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Com certa regularidade tenho contato com professores. Estou assustada com o baixo preparo dos nossos educadores. No Zero Hora de domingo (30/05), uma reportagem especial deu atenção a esta classe. Não falarei disso. Apenas comentarei o que tenho visto nos últimos tempos.
Antes de qualquer coisa, preciso esclarecer que há professores muito competentes que não merecem qualquer crítica. Meu assunto se dedica àqueles que precisariam de uma reciclagem ou de um preparo prévio mais qualificado.
Não podemos deixar de lado o baixo salário “professoral” e o baixo status da profissão. São fatos que influenciam negativamente a classe. Tal profissão, para a maioria, infelizmente, não é escolha, é “o que deu para fazer”. Mais uma vez afirmo: há educadores por vocação sim. Falo de outra parte.
Sendo então não por opção, mas “o que deu”, muitos estudantes de pedagogia se tornam profissionais poucos identificados com a rotina escolar: estudo e alunos.
Além disso, há questão séria de baixo nível cultural entre tais estudantes/profissionais. Não estou falando de dinheiro, nada disso, me refiro às pessoas que têm pouco conhecimento acerca de história, cultura, arte, dos acontecimentos atuais, da língua portuguesa e, por fim, com pouca capacidade crítica de se posicionar frente a uma discussão.
Percebo muitos educadores patinando no discurso da mesmice, exigindo melhores salários, com razão, mas com pouca bagagem profissional. Educadores medíocres são deles que falo e não daqueles que orgulham esta porção tão fundamental de nossa sociedade: a educação.
Gostaria de poder sugerir uma receita para colocar tudo em ordem. Não sei. O que tenho certeza é que precisamos, todos nós, olhar com mais exigência e seriedade a situação de muitos dos nossos professores que escrevem errado, que não fazem uma pós-graduação competente, enfim, que estão tão paralisados e defasados como seus salários.