terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Pichações

Andrey Khritin 123RF


No centro da minha cidade, um prédio antigo foi restaurado. Há pouco ficou pronto e muito bonito. Passei por ele uns dias atrás e fiquei inquieta quando vi uma pichação. Não grande, de tamanho média, em cor preta.

A marca invasora em nada tem a ver com aquele prédio que marca a história da cidade, como as demais construções antigas. A pichação mancha, estraga, empobrece.

Nunca pichei e nunca tive amigos que fizessem isso para afirmar com mais propriedade o que vou supor. O que faz alguém pegar seu spray e pichar? Às vezes vemos declarações de amor, hoje menos comuns, vemos símbolos de grupos, um nome, uma reclamação. Assim, são várias as vontades por trás da mão no spray.

Mesmo assim, eu generalizaria dizendo de duas uma: ou a pessoa quer estragar o que está ali, o que muito faz sentido quando o local pichado foi recém construído ou restaurado, ou a pessoa quer se incluir nessa beleza.

As reclamações ganham voz nos muros não apenas para o seu fim claro, reclamar, como também para mobilizar os transeuntes em relação a questões sociais. As declarações de amor saíram dos muros e ganharam espaço na pele, sob forma de tatuagens. É um jeito de gritar ao mundo o amor que alguém sente e o seu desejo de amar. Símbolos de grupos estão nas ruas para marcar um território e uma identidade.

Enfim, pichar, em minha opinião, deixa a cidade mais suja e mais bagunçada. Se os pichadores parassem um pouco para pensar em seus impulsos com o spray poderiam, em vez de fazer sujeira, fazer arte, se talento tiverem.

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