segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Politicamente Correto

Olga Drozdova 123RF


De uns tempos para cá, o politicamente correto tem dominado ou quase dominado partes do lazer de nossa sociedade. Filmes, novelas, propagandas, piadas etc têm aderido à ideia do politicamente correto. Os que escapam são muitas vezes perseguidos.

Nós sabemos o quanto a mídia exerce influência sobre nosso comportamento, leia-se a mídia como as atividades citadas no parágrafo anterior. Nem as canções infantis, como a “Atirei o pau no gato”, conseguem passar incólumes a este filtro.

O grande problema, em minha opinião, que o politicamente correto possui é querer se estender por todas as áreas.

Quando falo dos que escapam, não estou me referindo a coisas de mau gosto e vulgar, mas daqueles que tentam retratar a vida como ela é, cheia de incoerências e instabilidades.

Chamou-me atenção no seriado “A Cura” que o personagem principal, Dimas, fuma e aparece em várias cenas com cigarro. Reconheço todos os males do tabaco e não sou tabagista, mas mostrar um personagem assim sai da linha “chatonilda” que tem de ser tudo certinho, mostrar exemplos na televisão.

Um dos autores desse seriado é João Emanuel Carneiro, o mesmo que fez “A Favorita”, marcada não apenas como uma história bem feita, mas também por se negar a fazer da dramaturgia uma bandeira social.

Prefiro o meio termo. Por exemplo, passe livre para Dimas, porém cartão vermelho para propagandas de cerveja em que aparecem mulheres consideradas “gostosas” ou craques do futebol, associando prazer ou esporte ao hábito da cerveja. Você reparou que não há, faz tempo, propagandas de cigarros? Por que há de bebidas alcoólicas?

Então, ao invés de adotarmos o politicamente correto, adotamos o bom senso, é necessário flexibilidade para que não nos tornemos caçadores de bruxas ou permissivos com o que supostamente nos faz mal.

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