segunda-feira, 26 de abril de 2010

Distrito 9

O filme “Distrito 9” não é para todo mundo. Principalmente por causa da violência. O enredo é o seguinte: em Joanesburgo, África do Sul, uma gigantesca nave estaciona sobre parte da cidade. As autoridades descobrem que dentro dela estão milhões de alienígenas desnutridos, doentes, em sofrimento. A nave estragou e eles não conseguem voltar para seu planeta. Desta maneira, na cidade é criada uma área destinada para eles, é cercada a fim de evitar, sem sucesso, a mistura entre humanos e alienígenas. Nesta “favela”, muitos crimes ocorrem, a desordem impera e o governo resolve transferir os extraterrestres para outro local. Não continuo para não perder a graça de quem ainda não viu e quer assistir.

O filme é um impacto pela violência, porém não só por ela, mas predominantemente pela precariedade humana dos ditos humanos.

Os “ETs” são “os outros”, os estranhos, os “do mal”, mas o filme denuncia que essa separação não existe, e que os ETs estão certos e errados, dependendo do contexto. Aliás, a gente “torce” para os alienígenas, são eles os que nos causam empatia, apesar da aparência um tanto repugnante. Os seres humanos, em “Distrito 9”, são os preconceituosos, os que discriminam, os que não se colocam no lugar do outro, os que não compreendem a diferença do outro.

No fim das contas, não estamos falando de seres de outros planetas, estamos falando de negros, índios, homossexuais, judeus, palestinos, enfim, grupos que uma vez e outra se sentem segregados por parte da sociedade que não consegue lidar com o diferente e compreendê-lo. Os alienígenas de “Distrito 9” são tão gente como você e eu: a metáfora é clara.

Como mencionei no início do texto, não é filme para todo mundo, mas para quem se sentir atraído pela sinopse, afirmo: vale a pena.

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