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Em vários momentos da vida nos deparamos com sobreviventes. Não me refiro às pessoas que saem vivos de desastres aéreos, acidentes de trânsito, violência urbana. Falo daqueles sobreviventes de outras tragédias.
Violência doméstica, abuso sexual, estupro, humilhações recorrentes, violência verbal, física e psicológica. Frente a estes bravos feridos e às lágrimas, nos emocionamos ao vermos que eles não entregaram suas almas. Elas foram preservadas pela pulsão de vida que estas pessoas carregam em si. Com sorte, ainda encontram um suporte para curar suas feridas.
Nos surpreendemos com a capacidade humana de aguentar tantas dores e adversidades. Como determinada pessoa conseguiu se manter firme, mesmo em pedaços, até se sentir capaz de fugir, encontrando uma forma de escapar.
Às vezes conheço pessoas com estas experiências no meu trabalho. Ao mesmo tempo em que me choco com a maldade, me emociono com a resiliência presente em muitos de nós, e em todos aqueles que sobreviveram ao verdadeiro caos.
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