sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O Bilhete



Em uma visita a casa da minha sobrinha (5 anos), peguei um caderno da “Moranguinho” e folheei até encontrar o que parecia ser um bilhete e pela letra bem maior do que as linhas do caderno, percebi em um segundo que era de autoria da minha sobrinha.
No bilhete dizia “Te amo e te adoro, mas não me “covide” para nada. Me “descupe”. Um beijo” Perguntei a ela do que se tratava e ela me explicou.
Era uma comunicação de sacada para sacada. De vidro para vidro, ela e sua vizinha, também amiga, de 7 anos, se comunicavam. Como minha sobrinha havia chegado da escola e ia tomar banho, não podia brincar naquele momento e estava expressando tal mensagem pela escrita do bilhete.
Sou coruja, eu sei, mas não é uma graça tudo isso?
Fazer parte disso é algo único, impossível de mensurar o ganho.


Um comentário:

  1. Temos um vínculo, mas não podemos ter uma atividade. Parece a definição de uma amizade virtual. Mas quando um casamento se aproxima disso, a relação fica literalmente por um fio, apoiando-se nos bilhetes.
    Também se parece a algo que pode ocorrer numa psicanálise de divã, definida como um trabalho sem atividades de amizade externa.

    Mas no caso das meninas, resta saber como a destinatária do bilhete entendeu a mensagem. Terá entendido? O testemunho dela fecharia o ciclo da comunicação: a descodificação do receptor.

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