sexta-feira, 11 de junho de 2010

A necessidade do supérfluo

Studio Porto Sabbia 123RF


No jornal Zero Hora li uma frase de Oscar Wilde: “A única coisa necessária é o supérfluo”. Não sei em que contexto o escritor fez tal afirmação, não conheço minuciosamente sua obra, mas a frase me fez pensar.

Não tenho nenhuma dúvida de que o arroz e o feijão, uma casa que abrigue, boas condições de saúde, educação, transporte e emprego são itens essenciais a uma vida minimamente digna. Porém, o supérfluo é necessário. Não chego a ponto de Wilde, mas que o “a mais” colabora para uma vida mais colorida, colabora mesmo.

Não estou falando de consumismo, coisas de grife, nada disso. Falo da soma que pode ocorrer ao acrescentarmos detalhes na nossa rotina básica.

Caminhar ao sol, experimentar culinárias, curtir um chá, colocar a mesa para almoçar quando se está só, enfim eleger como importantes comportamentos que não são fundamentais.

Há pessoas que pensam concretamente e assim agem na vida. Por que pintar as unhas se não tem festa? Por que usar a prataria da casa se não tem um evento especial? Por que entrar no restaurante indiano se aquele de sempre é bom? Por que usar uma lingerie nova sozinha em casa? Enfim, é preciso ter criatividade e valorizar as pequenas coisas para a vida ter o nosso tom.

O básico “todo mundo” deveria ter ou tem, mas o supérfluo depende do investimento afetivo que colocamos em nossa prática de viver e assim, vivermos a vida que escolhemos para nós.

Se esse texto tivesse trilha sonora seria “Comida”, um clássico dos Titãs. Vai lá:

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