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Quando meu marido e eu fomos embora da Inglaterra, deixamos as chaves do apartamento que alugávamos na caixa de correspondência. O nosso landlord ficou de nos repassar o dinheiro do depósito de garantia adiantado, que é costume naquele país, para servir de segurança, digamos assim, que todas as contas foram pagas, como as de luz, água, essas coisas.
Chegamos ao Brasil divididos. Enquanto meu marido duvidava que o landlord cumpriria sua palavra, eu, mais entusiasmada com o jeito inglês de ser, discordei: acreditava que o dinheiro chegaria até nós.
Bem, ele está chegando. Um amigo inglês que mora no Brasil assumiu o intermédio entre nós e o landlord. Assim, nossa história terá um “happy end”.
O que chama a minha atenção nisso é a nossa “surpresa” quanto ao fato do dono do apartamento que moramos cumprir a sua palavra. Se ele não nos devolvesse o dinheiro, ficaríamos provavelmente acomodados, sem ter o que fazer. Mas não, independente do fato de estarmos em hemisférios diferentes, Mister O. honrou o seu compromisso.
Em período eleitoral, quando exageram em promessas, achei interessante compartilhar uma história em que a palavra vale como deveria valer. Muito.
É fato amiga! O negócio lá funciona mesmo assim, o que eu, particularmente, acho ótimo. Tu investe dobrado no primeiro mês, e em função desse "depósito", ao liberar o imóvel, eles te devolvem o mesmo valor. O nosso landlord era um turco super jovem e tinha várias casas naquela zona onde morávamos pra alugar. Cumpriu sempre com a palavra, pois como tu bem sabes, é tudo verbalizado. hehehe. Esses dias até indiquei ele para uma amiga que ainda reside lá e estava a procura de um flat. Como seria se fosse aqui no Brasil, heim? Melhor nem perguntar pq, de fato, não seria!!!! kkkk Bjão e saudades de ti.
ResponderExcluirNa América Latina já podemos ver diferença entre a cultura hispânica e a lusa. Mas na Inglaterra o costume é que as leis sejam da tradição oral. O que se escreve é o essencial, enquanto nós escrevemos tudo nos seus mínimos detalhes... para não cumprir.
ResponderExcluirQuanto a "valer a palavra" ou "não valer", temos que usar o ponto de vista latino-americano, pois se usarmos o europeu diríamos que nossa palavra simplesmente não tem valor.
O que é que nossa palavra significa? Ela vale, sim, pelas intenções de quem fala, no sentido literal (Promessa de pagamento equivale a desejo de pagamento).
O problema é que a expressão "pretendo pagar" não se cumpre, ou seja, não passa à ação realizadora. É nisso que precisamos aprender a melhorar.