Tetyana Kulikova 123RF
A personagem Juliette da comédia francesa “Tudo por Prazer” se apaixona pelos caras errados, por pessoas que não gostam dela e tem dificuldade de reconhecer aqueles que verdadeiramente se interessam por ela. Esta afirmação não é insight meu: a personagem ouve de alguém em um determinado momento do filme.
Assim como Juliette, muita gente ama quem não demonstra qualquer sinal de reciprocidade. Os motivos são diversos. Um deles é o medo de viver uma relação.
Sabemos o quanto dá medo assumir um relacionamento, assumir os papeis, manter a harmonia, ajustar os desejos e administrar os conflitos. E, principalmente: gerir o medo de perder o outro.
Dessa maneira, quando se entra em uma “furada”, digamos assim, a pessoa está segura de que não vai precisar enfrentar todos os desafios citados acima. Ok, você me dirá que ela sofrerá muito mais nesse caminho, e provavelmente seja verdade; todavia devemos lembrar que, para muitos, esse sofrimento já é um velho conhecido, portanto, escolhido, pois não amedronta. Temos medo do desconhecido, certo?
Gostar de quem não gosta da gente ocorre por vários aspectos, um deles pode ser esse medo do instável equilíbrio de uma relação amorosa.
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