O filme “Guerra ao Terror”, cuja direção coube à Kathryn Bigelow, é impactante. Incomoda, não se fica indiferente frente ao que assiste. Aliás, você até pode ficar sem dar uma palavra, mas seus pensamentos estarão pipocando.
A história gira em torno de três personagens, soldados americanos no Iraque, que têm a missão de desarmar bombas, presenças constantes nas ruas iraquianas. Só com isso já dá para imaginar a tensão do filme.
Bombas são um estresse. Guerra é um estresse. Contudo, ao final do filme, você não ficará estressado. Pelo contrário, você estará sensibilizado com a dor da guerra. Uma dor já conhecida ou imaginada por nós; porém, ela aqui é exposta de uma forma peculiar.
Você é tocado pela dor dos civis e, principalmente, pela dor de soldados, que tentam cumprir sua função, em meio aos seus próprios medos, ao desespero das situações, ao caos afetivo que vem como consequência.
Você compreende, mais do que nunca, as mazelas durante a guerra e o estresse pós-traumático, que é comum em experiências de guerra, estudadas por tantos estudiosos, como os psicanalistas Freud e Bion.
Entre poeira, moscas, destroços e paisagem bege, os soldados tentam sobreviver, enfrentar e elaborar o que veem e o que fazem. Nem sempre conseguem evitar os efeitos colaterais, porque se trata de um contexto tão árido e tão desumano que é impossível passar incólume por ele.
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