Denis and Yulia Pogostins 123RF
Nos dias em que quase tudo é descartável, não é fácil se manter. Antigamente, as coisas duravam bastante. Herdavam-se utensílios domésticos da avó, os discos do avô e cuidavam dos casacos com esmero que provavelmente o filho ou até o neto usariam.
Atualmente, a validade dos objetos é curta e, pasmem, a nossa, também. Precisamos ficar atentos para não cairmos no “lixão”.
O que me assusta não são tanto as tecnologias que nos fazem ficar obsoletos logo que saímos com o mais novo laptop, ou qualquer outro do gênero, da loja. O que me dá medo é essa ideia do descartável invadir outras áreas, aliás, acho que já invadiu.
Não nos apegamos ao que é descartável. Ele vai fora, sem rastros, mesmo que sua decomposição demore séculos. Pode ser substituído imediatamente por outro descartável que cumprirá a mesma missão e terá o mesmo destino.
E quando o assunto não é o copo de plástico, mas gente? Sim, há pessoas que veem as outras como descartáveis. As tiram de suas vidas com a mesma velocidade com que estas entraram, sem dar qualquer chance a um investimento afetivo, a uma experiência que mais se aproxime de um momento real de estar com o outro.
A tolerância à frustração está baixa, então não são muitas as pessoas que suportam o risco da rejeição, de ter de ajustar seus desejos ou expectativas. As pessoas, de um modo geral, querem as coisas ao seu modo e no tempo que elas mesmas estipulam.
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