quarta-feira, 4 de novembro de 2009

"Há tanto tempo que te amo”



Assisti um filme, em DVD, chamado “Il y a longtemps que je t’aime” (Há tanto tempo que te amo). A direção é de Philippe Claudel, as atrizes principais são Kristin Scott Thomas e Elsa Zylbertstein. Todos magníficos em seus desempenhos.

Gostar ou não de um filme depende de vários aspectos: o estilo do mesmo, o momento que estamos vivendo, o contexto em que estamos vendo o filme, como acordamos etc. Há filmes que da primeira vez que vi não gostei e da segunda adorei, e vice-versa. Os filmes não mudam, somos nós quem mudamos.

Então, sugiro tal título com muita delicadeza, até mesmo para não se chegar frente a ele com tantas expectativas. Lembrem que a imaginação é quase sempre maior que a realidade.

O filme conta a história de duas irmãs que se unem após anos de separação. O pano de fundo, ou melhor, o que está entre todos os personagens é a seguinte questão: como é possível lidarmos com um passado tão terrível?

Além disso, outras perguntas surgem com o filme. Assim, como se faz para lidar com as dores e as culpas que podem contaminar nossas ações de uma hora para outra? Como sou vista e como me vejo sendo detentora de tal destino? Quais são os dispositivos que possuo que podem colaborar para retomar a minha vida? Quais são as pessoas que conseguem confiar em mim com o passado que tenho? Como sobrevivo frente aos julgamentos alheios?

Enfim, o filme não se preocupa em ter todas as respostas pedagogicamente e é essa, na minha opinião, a grande sacada dele. Ele simplesmente acontece frente ao expectador.

O filme é super bem costurado, os personagens são bem construídos, as interpretações espetaculares. Sem dúvida, você pode se sentir, como eu, testemunha de algo grande acontecendo a sua frente.

Algo bonito e doloroso, como a vida é.


Com propriedade de crítica de cinema que é, Isabela Boscov fala do filme, no endereço http://www.youtube.com/watch?v=pqofV3NMhGk.

4 comentários:

  1. .Só o tempo te daráa serenidade de ficar de perna pro ar, sem sentimento de culpa.Também só o tempo vai de trazr sereniade pra curtir os momentoscom pessoas, que o hoje achas qude não tem nada a ver.

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  2. Querida...nesse sábado chuvoso de Porto Alegre, aceitei a tua dica e vi o filme. Achei muito bom...e acho q com toda sutileza ele responde automaticamente a todas as perguntas que colocaste, exatamente como definiu!! Gostei muito... Semana q vem vou na Feira do Livro e vou dar uma ohadinha nas tuas sugestões tbem!! Saudades de ti! Bjo grande

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  3. Li querida,
    Ontem assiti o filme. Lindo. A vida acontecendo, sem "fru fru". A relação das irmãs... as sutilezas dos diálogos, dos gestos, e bem como disseste, um filme muito bem costurado.
    E o ponto alto do filme? Qual foi pra ti? Pra mim foi quando elas tocam aquela música L-I-N-D-A no piano.. lembra dessa música? Ela me emociona desde a primeira vez que ouvi, que foi naquele outro filme, "Despertar de uma paixão", lembra? Com o Edward Norton e Naomi Watts. Ainda vou aprender francês só pra cantar essa música. Para mim, assistir esse filme foi uma experiência intensa... e vá terapia pra entender!! rsrsrs
    Beijão amiga. E obrigada pela dica!

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  4. Carol, não saberia dizer "o" ponto alto do filme, mas concordo contigo que o piano, foi um deles sim! É um filme com muita sensibilidade, né? A música é linda mesmo, mas nem precisa aprender francês, é só ter a letra na mão e ouvir a música! Depois tu canta pra eu ouvir, combinado? hehehe Lógico que a minha memória não lembrava que também estava no filme "Despertar de uma paixão"! hehehe
    Um beijo!

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