Ionut Dan Popescu 123RF
Está na mídia uma campanha do Conselho Nacional de Justiça chamada “Começar de novo”. Tal projeto visa sensibilizar os órgãos públicos e a sociedade civil para sustentar um programa que visa oferecer propostas de trabalho e cursos de capacitação às pessoas que cumpriram pena judiciária. Além disso, há a busca da diminuição da reincidência criminal.
Assunto complicadíssimo, porque acredito que todos desejamos que o sistema penitenciário não se resuma a um depósito de pessoas não gratas à sociedade, mas sim que seja um período de punição e de chance para se poder sair da criminalidade. Que a sentença seja o fim da vida bandida e não um tempo de espera para o recomeço de outras atividades ilegais.
Muitos que ocupam as vagas mais que lotadas dos nossos presídios possuem poucas chances de se livrar do ciclo crime-prisão-crime, por questões individuais e sociais. Todavia, uma parcela deste público tem a capacidade de alterar seu destino estigmatizado ao ter algemas em seus pulsos.
É a todos esses que têm vontade de se sentirem ressocializados, que a campanha se destina. Para os que continuam a se sentir completamente ignorados e não vêem vantagem em uma tentativa de entrar “na linha”, esta campanha não alcança.
Pensando agora nas instituições públicas e em nós, a sociedade, várias questões se colocam: como é possível acreditar que aquela pessoa condenada, que cumpriu sua pena, não cometerá outro crime? Como é possível diminuir o estigma do ex-presidiário? Como podemos vê-los como pessoas que erraram e pagaram por seu erro e que, portanto, merecem uma segunda chance?
Não estou por dentro dos detalhes de tal campanha, porém acredito na sua importância. O sistema penitenciário brasileiro exige medidas urgentes de mudança. Todos sabemos disso, mas fingimos que não é conosco, como se aqueles que lá estão fossem muito diferentes de nós.
Podemos nunca ter cometido delitos, mas já erramos e muitas vezes foram nos dadas segundas chances. Por que não também eles terem as suas?
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