quarta-feira, 14 de abril de 2010

The Pacific


No domingo, ocorreu a primeira parte da série “The Pacific” (na HBO, às 22h) produzida por Steven Spielberg e Tom Hanks, os mesmos de “Band of Brothers”, outra minissérie com a mesma temática: a segunda guerra mundial.

Em “The Pacific” o cenário, como o nome sugere, é o Pacífico, e os inimigos não são nem os alemães nem os italianos, mas os japoneses. À primeira vista, a série, em minha leiga opinião, agradou.

O que causa mais impacto, claro, é a própria guerra. Mesmo que vejamos centenas de produções do gênero, não há como não se sensibilizar com homens lutando, principalmente, contra seus próprios medos. A marca humana, a racionalidade, característica que nos difere dos macacos, se torna completamente enfraquecida e distorcida.

Não estou querendo dizer que os americanos, assim como os russos, por exemplo, não deveriam ter participado da Segunda Grande Guerra. Eles foram fundamentais para acabar com a “maluquice” começada por Hitler. Sei claramente de que lado estou; porém, isso não faz diminuir a percepção de quão violenta, burra e cruel uma guerra é.

Há uma cena no primeiro episódio muito forte: um soldado japonês está prestes a morrer, após fogo cruzado, ele está em pé e com gritos enfrenta o exército inimigo. Balas atingem seu corpo em órgãos não fatais, um certo “sadismo”, digamos assim, de alguns soldados americanos que desejam a morte lenta do rival. Até que um dos fuzileiros, apenas espectador do acontecimento, finalizou a agonia do japonês ao atirar contra um órgão vital.

Interpreta-se a cena como o momento em que o soldado americano percebe que o inimigo é igual a ele, que não é nenhum monstro, apenas um homem servindo ao seu país. Após esta cena, o mesmo soldado olha os pertences na mochila do japonês. Uma foto, talvez dos pais do soldado nipônico, uma bonequinha típica do Japão, provavelmente um presente de despedida, enfim, o americano vê o inimigo não como simplesmente um alvo, mas como um ser humano. Aquele homem, seu inimigo, é igual a ele. Isso é o mais triste e difícil nas histórias de guerras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário