quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Mudanças Constantes


Cristina Cazan 123RF


Gosto muito da frase “Eu não sou sempre da minha opinião”, de autoria do escritor francês Paul Valéry, porque ela abre uma brecha para sermos incoerentes. Incoerência não no sentido de uma esquizofrenia, mas no sentido de mudança.

Quantas vezes nos deparamos, ao longo da vida, com incongruências criadas por nós mesmos? Por exemplo, afirmamos ódio ao samba e cinco anos depois caímos na folia. Nossas palavras não podem servir de algemas. Temos o direito à inconstância. Usufruir nossa liberdade de mudar.

Ser da direita e admirar nomes da esquerda. Dizer uma coisa hoje e falar outra completamente diferente daqui dois anos. Como disse, não é um caos ambulante, porém como dizia Raul, uma metamorfose ambulante.

Precisamos renunciar às certezas absolutas, porque estas restringem nossa visão e nossa atuação na vida. Mente aberta requer a capacidade de lidarmos com as nossas pequenas e grandes transformações.

Não deixo de ser quem sou pelas mudanças de ideias. Ao contrário, são estas mudanças que confirmam que estou viva e não apenas reproduzindo uma criação de meus pais. Se voltar contra o antigo “eu” é uma maneira de renovar o espírito e a forma de viver.

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