Aron Ralston Lee
Em algumas semanas assisti a dois filmes que se assemelham por uma única razão: ambos os personagens centrais vivem uma experiência-limite. Um acorda e está dentro de um caixão enterrado em ponto exato desconhecido. O outro, em uma de suas costumeiras aventuras pelos cânions, se vê com a mão presa em uma pedra. O primeiro é ficção. O segundo é baseado na história do americano Aron Ralston Lee, de 35 anos.
O filme do caixão é “Enterrado Vivo” e o da pedra é “127 horas”. Como já está entendido, são situações horrorosas que nem queremos imaginar viver. São filmes que mobilizam angústias, mas são bem construídos, com ótimas atuações e boas histórias para contar.
Não há como não nos questionarmos sobre o que faríamos no lugar de Paul ou de Aron. Só podemos fazer isso: imaginar, saber mesmo, nem pensar.
Quantas vezes imaginamos que se tal coisa acontecesse a gente iria pirar? Aí a tal coisa acontece e não houve qualquer piração; você se manteve inteira e forte até o fim.
Essas surpresas com a gente mesmo faz da vida mais mágica e nos enchem de esperança. Muitas vezes queremos ter tanta certeza, tanto controle e, surpresas como essas, nos fazem lembrar que podemos ser surpreendidos por coisas boas também, não só com as más.
Outra coisa que tais filmes nos fazem lembrar é a finitude da vida. Mesmo que não estejamos no Iraque nem sejamos alpinistas, também estamos expostos às tragédias.
A vida é agora, fala uma propaganda capitalista. Essa frase pode ir além do consumo. Pode dizer que a vida que você tem é esta, a deste instante. Esteja com uma mochila precavida, mas salte com alegria. Invista em sua casa própria, mas saia para jantar com sua família. Durma até o meio-dia, mas ligue para aquele amigo que esteve doente e você não conseguiu falar.
Pense no amanhã, porém se lembre que só o que você tem, neste momento, é o agora.
Experiências-limite do cinema e/ou coisa parecida vivida na realidade nos mostram que sempre precisamos lembrar que viver bem é o que importa.
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