Por quem você colocaria a mão no fogo? A resposta dependerá da sua leitura da realidade e de suas experiências. Talvez você cite quatro nomes, nenhum nome, somente o seu ou liste uma dezena ou mais de pessoas que você acredita conhecer completamente.
A pergunta inicial é somente o gatilho para pensar sobre conhecer as pessoas. Achamos que conhecemos muitas, porém esquecemos que na maioria das vezes conhecemos o que o outro nos deixa ver. Conhecemos a máscara, a superfície, porém o que acontece no “quarto escuro”, quando ninguém está vendo é sempre um mistério.
Facilmente você lembrará um caso surpreendente de ter achado que sabia quem estava ao seu lado e, meu deus, era alguém muito diferente!
Não quero plantar a desconfiança crônica, pois viver com ela seria uma tragédia, desejo é pensar em conjunto como seria interessante sempre deixarmos um espaço em branco para observarmos, percebermos sem os automatismos do “velho conhecido”, para as coisas ruins, ok, mas principalmente para as coisas boas.
Esse espaço em branco serviria como uma oportunidade para o outro mostrar o seu lado generoso, empático, forte, delicado, enfim que possamos iluminar esse encontro com o lado bom do outro.
Você pergunta: E se for o lado ruim? Bueno, faz parte também. E façamos desse encontro com o feio do outro da maneira mais produtiva possível, que a gente aprenda que ninguém é perfeito, que faltas são toleráveis. Porém, atenção, construa sua “régua” para suportar até o possível, o “seu” possível.
Não precisamos colocar a mão no fogo por ninguém, nem por nós mesmos, conhecemos e confiamos, mas sabemos que mudamos ao longo da vida. E isso é muito bacana, faz a vida ser menos rigidamente previsível e ser uma caixinha de surpresas.