quinta-feira, 6 de maio de 2010

Um Crime Cruel




Assisti agora o telejornal. São 20h20min, terça-feira. A notícia que me fez vir ao teclado e compartilhar meu impacto diz respeito à menina adotada por uma procuradora aposentada do Rio de Janeiro que sofreu maus tratos por esta.

Na reportagem, apareceu uma gravação em que a mulher é bastante estúpida com a menina de apenas dois anos. Além disso, fotos mostram os olhos roxos e inchados da pequena e testa também machucada. Um horror.

O encontro entre a menina e uma equipe psicológica não ocorreu hoje, porque a criança chorou muito ao tentarem afastá-la dos funcionários do abrigo em que ela está. Com medo e pavor, quer ficar com quem tem pelo menos um pouco mais de intimidade. Esta menina, como todas as crianças, quer e merece proteção e segurança.

Uma estagiária do Conselho Tutelar acredita que a senhora de cabelos louros e moradora da “cidade maravilhosa” faça parte de uma seita em que a menina seria parte de uma oferenda futura. Não parece um filme de terror?

Quem dera. É a realidade, bem estampada para nós. Esta mulher é doente, sem dúvidas, tem alguma coisa errada com seu psiquismo. Dela só me importo em saber sua punição.

Quem me interessa é a menina. Como esta garotinha de apenas dois anos vai lidar com tamanho sofrimento? Enganam-se quem pensa que ela por ser pequena irá esquecer e superar logo tudo isso. Não, provavelmente, e infelizmente, não.

A infância tem valor ímpar no desenvolvimento do aparelho psíquico, dos afetos, da relação com o outro. Adultos que foram crianças sofridas, muitas vezes, sentem suas consequências, mesmo depois de atingirem a maioridade. Então, a infância deveria ser bem cuidada e protegida. Às vezes, não é. Cabe a nós, pais, educadores, profissionais da saúde, Estado remediarmos o que não foi prevenido.

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