quinta-feira, 8 de abril de 2010

Eduardo Kac

Kac regando florEdunia

Uma exposição no Rio de Janeiro, no Oi Futuro, marcou a comemoração dos trinta anos de carreira do artista plástico Eduardo Kac. Carioca da gema, Kac mora há vários nos Estados Unidos. Sua obra mais famosa e polêmica foi “GFP Bunny”, de 2000. Tratava-se de uma coelhinha que, com os meios da Engenharia Genética, se tornou fluorescente. Melhor, uma coelhinha com GFP (Green Fluorescent Protein). A Coelha Alba foi criada com um gene encontrado na água-viva; dessa forma, quando uma luz azul é incidida sobre ela, seu corpo fica verde.

Estando no Rio, decidi ir ao Flamengo e ver a exposição intitulada “Eduardo Kac: Lagoglifos, Biotopos e Obras Transgênicas”. Estava disposta a viver uma experiência nova e que mobilizaria bastante estranhamento, ainda mais que não sou do campo da arte.

Vivi o que mais ou menos havia imaginado. O que vemos em uma exposição como estas não são quadros como os de Picasso, Veermer, ou esculturas de Claudel, Rodin. O que vemos são coisas que não estamos acostumados, como a florEdunia, onde há uma mistura genética do DNA da petúnia e do DNA do artista. Kac é pioneiro da bioarte e da arte transgênica.

Mesmo que o estranhamento ainda permaneça, foi muito interessante a visita. Entregar-se ao desconhecido ou ao que não estamos habituados é uma experimentação difícil para colocar em palavras, pois está mais na ordem do sentir. O que se pode dizer é que vale a pena.

Vivemos em tempos que urgimos de explicações, resultados, produtividade que o encontro com a arte nos chama para a vida real, para a criatividade e as possibilidades de existir. Kac é fenomenal, como tantos outros, em nos mover para fora de nossa rotina-bolha.

Para saber mais: http://www.ekac.org/

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