Pai e filho resolvem ir a uma exposição agropecuária, em São João da Boa Vista, interior paulista. Eles são pessoas afetivas, que não têm problema algum em expressar os sentimentos. Durante o passeio, se abraçam.
Um grupo de homens interpela os dois e questiona se são gays. Eles dizem que não, que são pai e filho. O grupo está surdo, sedento por violência e ódio. Afasta-se da dupla. Logo depois, o grupo volta e agride pai e filho, com socos e mordidas.
Isso foi noticiado hoje.
O pai teve parte de uma orelha arrancada, por mordida.
Uma barbárie.
Pessoas como estas, participantes dessa violência, estão doentes, jogam seu ódio, suas frustrações, seus desamparos e seus medos para o outro, que serve como o bode expiatório.
Para os homofóbicos, os homossexuais são responsáveis pela decadência humana, pelo declínio dos valores familiares, para as mudanças atuais nas cenas privadas. Grande bobagem! Como que essas pessoas poderão refletir sobre seus atos, se uma simples tentativa de explicação, como a que o pai tentou fazer, não é ouvida?
De que maneira, essas criaturas preconceituosas e violentas vão deixar em paz as pessoas que nada fizeram a elas?
Desde quando esses boçais têm o direito de se acharem superiores a alguém?
Provavelmente atribuir características depreciativas aos gays, seja uma maneira para que os homofóbicos consigam se ver no espelho.
Estamos cada vez mais assistindo notícias de violência homofóbica na televisão. Isso está acontecendo não porque há mais gays no país, mas sim porque esses crimes estão conquistando território nas páginas policiais. Isso ocorre quando a sociedade passa por transformações, revendo conceitos e valores, modificando seus pilares.
Apesar de nos chocarmos com o que aconteceu no interior paulista, devemos também valorizar que tenha ganhado espaço no noticiário. Isso indica ampliação de olhar social. Significa que estamos caminhando contra a homofobia.
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