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Estou acompanhando muitas notícias relativas ao caso da estudante de Turismo da Universidade Bandeirante (Uniban). Talvez muitos de vocês também. Cheguei a ver um vídeo no youtube sobre a noite do dia 22 de outubro.
Fiquei boquiaberta com tudo isso que ocorreu. Não interessa, em minha opinião, se a roupa dela estava muito curta ou não, se era apropriada ou não. Não interessa se ela provocou aquele alvoroço, como querem sugerir muitos, inclusive os representantes desta universidade de São Bernardo.
Lembrei de um antigo filme que vi ainda criança, “Acusados”, com a Jodie Foster ainda bem jovem. Ela, uma garçonete, é estuprada por vários homens no bar em que trabalhava. O fato de ela usar saia teria servido, como um dos elementos, para a defesa dos acusados, como se ela estivesse “pedindo” o estupro.
O que é que há? É o retorno da caça às bruxas? Este ato foi um dos maiores que testemunhei, mesmo à distância, de machismo e de preconceito contra as mulheres. Mesmo sabendo dos machismos e dos preconceitos escondidos em nosso país, fiquei boquiaberta com esse acontecimento. Como é possível em 2009, que jovens universitários se comportassem daquela maneira? Será que aqueles não eram viajantes numa máquina do tempo e vieram da Idade Média diretamente para o século XXI?
Essa explicação ao invés de me chocar iria me acalmar. Preferiria saber da eficiência de uma máquina do tempo a acreditar que as pessoas se comportam dessa maneira primitiva nos dias de hoje.
Culpar a vítima não é em nada original. E a mulher, por séculos foi, e parece que ainda é, responsável pelos atos contra ela própria. Este “ser misterioso” que provoca reações contra suas “ações demoníacas”. Insisto: essas palavras não soam como medievais?
Não apenas os estudantes participaram do ato, também as estudantes! Nunca foram somente os homens, os possuidores de discriminação ao feminino, também muitas mulheres se inferiorizam e se menosprezam.
Além disso, o fato foi tratado de maneira ridícula e vergonhosa por parte da Uniban. Vários grupos sociais estão apoiando a estudante agora, o MEC questionou a expulsão da universitária, acarretando na revogação da mesma. Parece que, recentemente, o MEC arquivou o pedido de maiores informações a respeito do caso à Uniban.
O Ministério Público está agindo e, quem sabe, consiga fazer justiça não apenas para a universitária, mas para o que ela está representando neste contexto: todas as lutas dos movimentos feministas que nos concederam direitos, antes negados às mulheres.
Se algo precisa ir para a fogueira, que sejam o preconceito e a discriminação contra as mulheres.
Não tinha lido o blog de ontem.Sobre a universitária,a polêmica está criada.Infelizmente vivemos num machista.O homem tudopode, já amulher, a coisa fica muito defícil.Somoscobrads por todos os nossos atos, a maneira que nos vestimos, o modo como falamos,etc.Enfim o mundo é dos homens.
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