sexta-feira, 9 de abril de 2010

Corre-Corre

mayamaya 123RF


Já estamos no quarto mês do ano. Quarto! Não parece que o tempo voou? Não parece que foi ontem o primeiro do ano? Cada vez mais, temos a sensação de o tempo correr. Como se estivéssemos em uma esteira que não para nunca. Estamos frequentemente olhando o velocímetro ou o relógio. Sempre atentos para não haver atraso ou esquecimento.

“Correria” é uma palavra usualmente empregada para caracterizarmos nosso cotidiano. Estamos correndo, então não conseguimos dar conta dos prazeres e deveres que assumimos. Renunciamos ora a um ora a outro. Ainda recordamos de como antigamente tudo era mais lento, melhor, tudo era mais tranquilo.

Atualmente, temos tecnologias que nos fazem adotar ainda mais compromissos. Por causa das facilidades dos celulares, dos laptops passamos a ter menos tempo conosco e mais tempo com a agenda. O que poderia facilmente ser deixado, sem qualquer grave consequência, para amanhã é realizado hoje. Apressadamente.

Nossa relação com o tempo está mudando, ou já mudou mesmo. Vivemos o ócio com culpa, nos cobramos por qualquer coisa, como se estivéssemos nos introjetado uma ampulheta em que o prazo estivesse terminando.

Frequentemente podemos acabar o dia pensando em várias coisas que não foram feitas, escrevemos lembretes, anotamos na agenda coisas que não podemos esquecer. Tempo curto para tantas coisas.

Penso que é isso aí, não poderemos desacelerar a velocidade do mundo. Nosso desafio é buscar a saúde no meio de tanto corre-corre. Buscarmos momentos de lazer para respiramos. Procurarmos todos os dias selecionar o que é possível fazer e o que é desejável postergar. Aliviar a culpa por não ser super-herói. Manter em equilíbrio a responsabilidade e a sensatez. Sabedoria e paciência para lidar com o trânsito cada vez mais doido, pessoas cada vez mais ocupadas e com o tempo que parece cada vez menor. Necessitamos encontrar um jeito de viver o tempo sem se queixar de seu tamanho.

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