terça-feira, 11 de maio de 2010

Abacavir

aliola 123RF


Abacavir é um antirretroviral utilizado por muitos pacientes, crianças e adultos, com HIV/AIDS. Comumente, estes pacientes usam um coquetel, isto é, uma combinação de remédios que tem a função de controlar o vírus no organismo, deixando, assim, o sistema imunológico menos vulnerável às doenças oportunistas, como pneumonia, toxoplasmose etc. O abacavir pode fazer parte deste combinado.

Fazer dar certo o coquetel nem sempre é fácil, porque há muitos efeitos colaterais, e, às vezes, é na segunda ou na terceira tentativa que o paciente se sente bem e seu organismo responde adequadamente ao fármaco.

Imaginemos, desta forma, que uma pessoa toma um coquetel com o abacavir e está muito bem, sem hospitalizações, sem doenças oportunistas, tudo conforme o desejado: o vírus está indetectável. Aí surge um problema, externo a ela: a falta do abacavir!

O governo deixou de abastecer os Serviços de Assistência Especializada (SAEs) com este remédio. Quem não é do meio pode pensar que basta substituir, mas nem sempre isso é possível.

A composição do coquetel para cada paciente é feita meticulosamente. Não é simples, nem um pouco. Então, pacientes que estão muito bem podem ficar doentes, pacientes que aderiram ao tratamento podem ter uma recaída com a tentativa da substituição.

Lembro de conversas que me envolvi quando fazia o mestrado, cujo tema foi mulheres com HIV/AIDS, que esta era uma preocupação: a possibilidade da falta de um medicamento. Elas se perguntavam o que iriam fazer caso isso acontecesse. Como é um tratamento bastante caro e, felizmente, subsidiado pelo governo federal, desde os tempos do Fernando Henrique, faltar um remédio é um caos. Não se pode comprar nenhum deles em farmácia comum, mesmo que houvesse dinheiro para tal compra.

Dá para imaginar a preocupação destes pacientes e seus familiares com essa falta.

Em alguns estados, há pouco, a medicação voltou a ser distribuída pelo Ministério da Saúde. Ainda não no Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Alagoas, mas quem sabe é só uma questão de tempo. Fiquemos de olho.

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