sexta-feira, 16 de julho de 2010

Polêmicas

Arunas Gabalis 123RF

Seleciono três assuntos polêmicos desta semana que termina.
Primeiro, na terça-feira, a Assembleia Nacional Francesa aprovou o projeto de lei que proíbe o véu islâmico integral em espaços públicos. Assim, entende-se que o uso de véus cobrindo o rosto está contra as regras da sociedade francesa.

Isso me fez pensar em A., uma moça muito querida que conheci quando morei na Inglaterra. A. é árabe, e estava na Inglaterra, porque seu marido fazia lá seu doutorado. Éramos colegas, convivemos por algumas semanas. Nenhuma vez, nenhum dia eu vi seu rosto. O que mais me lembro dela são seus olhos, única parte facial de fora, e suas mãos gesticulando, como que substituindo os movimentos da boca que não via.

Pensei no sofrimento de A. de não poder ir à França, visto que é impensável para mulheres religiosas como ela, mostrar rosto, cabelos e outras partes do corpo em lugares públicos.

Das três polêmicas que cito aqui, esta é a mais difícil para mim. Fico dividida entre pensar que o véu é uma opressão ao feminino e pensar que se trata de traços culturais que devem ser respeitados. Preciso de um tempo para pensar, quem sabe.

Segundo, o presidente Lula assinou um projeto que passará na Câmara e no Senado contra qualquer tipo de castigo corporal imposto pelos pais contra os filhos. Neste caso, facilmente me posiciono: sou contra palmada, beliscão, puxão de cabelo, qualquer coisa do gênero! Não consigo compreender como se dá uma educação a partir desta atitude.
Vejo a palmada e afins como formas que os adultos encontram para aliviar o estresse, a irritação provocada pela arte e desobediência do filho. Não um instrtumento educativo.

Tal projeto levantou muitas críticas; afinal há aí uma interferência do Estado na educação familiar. Porém, seus idealizadores afirmam que muitas das palmadas "evoluem" para surras, então, a lei seria uma maneira de evitar, ou uma tentativa de evitar, a violência doméstica. Além disso, a ação de Lula vai de encontro a uma lacuna no ECA (Estatuto da Criança e Adolescente) que não especifica se os maus-tratos condenados, são morais ou físicos.

Terceiro, a Argentina se tornou o primeiro país da América Latina a conceder direitos civis aos casais formados por pessoas do mesmo sexo, isto é, casamento, herança, adoção, enfim, casais hetero e homossexuais são vistos, desde ontem, como iguais, com os mesmos direitos.

O Senado Argentino fez bonito.

Como a Argentina, outros países tratam os casamentos gay e hetero do mesmo modo. São eles: Holanda, Bélgica, Espanha, Canadá, África do Sul, Noruega, Suécia, Portugal, Islândia.

O lado B é formado por aqueles países em que têm pena de morte para os gays (sim, existe isso!?): Afeganistão, Iêmen, Irã, Somália, Arábia Saudita, Mauritânia, Sudão, Nigéria.

Polêmicas que preferi não comentar:

a. O caso do goleiro Bruno;

b. A pensão que Sthefany Brito vai receber, depois de seu casamento de nove meses, eu disse nove meses!, com o jogador Pato.

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