quinta-feira, 10 de junho de 2010

Agentes de saúde e o Caso do Maranhão

oleksiy 123RF


Os agentes de saúde costumam ser o elo entre Estado e sociedade. São eles que vão até lugares de difícil acesso para verificar a situação médica, psicológica, social, enfim são funcionários do Estado à serviço dos cidadãos.

Isso não quer dizer que às vezes não haja erros de comunicação, que os agentes não cheguem a determinados grupos ou que não denunciem algo completamente fora do padrão, um crime.

No povoado de Experimento, no Maranhão, foram os agentes de saúde que colocaram fim a uma situação cruel: um agricultor de 54 anos manteve por dezesseis anos a filha como sua refém. Vítima de estupro, abusos físicos, cárcere privado, abuso intelectual, a moça de 28 anos (a violência começou quando ela tinha 12) mal sabe se comunicar, não tem qualquer rede social, era mantida isolada com seus sete filhos, frutos do incesto.

Choque. Esta é a palavra. Sempre que conhecemos histórias como essas, ficamos boquiabertos com a crueldade humana. O filme “Anjos do Sol”, de Rudi Lagemann, lançado em 2006, conta a história de uma menina, Maria, de doze anos, que foi vendida e leiloada até chegar em um prostíbulo em uma pequena cidade, próxima a um garimpo, na floresta Amazônica. O dono do estabelecimento é um cafetão violento, vivido pelo competente Antônio Calloni.

Em um determinado momento do filme, há uma cena em que um agente de saúde chega até o prostíbulo e constata que uma das meninas da “casa” tem o HIV. Apesar de tentar fazer seu trabalho e ser bem intencionado, o agente, sozinho, não conseguiu salvar aquelas garotas.

Comparando os casos, a realidade se pareceu mais com a ficção, isto é, os agentes de saúde, ao denunciarem o caso do Maranhão, colocaram fim ao sofrimento diário daquelas vítimas do pai/marido/avô.

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