não lembrar dos carnavais adolescentes em São Gabriel em que os “churrasquinhos de gato” faziam o maior sucesso sem nada dessa aparelhagem. Eram somente aquelas churrasquerinhas pelas calçadas.

Sejam lixos específicos para as necessidades caninas ou instrumentos contra acidentes em churrascos, os ingleses surpreendem pela previsibilidade, tentando impor sua prudência sobre as coisas da vida. Não há como prevenir tudo, mas o que dá, eles tentam.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

"Há tanto tempo que te amo”



Assisti um filme, em DVD, chamado “Il y a longtemps que je t’aime” (Há tanto tempo que te amo). A direção é de Philippe Claudel, as atrizes principais são Kristin Scott Thomas e Elsa Zylbertstein. Todos magníficos em seus desempenhos.

Gostar ou não de um filme depende de vários aspectos: o estilo do mesmo, o momento que estamos vivendo, o contexto em que estamos vendo o filme, como acordamos etc. Há filmes que da primeira vez que vi não gostei e da segunda adorei, e vice-versa. Os filmes não mudam, somos nós quem mudamos.

Então, sugiro tal título com muita delicadeza, até mesmo para não se chegar frente a ele com tantas expectativas. Lembrem que a imaginação é quase sempre maior que a realidade.

O filme conta a história de duas irmãs que se unem após anos de separação. O pano de fundo, ou melhor, o que está entre todos os personagens é a seguinte questão: como é possível lidarmos com um passado tão terrível?

Além disso, outras perguntas surgem com o filme. Assim, como se faz para lidar com as dores e as culpas que podem contaminar nossas ações de uma hora para outra? Como sou vista e como me vejo sendo detentora de tal destino? Quais são os dispositivos que possuo que podem colaborar para retomar a minha vida? Quais são as pessoas que conseguem confiar em mim com o passado que tenho? Como sobrevivo frente aos julgamentos alheios?

Enfim, o filme não se preocupa em ter todas as respostas pedagogicamente e é essa, na minha opinião, a grande sacada dele. Ele simplesmente acontece frente ao expectador.

O filme é super bem costurado, os personagens são bem construídos, as interpretações espetaculares. Sem dúvida, você pode se sentir, como eu, testemunha de algo grande acontecendo a sua frente.

Algo bonito e doloroso, como a vida é.


Com propriedade de crítica de cinema que é, Isabela Boscov fala do filme, no endereço http://www.youtube.com/watch?v=pqofV3NMhGk.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Querer fazer e ter que fazer


Ionut Dan Popescu 123RF

Hoje em dia é quase impossível você ficar sem fazer nada de produtivo sem culpa. É um desafio da contemporaneidade essa capacidade. Você tem uma tarde livre no dia da semana, coisa raríssima. Você bem que poderia ir para casa curtir uma pipoca assistindo a sessão da tarde. Você conseguiria?

Talvez sim, mas em alguns momentos poderiam surgir pensamentos do tipo “bem que podia estar arrumando os armários”, “eu poderia ter ido dar jeito naquilo que está atrasado”. Enfim, você poderia ter feito algo mais “útil”.

Essa síndrome utilitarista que nos ronda, a ideia que a gente tem que estar fazendo coisas úteis sempre que possível acaba nos escravizando.

Uma amiga recentemente comentou comigo um texto da Lya Luft, que não li, sobre o “ter que”. Isso de nos exigirmos estar no padrão colocado (ideal, claro) de sermos super: super mulher, super profissional, super mãe, super amiga, super viajada, super bonita etc.

Não tem jeito, há coisas que temos que fazer e pronto como, por exemplo, levantar cedo e sair para trabalhar em um dia de temporal. Todavia há coisas que elegemos como “ter que” que podem ou devem ser substituídas por querer fazer.

Penso que é um exercício diário se livrar das algemas que nós mesmos nos colocamos. Mas se fomos nós que as colocamos, quem melhor para tirá-las?

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Confiança II



A cena já foi testemunhada dezenas de vezes. A corner shop perto daqui de casa não está aberta bem cedo da manhã. O fornecedor de leite e pão faz a entrega cedo. Como a loja está fechada, o que ele faz? Ora, deixa em frente à loja. Quando o dono chegar, guardará a mercadoria. Prático, não?

Faz-nos rir, claro, pela estranheza que sentimos. Como viemos do Brasil, com suas altas taxas de criminalidade, observar este hábito causa surpresa e toca naquele assunto já escrito aqui, em setembro, sobre a confiança.

Confiança, penso eu, é a capacidade humana de crer no outro. Acreditar na bondade e esquecer, deixar de lado, a maldade ou os defeitos de muitas personalidades que povoam esse mundo.

No meio a tantas notícias que lemos, ouvimos, vemos, além das experiências que podemos ter tido com o assunto violência, nos tornamos pessoas desconfiadas. Não é tão frequente nos depararmos com aqueles que, sem garantias, esperam o melhor de nós.

Isso acontece aqui. Claro que há crimes e vários problemas. Mas cenas como estas de Colchester nos faz pensar sobre o que realmente significa a capacidade de sermos fraternos.

domingo, 1 de novembro de 2009

Feiras do Livro


Andrey Khritin 123RF

Oi pessoal, para quem aprecia uma boa leitura, sexta-feira começaram as feiras do livro de Porto Alegre e de Pelotas. Além das ofertas de livros, sempre há uma programação cultural interessante.
Aproveito para sugerir bons escritores: Milton Hatoum e Clarice Lispector, dos mais densos, José Pedro Goulart e Kledir, dos leves com qualidade, além de Luis Fernando Veríssimo e sua vasta obra.

Encontrei dicas de livros de David Coimbra, Claudia Laitano e Martha Medeiros e compartilho com vocês. Os endereços do vídeo dos dois primeiros e o texto da Martha estão abaixo:




Ainda dentro do assunto, finalizo, com um blog muito legal do jornalista Carlos André Moreira e a equipe do Segundo Caderno, da ZH.