quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Os Folclóricos

Daniil Kirillov 123RF


Uma rádio gaúcha lançou uma enquete para seus ouvintes: votar em candidatos folclóricos seria um ato de protesto ou um ato irresponsável? Comecei a pensar com meus botões.

Está certo que temos um número significativo de candidatos a deputados estadual e federal, senadores, governadores e presidentes que não são de levar a sério, mas aquele candidato que aparece de forma burlesca igualmente não deveria ser levado a sério.

Compreendo nossa necessidade de vingança, ao votarmos em pessoas que assumem a palhaçada, ao invés de ficarem escondendo seus narizes vermelhos nos bolsos do paletós, porém cabe a pergunta: quais condições um candidato folclórico tem de realizar as tarefas inerentes ao cargo almejado?

Política não é para qualquer um. A ideia de democracia, governo pelas mãos do povo é mera metáfora. Política é carreira profissional, é necessário compreender os meandros do poder, saber percorrê-los sem se corromper. Cá para nós, deve ser um desafio e tanto, afinal são muitos os parlamentares e governantes que usam mal a posição que ocupam.

Corrupção, tráfico de influências, mentiras, dossiês, invasão de dados pessoais, enfim são variados os meios sujos, típicos de crime organizado que vemos estampados na mídia, presentes na política brasileira.

Além disso, política exige jogo de cintura, isto é, diplomacia. Não se governa responsavelmente um país com ideias fixas e inflexíveis. Ao mesmo tempo em que conciliações são úteis, a manutenção da ética também é importante.

Não julgo os candidatos folclóricos apenas pelo mau gosto ou pela “graça” nos habituais quinze segundos de fala, mas me pergunto como este sujeito irá se comportar a partir do dia de sua posse, quando a seriedade é fundamental.

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