domingo, 19 de dezembro de 2010

Foi pro saco



Estava na minha casa, à noite, sozinha. Precisei ligar a luz para procurar uma coisa e encontrei algo inesperado. Com susto,  percebi aquela coisa marrom, com anteninhas e grande, grande demais para quem tem medo dela. Era uma barata.
Eu, como um montão de gente, tenho asco a esse bicho. Nojo total, desde a infância. Naquele dia, já adulta, na minha própria casa, o medo infantil veio, mas a racionalidade venceu. Era ela ou eu.
Se eu não a matasse, como iria andar pela casa com tranquilidade? Precisava ser corajosa. Sem tempo para pegar inseticida ou vassoura, ela já havia notado minha presença e também meu terror. Peguei meu chinelinho e fui com tudo.
Gente, quem já matou barata sabe, ela não se entrega. Custa a morrer. Não fui apenas assassina, fui uma torturadora da barata! Uma cena patética, eu sei.
Estava eu lá, quase 22h de uma sexta-feira, batendo, batendo o chinelo contra a pobre coitada. Ou a pobre coitada era eu que estava tremendo de nojo e medo daquele inseto marrom?
Curei-me do trauma, mesmo que ainda esteja com olhos atentos procurando uma amiga, quem sabe uma familiar atrás da desaparecida. Aqui em casa, nesse sentido, não há negociação, me transformo em uma policial do BOPE e não adianta elas pedirem para sair. Acabam no saco!

2 comentários:

  1. kkkkkkkk Amiga, sensacional esse texto! Compartilho ctg meu asco com relacao a essa coisa marrom, de anteninhas, nojenta demais!
    Hate cockroach!!!!

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  2. Minha culpabilidade (ou nojo) não me deixa retirar às vezes o cadáver do local do crime. Será um troféu do assassino sádico ou um lembrete do pecador? O pior é que mesmo retirando as evidências fico lembrando A Metamorfose de Kafka, o relato mais nojento e angustiante possível para um ser humano.

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