Kirk Jones dirigiu o filme “Estão todos bem”, refilmagem do filme italiano “Estamos todos bem”, de Giuseppe Tornatore, com Marcello Mastroianni. A história do viúvo que resolve retomar o laço afetivo com seus filhos nos faz pensar sobre a paternidade e suas expectativas.
Robert de Niro é o protagonista de “Estão todos bem”. Com a morte da esposa que servia como elo entre ele e seus quatro filhos, ele decide visitar de surpresa sua prole. São várias surpresas, principalmente a dificuldade que os filhos têm de serem sinceros e espontâneos com o pai.
Como disse, o filme nos faz pensar sobre as exacerbadas expectativas que muitos pais têm de seus filhos, o quanto eles impõem um plano seu para a vida de seus descendentes. Ao mesmo tempo em que esta esperança pode ser um motor para estimular as potencialidades, ela pode enjaular e causar muitas frustrações.
Os filhos, ao se sentirem investidos destas esperas, geralmente reagem tentando corresponder. Ver nos olhos do pai o orgulho. Mas pode não ser tão simples. Algumas vezes, o que os pais querem não é o mesmo que o filho deseja; outras vezes, o filho até pode querer, mas não consegue. Enfim, nem sempre o desejo vira realidade e aí cabe aos pais e aos filhos modificarem suas expectativas e descobrir outros caminhos.
O desafio para pais e filhos é encontrar um caminho comum, onde amor, aceitação e respeito imperem a relação. Nem sempre os filhos correspondem, assim como nem sempre os pais se comportam conforme o esperado. Há uma distância entre o que se espera e o que se é. O que vai tornar flexível este encontro é a capacidade de pais e filhos se verem em suas completudes e particularidades, sem o peso de uma expectativa solitária e exacerbada.
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