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Soube que o filme “I love you Phillip Morris”, exibido na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, atraiu centenas de espectadores, sendo que muitos deles ficaram frustrados pela cena do beijo entre os personagens, interpretados pelos atores Jim Carrey e Rodrigo Santoro, ter sido cortada (mas não por censura!).
Os diretores Glenn Ficarra e John Requa explicaram que o “beijo” estará nos extras do DVD. O filme entra em circuito comercial em fevereiro de 2010. Além dos dois atores citados, há também Ewan McGregor, que interpreta Phillip Morris.
É curioso que no Brasil do século XXI um beijo entre dois conhecidos atores, do mesmo gênero, cause um interesse quase juvenil por parte da plateia. Claro que se acrescenta aí o fato de Santoro ser um dos galãs do nosso país. Mesmo que este não seja o seu primeiro papel longe do arquétipo de mocinho, houve, por exemplo, a “Lady Di”, do filme “Carandiru”, só para fica na temática da sexualidade.
Raramente são atribuídos elementos afeminados a papeis de atores que vestem o personagem de galã. Afinal, este abarca o imaginário do homem forte, vigoroso, às vezes apaixonado ou distante da mulher amada.
O interessante disso é que vários atores que fazem tais personagens são homossexuais na “vida real”. Como eles são, comumente, confundidos como aparecem na tela, continuam a ser vistos como seus personagens e para manter a “imagem”, muitos guardam seu “segredo”.
A partir do final da década de 1940, o ator Rock Hudson fez muito sucesso pelas dezenas de filmes de valentões em faroestes, dramas e comédias, assim como por sua beleza. Dizem que em função dos rumores de que o ator gostava de homens, em Hollywood, seu agente o aconselhou a se casar com sua secretária. O casamento durou três anos. Ao assumir ser doente de AIDS, na década de 1980, veio à tona sua homossexualidade, visto que nesta época se pensava que tal síndrome era estreitamente ligada à comunidade gay.
Apesar de hoje ainda testemunharmos a homofobia em vários segmentos sociais, o cinema apresentar dois famosos e bem conceituados atores, cada um em seu território, se beijando na boca pode ser encarado como um avanço. Já Hudson enfrentou uma sociedade muito mais fechada para tais possibilidades.
Já li a respeito desse beijo.Acho que é muita hipocresia nossa tentaresconder o que está se passando a nossa volta.Acho que todos tem o direito de escolher nossa opção se xual.
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