Dias desses estava em uma livraria, na parte dos autores nacionais. Olhando um livro, outro, quando... vejo Clarice Lispector, que adoro, e me surpreendo: “quem” estava ao seu lado? Paulo Coelho!
Na hora pensei “Só em uma livraria para dois autores tão diferentes estarem lado a lado”. Respeito o próprio e quem goste do Paulo Coelho. Obviamente, ele publicou e vendeu muito (mundo afora, inclusive), mas convenhamos que Clarisse é literatura com L maiúsculo!
Isso me fez pensar em uma percepção até que meio antiga. Adoro livros e acompanho a lista dos mais vendidos da semana, publicada em revistas. A maioria presente ali tem a ver com o cinema, isto é, filmes que se originaram de livros e auto-ajuda. Cadê os grandes mestres ou os ótimos autores da contemporaneidade?
Uma vez que outra um ou uns pinta(m) por ali ou até resiste(m) por um tempo, mas o domínio é das “receitas” de como viver melhor e dos livros que tiveram suas histórias apresentadas no cinema.
Tendo a pensar que ler sempre é bom, independente do livro, estimula a fantasia, porém não fecho os olhos completamente para uma constatação: livro bom é livro bom, é aquele que te acrescenta, que te faz pensar, que te mobiliza e quando você termina de ler, não é mais o mesmo que começou.
Infelizmente, os que mais vendem atualmente não conseguem essa proeza. Esta só é alcançada por um grande escritor. De verdade.
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