Ionut Dan Popescu 123RF
Hoje em dia é quase impossível você ficar sem fazer nada de produtivo sem culpa. É um desafio da contemporaneidade essa capacidade. Você tem uma tarde livre no dia da semana, coisa raríssima. Você bem que poderia ir para casa curtir uma pipoca assistindo a sessão da tarde. Você conseguiria?
Talvez sim, mas em alguns momentos poderiam surgir pensamentos do tipo “bem que podia estar arrumando os armários”, “eu poderia ter ido dar jeito naquilo que está atrasado”. Enfim, você poderia ter feito algo mais “útil”.
Essa síndrome utilitarista que nos ronda, a ideia que a gente tem que estar fazendo coisas úteis sempre que possível acaba nos escravizando.
Uma amiga recentemente comentou comigo um texto da Lya Luft, que não li, sobre o “ter que”. Isso de nos exigirmos estar no padrão colocado (ideal, claro) de sermos super: super mulher, super profissional, super mãe, super amiga, super viajada, super bonita etc.
Não tem jeito, há coisas que temos que fazer e pronto como, por exemplo, levantar cedo e sair para trabalhar em um dia de temporal. Todavia há coisas que elegemos como “ter que” que podem ou devem ser substituídas por querer fazer.
Penso que é um exercício diário se livrar das algemas que nós mesmos nos colocamos. Mas se fomos nós que as colocamos, quem melhor para tirá-las?
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