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Um dos problemas da política é que pouco sabemos dela. Nós, eleitores, julgamos candidatos e seus planos de governo de um jeito bastante leigo, digamos assim, porque afinal não somos especialistas da área.
Dessa maneira, muitas vezes não conseguimos compreender articulações políticas porque as julgamos equivocadamente. Por exemplo, para existir espaço para governabilidade algumas alianças são fundamentais, ceder em algumas coisas para conquistar outras, mesmo que a nossos olhos parece um tanto estranho.
Com isso não estou aqui defendendo uma liberdade sem responsabilidade, em que vale tudo, não. Não! Só estou comentando o fato de que pouco entendemos de política, do funcionamento dela.
Lembro-me do seriado de sucesso, de muitos anos trás, “The West Wing”, cuja história acontece nos bastidores da Casa Branca. Assistindo a série percebemos o quão complexo é governar e o quanto nem sempre fica claro para os cidadãos (e eleitores) o que deve ser feito.
O que nos incomoda na política, fora a corrupção e tantas coisas mais, é a promessa, a expectativa que o/a candidato/a planta em nós nas vésperas das eleições, que várias vezes não se materializa no período de governo.
Isso faz parte do jogo. O discurso político exige que a pessoa que queira ocupar um cargo público, como vereador, prefeito, deputado estadual, federal, senador, governador e presidente, fale do que ela idealiza, do que julga como certo a ser feito. Se efetivamente será feito vai ser visto depois.
Mesmo que nos programas de governo e nos debates se discuta a verba para realizar os planos, nós sabemos que é somente depois da posse que tudo será colocado a pratos limpos.
Às vezes falta vontade política, às vezes falta competência, às vezes faltam verbas, às vezes as coisas dão certo. Não existem branco e preto no jogo político. Precisamos estar atentos e analisar o que é possível, o que está sendo feito, o que não e o que é “conversa de oposição”.
O que me impulsionou a escrever este texto é que estou aprovando o governo Dilma. Mesmo que tenham tido ministros investigados e perdendo cargos, discutíveis ações do Ministro da Educação, aumento da inflação, para citar alguns dos problemas que ocorreram nesses primeiros meses de governo.
Não votei na presidente. Mas estou gostando de seu jeito discreto, sem nada de “carnavalesco”. Creio que ela tem uma visão da corrupção muito mais acertada que seu antecessor. E mesmo que não concorde com todos os seus pontos de vista, poderia dizer que dentro do possível, acredito que ela possa continuar fazendo um bom governo.