quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Dúvida


Olga Druzdova 123RF

O filme “Dúvida”, de direção de John Patrick Shanley, com os excelentes Philip Seymour Hoffman e Meryl Streep, além de um elenco igualmente talentoso, como Viola Davis, é um drama que nos faz pensar a respeito da questão “dúvida”.

Duvidar, como se sabe, significa não ter certeza sobre algo ou alguém. Pequenas dúvidas podem acontecer todos os dias, já as grandes não são tão corriqueiras. O fato é que desconfiar de algo ou de alguém e, ao mesmo tempo, ser alvo de desconfiança são situações por demais aflitivas, ainda mais se o motivo de suspeita for inteiramente falso.

Duvidar é lançar um ponto de interrogação no outro. Dependendo da força de sua dúvida, nada que o “duvidoso” disser será suficiente para espantar a suspeita. A dúvida não é algo que sai de cena sem deixar rastros. E isto pode ser um problema. Afinal, e se ela não tiver fundamento? E se for apenas resultado de um mal-entendido ou de uma fantasia?

Se a dúvida vai de encontro com o “culpado”, ela é bem-sucedida. Coloca-o contra a parede e pode conseguir uma confissão ou um afastamento e, assim, neste contexto, a dúvida teria feito sua parte.

O problema é que a dúvida é, claro, uma incerteza. Então não há dúvida sem dilema, sem questionamentos e sem receitas matemáticas para encontrar “a verdade”. Esta última, se existe, nem sempre será encontrada.

Duvidar é um verbo que se conjuga com perguntar. Também pode ser conjugado com o verbo acreditar, assim como com o mentir. O bom senso é o principal conselheiro antes de colocar a dúvida na roda. O principal para quem duvida não deve ser, a todo custo, provar que está certo. Mas sim buscar fatos, provas que deem um veredito sobre seus sentimentos.

De nada adiantam suposições para apontar o dedo para alguém. É preciso ir além, encontrar razões que justifiquem uma acusação. Do contrário, seria leviandade, estupidez ou vingança.

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