domingo, 31 de outubro de 2010

sábado, 30 de outubro de 2010

Partos




Tenho uma amiga, também psicóloga, que trabalha com gestantes. Em um bom papo nessa semana, descobri com ela algo que já deveria saber, mas não sabia.

As cesarianas alcançam números altos no Brasil, sendo na maioria das vezes sem indicação real para isto. Dentre os partos normais feitos, uma minoria é humanizado.

O parto ideal seria aquele em que o bebê comanda, isto é, quando ele está pronto envia “sinais” de que a hora do nascimento chegou. Quando há razões para a cesariana, a técnica é excelente, porém ela foi banalizada, ou melhor, naturalizada, e vista como a “melhor” maneira de ganhar um filho. Assim, não é incomum que o bebê nasça antes do tempo, antes de ele “querer” nascer porque o que acarretou seu nascimento não foram seus sinais e sim um cálculo em um consultório médico.

O parto normal deveria ser sem indução, sem massagens na barriga, sem dores dilacerantes, porém a fim de apressar o nascimento, muitos hospitais usam como regra geral a indução, isto é, medicamentos colocados no soro para “agilizar” o processo, o que causa muitas dores à parturiente. Além disso, é comum haver um corte que poderia ser desnecessário.

O que eu deveria saber e não sabia? Que a maioria dos partos normais feitos no Brasil ocorre sob indução, fazendo com que muitas mulheres vivam esse momento que deveria ser tão feliz, com um sofrimento desnecessário. A pressa cotidiana está influenciando também os nascimentos de nossos bebês.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Máquina do Tempo

Ruslan Zalivan 123RF



Na crônica de ontem, do jornal Zero Hora, Martha Medeiros escreveu sobre um livro que começou a ler e depois de muito interessada perdeu a vontade de seguir a leitura. Ela parou no momento em que surge uma máquina do tempo, e daí ela reflete sobre o seu desinteresse em ir para o passado e para o futuro. Identifiquei-me completamente.

Apesar de estranhar minha aparência que não tem mais o viço dos 20 anos, não voltava de jeito nenhum para a adolescência, por exemplo, e muito menos gostaria de me ver aos setenta, se lá chegar. Gosto do tempo presente, hoje. No máximo o ontem e o amanhã, mas décadas para trás e para frente, nem pensar!

Lógico que poderia fazer algumas coisas diferentes, me tranqüilizar em relação a inquietações e preocupações infrutíferas que tive anos atrás ou que tenho agora e, estando no futuro, saberia se faz sentido ou não os medos que posso sentir. Mesmo com estas “vantagens”, passo adiante a passagem.

Quase sinto um interesse por uma máquina do tempo para ser uma paciente de Freud, por exemplo, assistir uma aula de Foucault, estar em um show do Queen, conhecer culturas passadas. Notem, não tem qualquer relação com minha vida em si, mas com momentos e personagens históricos. Juro que pela impossibilidade real disso, não ganha qualquer importância na minha mente uma viagem como essa.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Frase de Betinho - em clima eleitoral


"Quando vou votar, penso na história do candidato, nas suas alianças e programas, mas principalmente na história política dele: o que faz e que partidos, cargos e experiências concretas já teve".
(Herbert de Souza)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Segunda-feira

Kuang Ying-Chou 123RF



Segunda-feira começa e junto com ela duas coisas podem acontecer: nós pensarmos ansiosamente se daremos conta das duzentas tarefas da semana ou pensarmos em como curtiremos melhor as atividades dos próximos dias.

Não temos dúvida de quanto o rolo compressor atual nos impele para sermos cada vez mais “dinâmicos”, ou diria, mais estressados. Aí é urgente a necessidade de nos impormos.

Lógico que há coisas não negociáveis, porém as flexíveis vão nos ajudar a mudarmos nossas velas segundo o vento e a nossa própria vontade de destino.

Entramos no funil da correria sutilmente, quando vemos já faz parte de nossa rotina e, com isso, corremos o risco de o lado poético da vida não ter espaço para existir.

Que a segunda-feira não seja apenas, para muitos de nós, o primeiro dia de trabalho da semana, mas que também seja a chance de desacelerarmos um pouquinho para apreciarmos a paisagem.

domingo, 24 de outubro de 2010

Frase de domingo

Ionut Dan Popescu 123RF


"Sentir tudo de todas as maneiras, viver tudo de todos os lados, ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo..."

(Fernando Pessoa)

sábado, 23 de outubro de 2010

Cela 211




O filme “Cela 211”, de Daniel Monzón, conta a história de Juan Oliver, um carcereiro que um dia antes de assumir seu posto decide fazer uma visita ao seu local de trabalho. No momento em que dois colegas apresentam o presídio a ele, acontece uma rebelião e Juan, sem conseguir fugir, finge ser o preso da cela 211. Em um contexto de tensão, ação e angústia, o filme de produção espanhola e francesa se passa.

A violência é um dos personagens principais do filme. Ela não é um mero meio de apresentar a história, é mais. A agressividade aqui perpassa todos os personagens. As idiossincrasias humanas são expostas, e neste cenário não há lugar para a simplificação bons versus maus. Os personagens tais como as pessoas da vida real são muito mais complexos que esta tentativa simplificadora de julgamento. O filme sai do lugar-comum por esta razão.

“Cela 211” venceu com méritos os prêmios Goya de melhor filme, melhor direção, roteiro adaptado (o filme é baseado no livro homônimo de Francisco Perez Gandul), ator (Luis Tosar, que faz o Malamadre), ator revelação (Alberto Ammann, que interpreta Juan Oliver), atriz coadjuvante (Marta Etura, por Elena, esposa de Juan), som e montagem.

Confira o trailer:


sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A euforia e a angústia

Ionut Dan Popescu 123RF



Li que um dos mineiros resgatados no Chile, Edison Peña, foi internado em decorrência de uma forte crise de angústia. Mesmo sem detalhes de seu estado psicológico, podemos compreender com facilidade sua fragilidade psíquica.

Fala-se também do fato de vários outros colegas de Peña estar exagerando no consumo de bebida alcoólica nos últimos dias, nas festas em homenagem a eles.

Foram sessenta e nove dias de confinamento involuntário e claustrofóbico. Apesar de ter havido uma equipe multidisciplinar que fez um ótimo trabalho com os mineiros, isso não significa que não haveria consequências emocionais de experiência tão avassaladora.

O que a equipe fez foi minimizar os danos e prevenir outros. Todavia, não é surpresa que alguns dos confinados apresentem sintomatologia traumática, que parece destoar da eufórica postura da mídia, deles mesmos em alguns momentos e da sociedade em geral.

Daqui por diante segue um tipo de operação de resgate fase dois, isto é, eles ainda precisam de cuidados. Não estão inteiros e prontos para tocar a vida. Eles passaram por muitas adversidades e agora em suas casas precisam digerir todas as angústias acumuladas e reconstruir pedaços de si.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Os Bandidos de Gravata



Se o primeiro filme “Tropa de elite” denunciava a corrupção policial e parte da classe média que, ao consumir substâncias ilegais, contribuía com o tráfico e sua violência, no segundo filme de José Padilha, lançado há poucas semanas em mais de seiscentas salas de cinema no país, a classe política é o alvo.

Roberto Nascimento, vivido pelo ótimo Wagner Moura, enfrenta não apenas a corrupção policial como também a política. O bandido de gravata nos enoja. Sua fala demagógica, sua falsa postura de estar a serviço de sua comunidade, quando na verdade defende apenas o seu bolso e a sua imagem, causa indignação a qualquer cidadão.

Sentimos raiva dos engravatados e dos que usam a farda sem ter qualquer honra para vesti-la. Padilha consegue em seu filme retratar uma realidade difícil de aceitar.

Como disse, há momentos do filme em que você tem vontade de “pedir para sair”, para usar um dos bordões do Capitão Nascimento, porque são por demais ordinários esses criminosos fantasiados de políticos. Por causa de suas gravatas, é comum escaparem do destino que merecem: a prisão.

Site do filme:

domingo, 17 de outubro de 2010

Frase do Domingo

Daniil Kirillov 123RF

"Não creias impossível o que apenas improvável parece."

(William Shakespeare)

sábado, 16 de outubro de 2010

Llosa e o Raviólis

Foto Fernando Gomes


O peruano e ganhador do Nobel de Literatura, deste ano, Mario Vargas Llosa esteve em Porto Alegre nesta semana para realizar sua conferência no ciclo Fronteiras do Pensamento.

Após o evento, optou por voltar ao hotel e jantar sozinho.

No restaurante do hotel fez seu pedido: uma salada e raviólis. A salada, infelizmente, não estava do seu agrado e na reportagem que li não havia detalhes a respeito disso. Para esperar o raviólis, Llosa começou a ler o ótimo “Dois Irmãos”, de Milton Hatoum, que recebeu de presente de Sergius Gonzaga.

Quando estava na página 60, percebeu que a massa não havia chegado e chamou o garçom. Encabuladíssimo, o funcionário se desculpou, o pedido havia sido esquecido. Poucos minutos depois, enfim, o raviólis chegou. Frio. Com a sabedoria comum de um grande escritor e pensador, Llosa disse que o fato poderia virar um conto.

Não sei o nome do hotel, mas é certo que é um estabelecimento no qual deveria constar um serviço de alta qualidade, sobretudo em seu restaurante. Seu gerente e sua equipe merecem um puxão de orelhas, não porque falharam com um hóspede ilustre, mas porque cometeram um erro grosseiro.

Ninguém está imune ao equívoco, porém esquecer um pedido e posteriormente, trazer o prato esquecido frio é de um amadorismo sem tamanho, ainda mais se tratando de um restaurante de hotel cinco estrelas, que imagino ser.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Frase do Dia

Alexey Repka 123RF

"Não tenho um caminho novo. O que eu tenho de novo é um jeito de caminhar."

(Thiago de Melo)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Domingo de Sol

Tatyana Ogryzko 123RF


O último domingo foi um lindo dia. Quando o domingo está assim sempre me lembro daquela música do Tim Maia, “Um dia de domingo”. Não sei dizer exatamente o porquê. Talvez porque goste do cantor e goste da música. E ela fala de um domingo. Também me recordo que comprei o CD no Rio. Rio rima com sol. Pronto, resolvi tudo.

Essa engrenagem, que uma coisa leva a outra que leva a outra, costuma fazer parte do trabalho “psi”. Às vezes ouço pessoas dizendo que “atuaram” como psicólogos pois ouviram seus amigos e deram conselhos. Sorrio pela intenção da minha interlocutora, mas o papel “psi” está muito além disso.

De vez em quando tenho experiência com pessoas que procuram a psicoterapia com a ingênua e esperançosa vontade de que o terapeuta, no caso, eu, resolva seu problema. Alguns esclarecimentos e semanas depois, tudo fica no seu lugar. Nem sempre é fácil.

Você já reparou que muitos de nós podemos colocar a responsabilidade da ação no outro? Na maturidade, isso significa que algo não está bem. Somos nós os autores da nossa vida. Mesmo que o outro possa colaborar e de forma significativa com a nossa caminhada, somente nós que damos o tom e a cor da vida que levamos.

Aquela famosa frase de Sartre que não sei se reproduzo literalmente: não importa o que fizeram conosco, o que importa é o que fazemos com o que fizeram conosco.

É claro que há exceções, como todas as “regras”, porém na maioria das vezes a coisa é conosco mesmo. Ao pararmos de culpar o outro podemos nos concentrar no que é efetivamente o nosso problema: nossa dificuldade em enfrentar nossas angústias e dar um novo sentido a elas.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Fênix

Foto: Cezaro de Luca/EFE


Dia 05 de agosto de 2010. Deserto do Atacama, Chile. Mais um dia de trabalho para 33 mineiros. Em poucos segundos algo acontece e muda para sempre a vida daqueles trabalhadores. Ocorre um desmoronamento que prende os 33 mineiros em uma galeria a 700 metros abaixo do solo.

Desespero dos familiares, dos amigos, de todos. Dezessete dias após o desmoronamento, as equipes de resgate conseguem contato com os mineiros.

A partir desse momento, começou uma operação de salvamento que teve a madrugada de hoje seu ponto ápice: a saída dos mineiros. Em uma estreita cápsula, batizada de “Fênix”, alguns socorristas desceram, um a um, até o ponto em que os mineiros estavam. Ali se dava o início da reta final da ação de resgate, iniciada em agosto.

Cada mineiro, um por um, saiu do subsolo, usando equipamento de segurança e com uma emoção que podemos imaginar e constatar nos veículos de comunicação. O mundo olhava com apreensão e êxtase a saída de cada mineiro.

O clima, influenciado especialmente pelas famílias dos mineiros, de alívio e alegria, após tantas semanas de angústia, medo e fé, transborda das imagens que vimos.

Mesmo sem conhecer aqueles homens, seus rostos nos emocionam pela força e resiliência que tiveram ao suportar um desafio tão medonho.

Estes homens ao serem resgatados voltaram à luz. Nasceram novamente.

Seus nomes: Álex Vega, Ariel Ticona, Carlos Barrios, Carlos Bugueño, Carlos Mamani, Claudio Acuña, Claudio Yáñez, Daniel Herrera, Darío Segovia, Edison Peña, Esteban Rojas, Florêncio Ávalos, Franklin Lobos, José Ojeda, Jimmy Sánchez, Jorge Galleguillos, José Henríquez, Juan Aguilar, Juan Llanes, Luís Urzúa Iribarre, Mario Gómez, Mario Sepúlveda, Omar Reygada, Osman Araya, Pablo Amadeo Rojas Villacorta, Pedro Cortés, Raúl Bustos, Renán Ávalos, Richard Villarroel, Samuel Ávalos, Victor Segovia, Victor Zamora, Yonny Barrios.

É importante salientar a bravura também de todas as pessoas que participaram desta inédita operação de salvamento.

Uma última coisa: em épocas de tantas tragédias e violência, não é ótimo uma história como essa ganhar espaço nos telejornais?

(No momento em que termino este texto, o último mineiro, um dos líderes do grupo, é resgato. A operação será dada como encerrada ao sair, pela cápsula, o último socorrista)

Os detalhes do resgate você pode conferir em um infográfico, no seguinte endereço:


terça-feira, 12 de outubro de 2010

Dia das Crianças




Crianças dentro de vocês, acordem!

Às vezes ficamos tão envolvidos no mundo adulto, nas preocupações financeiras, profissionais e familiares que podemos abafar o devir-criança.

Não somos mais crianças, eu sei. Igualmente compreendo que muitas das características próprias da infância já não nos cabem bem. O que quero mobilizar não é toda a infância, mas uma parte dela.

O lado criança que consegue ser leve e espontâneo. Que é capaz de brincar, ver graça nas coisas mais triviais. A criança-circo que faz rir e ri de si mesmo. A criança sensível que se deixa levar pelos instantes mágicos que a vida pode instaurar.

Enfim, que neste dia das crianças não estejamos atentos somente aos pequenos que nos rodeiam, mas também a parte infantil saudável que temos dentro de nós.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Tropa de Elite 2 – A Espera




Sexta-feira. Estreia do filme “Tropa de Elite 2” em mais de seiscentas salas de cinema. Pelotas está dentro. Meu marido e eu passamos o dia cogitando a ideia de ir. À tardinha resolvi ligar para o cinema e confirmar a sessão.

Abertura de parênteses: há alguns anos, faceira fui para ver a estreia de um filme, em uma sexta-feira, na primeira sessão da noite. O filme não havia chegado ainda. Desde aí, criei desconfiança permanente no cinema daqui. Talvez aquela vez tenha sido a única, porém passei a conferir por telefone se a sessão está confirmada. Fechamento de parênteses.

Nesta mesma semana li a respeito do efeito histérico das compras dos ingressos do show de Paul McCartney. Facilmente poderia também me recordar o auê que foi nas salas de cinema em que passava “Avatar”, no verão passado. Ambas as coisas me passaram batido.

Pelas 18h liguei a fim de confirmar se haveria a sessão do filme do Capitão Nascimento.

Quem adivinha? Lógico que todos os ingressos estavam esgotados não apenas para a sessão das 19h, como a posterior. Foi muita ingenuidade nossa acreditar que iríamos chegar quinze minutos antes, comprar os ingressos e assistir mais um filme bacana de José Padilha. Vai ficar para a próxima. Quando a sala estiver menos cheia.

domingo, 10 de outubro de 2010

Aborto Político

Daniil Kirillov 123RF


Não sou eleitora de Dilma Rousseff, preciso esclarecer, porém estou incomodada com as discussões acerca de sua posição frente ao aborto. Ela afirmou ser favorável à descriminalização quando não era candidata e agora, visando ocupar o principal posto político brasileiro, quis distorcer sua opinião. E isso pega mal.

Nem é essa maquiagem que a campanha de Dilma tenta fazer a respeito do assunto, que me faz escrever neste momento. O que me incomoda é o fato de a religião, e especialmente a relação entre esta e o aborto, entrar na campanha.

Assunto polêmico significa que aspectos complexos o rodeiam. Nenhum assunto simples rende tanto debate. Assim, tento simplificar o que não é simples.

O aborto é assunto de saúde pública. Mulheres fazem abortos diariamente em nosso país. Fazem isso na clandestinidade. Isso significa que não há vigilância em relação às práticas nessas clínicas. Não há um padrão a ser obrigatoriamente seguido. O respeito à higiene e aos cuidados básicos que a intervenção exige depende da boa vontade e da consciência ética do médico e demais profissionais da equipe.

Religião é uma coisa. Política é outra. O que para a religião é pecado não significa necessariamente que é crime no Estado. Essa separação é importante, afinal leis são leis, crenças são crenças.

Como disse anteriormente, Dilma não recebe meu voto, porém me identifico com ela nesta postura frente ao aborto. Aliás, me identificava porque parece que ela “mudou” de ideia.

sábado, 9 de outubro de 2010

A vaca não foi para o brejo

A vaca Cowó(p)tica, sumida da Cow Parade, voltou às ruas de Porto Alegre!
Mais informações nos sites:

Procura-se uma vaca



O título traduz uma verdade. Procura-se uma vaca em Porto Alegre. Não é vaca que dá leite, mas dá algo igualmente importante: arte. Estou falando da exposição Cow Parade que já ganhou o mundo e está atualmente em Porto Alegre.

Uma das obras sumiu no centro da cidade, especificamente na esquina da Coronel Genuíno com a Fernando Machado. O artista da estátua desaparecida é Lucas Dalla Costa, o trabalho levou um mês para ser produzido.

A primeira Cow Parade ocorreu em 1999, nos Estados Unidos. Desde então fez sucesso em várias cidades do mundo. Lembro que a primeira vez que vi a Cow Parade foi em São Paulo, na avenida Paulista. Tais estátuas de tamanho natural, feitas em fibra de vidro são pintadas por artistas locais selecionados mediante concurso.

Nosso olhar automático, tentando responder à rotina é capturado e surpreendido pela arte. Neste caso, por estas vacas coloridas, colocadas em lugares-chave que nos tira do trivial.

Uma lástima este furto. A arte perde. A cidade perde. Nós perdemos.


O link da notícia está abaixo:

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1§ion=Geral&newsID=a3068257.xml

Obs.: O humor também aparece nesta hora. Um amigo do meu marido, em seu twitter, postou ótimos comentários! Que o nosso humor consiga superar nossa vergonha...

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Sobrevivência

Vladimir Voronin 123RF


Em vários momentos da vida nos deparamos com sobreviventes. Não me refiro às pessoas que saem vivos de desastres aéreos, acidentes de trânsito, violência urbana. Falo daqueles sobreviventes de outras tragédias.

Violência doméstica, abuso sexual, estupro, humilhações recorrentes, violência verbal, física e psicológica. Frente a estes bravos feridos e às lágrimas, nos emocionamos ao vermos que eles não entregaram suas almas. Elas foram preservadas pela pulsão de vida que estas pessoas carregam em si. Com sorte, ainda encontram um suporte para curar suas feridas.

Nos surpreendemos com a capacidade humana de aguentar tantas dores e adversidades. Como determinada pessoa conseguiu se manter firme, mesmo em pedaços, até se sentir capaz de fugir, encontrando uma forma de escapar.

Às vezes conheço pessoas com estas experiências no meu trabalho. Ao mesmo tempo em que me choco com a maldade, me emociono com a resiliência presente em muitos de nós, e em todos aqueles que sobreviveram ao verdadeiro caos.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Paul

mayamaya 123RF


Paul McCartney vem ao Brasil. Todos já sabemos disso. Rádios, jornais e internet registraram com euforia a vinda do ex-Beatle. Nada contra. Essa algazarra toda é justificada por dois aspectos: primeiro, o cara era da banda Beatles, considerada uma das melhores bandas que já existiu; segundo, estamos no Brasil, muito longe do circuito rotineiro desse tipo de show.

Confesso que não sou fã e que não tenho interesse em ir a este show, porém compreendo o frenesi. Agora que é um tanto engraçado e patético ao mesmo tempo é. Vejam, não me refiro apenas ao Paul, mas a qualquer “grande espetáculo” que temos no Brasil ou aqui no sul. Questiono essa postura deslumbrada, que pode chegar perto do ridículo.

Reconheço o valor musical desta banda de Liverpool e reverencio Paul. Sem dúvidas, eles foram geniais e se tornaram um marco na história da música ocidental, porém não me sinto à vontade em um cenário de idolatria.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

O twitter, o Facebook e eu



Vocês já sabem que o Casa está no twitter. O que muitos ainda não sabem, é que ele também está no Facebook. Quer dizer, é meu nome que está lá, mas foi pensando muito no blog, no que ele pode crescer ao transitar em outros meios.

Cabe uma ressalva: amigos queridos que estão e que virão a estar adicionados no Facebook, não se entristeçam. É muito bacana voltar a ter contato com pessoas que moram longe, com amigos mais pertinhos e com todos aqueles que conheço e gosto.

Acho que já peguei a manha do twitter, não consigo estar muito ativa porque tenho pouco espaço na agenda. Acredito que daqui uns dias estarei mais acostumada e quem sabe, mais criativa?

O Facebook já me parece um desafio maior. Tem mais estímulos. São frases, fotos, links. Misturam-se pessoas que você não vê há dez anos com outras que você viu ontem. É uma heterogeneidade legal, sem dúvidas.

Facebook: conseguirei dar conta? Uma afirmação eu tenho a dizer: não é fácil ser malabarista com tantos aplicativos. Haja fôlego.

Amigos, tenham paciência. Logo pego no tranco!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A dor que sangra

Ruslan Zalivan 123RF



Na revista Veja dessa semana, Cissa Guimarães ocupa as páginas amarelas. A entrevista tem como assunto principal seus dias após a morte trágica de seu filho, Rafael, de 18 anos, no Rio de Janeiro, dia 20 de julho deste ano.

Suas palavras me soaram espontâneas e sinceras, de acordo com a imagem que temos da atriz. Algo que ela disse me fez escrever hoje: perguntada como estaria seu estado de espírito neste momento, Cissa diz que está sangrando.

Sangrar é um verbo que usamos quando sentimos uma dor dilacerante, não só dói, sangra. Sabemos que na “escala”, a dor da perda de um filho está no topo. Você deu à luz, como pode pensar em enterrar seu próprio filho? Somos todos, pais ou não, sensíveis a esta situação.

Como na vida, as regras nem sempre são justas. Isto acontece. O que nos toca como injustiça, simplesmente compõe os fluxos da vida. Vamos ao céu e ao inferno durante nossa caminhada.

A dor que sangra é aquela que aperta, que transborda de nós. Aquela em que o choro tenta encontrar um sentido para tudo que está acontecendo. A dor que sangra é aquela em que vemos o mundo com outras cores e outros tamanhos. A dor que sangra pode ficar latente por algum tempo, curto, claro, e quando volta, parece que é a primeira vez.

Ela dói e sangra porque parece pesada demais para darmos conta. Como se nosso corpo não fosse capaz de suportar o que sente. Essa dor que sangra nos coloca mais próximos da morte e da vida.

Quem sobrevive a essa dor consegue a muito custo e com vários “curativos” retomar a vida. A pulsão de vida, citada por Cissa, pode ser maior e mesmo amputada, outro termo dela, seguir em frente.

domingo, 3 de outubro de 2010

O Blog e o Twitter

Tatyana Ogryzko 123RF


Uma grande amiga tem twitter há um tempo e gosta desta rede. Já havia me falado a respeito, mas eu estava desinteressada por completo, afinal eu já tinha uma ferramenta nova para aprender: o blog.

Um ano se passou e então me senti atraída pela rede que nos possibilita uma escrita de até 140 caracteres. Ontem, dia 02 de outubro, cadastrei o Casa no twitter.

Não sei exatamente o objetivo de estar lá, talvez enviar recadinhos sempre que possível, enviar frases bacanas ou melhor, descobrir experimentando o que de mais legal poderá ser feito no twitter.

Estou me permitindo enfrentar um desconhecido sem tanto preparo, sem ter pensado antes, de forma quase obsessiva, sobre o que fazer e o que não fazer no microblog. Deixo a ansiedade de lado, fico à espreita para aprender no meu ritmo quais benefícios para o Casa serão colhidos lá.

O blog, claro, continua o principal terreno que piso. Sabem que tento escrever diariamente, nem sempre consigo, porém tudo continua igual por aqui. O twitter se tornou um complemento, uma extensão do blog.

Bom domingo!

Um beijo!

sábado, 2 de outubro de 2010

Casa no Twitter


Pessoal, novidade!!
O Casa está no twitter também!! www.twitter.com/casadcha
Um beijo!

Eleições




Amanhã é o dia das eleições. Hora de exercemos nossa cidadania e reverenciar a democracia. É a possibilidade de fazermos nossas escolhas, mesmo que nem sempre nossos candidatos sejam os vencedores.

Uma das coisas boas do final das campanhas políticas, que acredito ser quase unânime, com exceção dos próprios candidatos, é dar fim aos inúmeros carros de som dos que desejam vagas na Assembléia e na Câmara, em Brasília.

É muito chato ficarmos ouvindo as músicas sem parar. Para de um candidato, começa de outro! E aqueles que usam bicicleta? Mais lenta a travessia, mais tempo com a mesma música.

Ainda penso nas pessoas que dirigem os carros ou bicicletas. Está certo que aceitaram o trabalho, mas será que ganham tampões? Deveriam. Depois do som super alto, há as bandeiras. Tenta passar incólume em hora do rush por dezenas delas? Uma aventura.

Os cavaletes são retirados até às 22h e são recolocados a partir das 6 h. Apesar de poluir, é melhor que antes, quando postes, muros, enfim, as ruas eram tomadas por “santinhos”.

O programa gratuito eleitoral, na rádio ou na TV, nos exigiram paciência e nos renderam muitas risadas. Ainda bem que havia coisa interessante para ver. Claro que tivemos que ter boa vontade para aguentar os bobos e vislumbrar os que tinham conteúdo.

Como nas eleições passadas, há aqueles “palhaços”, sem programas de pleito, propostas reais. Alguns desses terão mega votos. Talvez uma forma de protestar. Ainda acho que melhor protesto é votar em gente boa mesmo, que entenda do assunto ou que se mostre com boas condições de aprender o que precisa.



Para quem gosta de política, indico o blog do meu marido, que é cientista político e professor da UFPel:

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Eca!



Uma consumidora gaúcha ganhará indenização de uma empresa. Ela entrou na justiça contra uma fabricante de pipoca doce porque há dois anos, sua filha ao abrir o pacote para comer as pipocas, encontrou um rato morto, em estado de putrefação. Eca!

A empresa tentou se defender, dizendo que provavelmente a responsabilidade seria do estabelecimento que vendeu o pacote. A justiça já decidiu, a favor da consumidora.

Ninguém está livre de encontrar algo nojento na comida. Cabelo é comum, uma vez ou outra a gente encontra, infelizmente. Mas bicho parece ainda pior.
Algumas categorias de animais são piores que outras. Por exemplo, encontrar formiga não acho tão terrível, diferente encontrar um rato, uma barata, uma aranha, uma minhoca, pedaço de sapo. Ai, só de escrever já arrepia!

Em minha cidade natal, quando criança, uma noite encomendamos um lanche de um restaurante conhecido da cidade, que hoje não existe mais. Bem, quando pegamos as fatias do pão para abrir, talvez para colocar catchup, não me recordo, tinha uma barata morta! Eca!

Nenhum lugar que trabalha com comida está livre de um “acidente”, seja esse local um restaurante ou uma fábrica, porém com medidas de segurança e cuidado muitos “encontros” desagradáveis poderiam ser evitados.

Afinal, ratinho “mimoso” só esse aí de cima ou dos desenhos animados e filmes infantis, não?