Selecionei comentar dois aspectos que fazem parte do enredo, mas sem me deter na obra de Christopher Nolan, o mesmo diretor de “Amnésia” e “O Grande Truque”.
Primeiro: Um aspecto pode existir em qualquer um de nós: não deixar algo ir embora.
Determinados acontecimentos ou pessoas que não deixamos seguir o seu caminho. Os retemos em lembrança, obsessivamente, necessitados de sua presença. Tudo tem seu tempo, sabemos disso. Então, nada mais compreensível que deixemos a porta de saída aberta. A grande questão é que nem sempre queremos esta despedida. Mesmo que soframos com isto, desejamos essa recordação sombria por variadas razões.
Segundo: como você sabe que a realidade que você está vivendo é mesmo a realidade? Esta pergunta é uma dos debates a respeito do filme. Não irei tão longe, mas questiono: não há momentos em que você não parece estar na realidade? Não é papo de “maluco”, não. Nem me refiro à questão onírica. Falo daqueles instantes em que você parece desconectado, que o chão não está mais ali. Verdade que não é recorrente, do contrário, deveríamos nos preocupar. Especificamente, quando você se depara com algo ou alguma notícia que provoca uma tremenda sensação de estranhamento, de que o mundo, o seu, está despencando.
No primeiro caso, devemos estar atentos à porta de saída. No segundo, atentos à de entrada: o hall da realidade que mesmo árida é o berço de nossos sonhos.
Sobre o filme mesmo, Isabela Boscov:
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