domingo, 7 de fevereiro de 2010

A Teoria do Som

oleksiy 123RF


Certamente você já esteve na rua e passou por você um carro com som, ou seja, um carro emitindo um som altíssimo. Se você não teve tanta sorte assim ele estacionou perto de onde estava, e aí uma música ensurdecedora emudeceu seu papo. Se a sorte se foi de vez, a música é do estilo que você detesta. Aí, falta pouco para você ir embora ou mudar de lugar.

Dias desses estava atenta ouvindo o rádio no carro, quando outro carro parou ao meu lado na sinaleira. O “vizinho” tinha caixas de som no porta-malas a todo vapor. Ele não se contentou em ouvir a sua música; quis compartilhá-la com quem estivesse nas ruas por que passava.

Logo pensei em uma teoria: a pessoa é tão sedenta por ser ouvida, não se sente escutada, que precisa, mediante a música, se expressar, se fazer presente. O pobre coitado necessita de potentes caixas de som para se sentir mais “gente”. Ele tem o desejo de gritar ao mundo suas necessidades, suas vontades, seus pensamentos e seus sentimentos e, por alguma razão, é calado; então, pela música, realiza sua frustrante intenção.

Claro que essa teoria pode ser uma furada, a criatura pode ser surda ou simplesmente gostar de música alta e não estar nem aí para os outros. De um jeito ou de outro se sentir invadida por uma música altíssima, cujo volume não está sob seu controle, é uma chateação.

3 comentários:

  1. Ou o moço é um autista necessitado de estímulos fortes e repetitivos, ou é um abandonado da mãe, a quem ele grita o mais que pode, ainda como criança. O primeiro é narcisista; o outro, busca contato. Na rua são chatos, mas o psicólogo estuda para tratá-los (se quiserem, e usualmente não querem).

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  2. O "elemento" é um mal educado.
    Impotente, usa o que tem, no momento, para mostrar poder.
    No carro, é o som.
    Em outras ocasiões, o que usará ?

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  3. Quem usa o som é por querer gritar, ser ouvido. Quem quer agredir, impor-se ou atacar não se satisfaz com gritos, usa as mãos ou instrumentos manuais. As duas opções têm significados paralelos, poderiam até coincidir na mesma pessoa, mas o que grita é menos raivoso, é mais um desesperado. Pode ser tranquilizado com atenção. Mas o violento manual precisa de coisas para golpear.

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