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Na edição da revista Veja desta semana, é mostrado o resultado de uma pesquisa, realizada pela Fundação Carlos Chagas, que revela que apenas 2% dos estudantes de escolas públicas e privadas pensam em fazer o curso de pedagogia, isto é, dedicar sua vida ao ensino. Além disso, essa pequena porcentagem de atraídos pela labuta escolar pertencem ao grupo dos 30% com as piores notas no histórico de notas.
Se existisse um mundo perfeito, os professores seriam as pessoas mais bem valorizadas, reconhecidas social e financeiramente. Vocês têm noção da importância dessa profissão?
Nesse universo ideal, os professores falariam dois idiomas, no mínimo. Viajariam regularmente para apresentar trabalhos, participar de congressos e também por turismo. Eles comprariam livros frequentemente, faltando espaço em casa para a biblioteca.
Eles teriam televisão a cabo, que disponibiliza programas mais culturais, iriam a cinemas e teatros, como quem vai para o restaurante no domingo.
Os mestres teriam condições de morar bem, de comer beber, de se vestir adequadamente, enfim, as questões básicas seriam atendidas plenamente. Ainda conseguiriam fazer poupança!
Na escola, seriam respeitados pelo seu conhecimento e por sua competência no ensino e no trato social. Os pais os veriam como auxiliares na educação e vice-versa.
Estes profissionais teriam escolhido a pedagogia por vocação, por gostar de ensinar e de estudar. Nem pensar uma opção feita por esta ser a única porta aberta para o ensino superior!
Escapei para a idealização, porque o fato é muito sério: os nossos professores estão na UTI! Esperança é necessária, eu sei, mas quando lemos que a educação está fraca e que não se trata apenas de alunos preguiçosos e indisciplinados, mas também daqueles que deveriam dar o exemplo... Ai, é demais!
O que me faz respirar melhor é lembrar que há professores que resistem a essa onda. São competentes e não se entregam a queixas contra o governo, contra o sistema etc. Cumprem seu papel, apesar de tudo, com maestria, e nos fazem pensar que o mundo ideal poderia existir, pelo menos, em partes.