Tetyana Kulikova 123RF
Você lembra a expectativa, quando éramos adolescentes, que existia assim que o verão chegava? De férias, era possível fazer programas divertidos com as amigas diariamente. Sair com a hora mais espichada para voltar para casa.
Tomar banho de piscina, assistir filmes, pedalar, ficar de papo na frente da casa, principalmente se você morava em uma cidade menor, eram programas que marcavam a época. A noite ficava mais cheia, portanto, mais animada e com maior possibilidade de acontecer coisas que rendiam histórias no dia seguinte.
Sem dúvidas, como adolescentes que éramos, tudo tinha outra cor. A cor da descoberta, de não ter ainda uma identidade e objetivos tão definidos. Pensava-se exatamente na canastra que participava na mesa de jogo entre amigos e não na situação do mercado de trabalho.
Lógico que havia problemas, na adolescência quase tudo é problematizado e dramatizado, fundamentalmente as questões afetivas. O fim de um namorico, por exemplo, é visto como o fim de uma era, a mancada de uma amiga, como uma traição fatal. Nessa fase, as medidas são desequilibradas, se anda na corda bamba quase todo o tempo. Incrível é que sobrevivemos a isso.
Isso me veio à cabeça quando ouvi no rádio uma propaganda do verão. Lá dizia que este poderia ser “o verão da sua vida” e percebi o quanto essa ideia já passou. Ela não resiste para quem está mais para “tia” do que para “teen”. Quando bem jovenzinhos, se pensava o quanto aquele verão seria especial e mais ainda, quando março chegasse, lembrar o quão foram legais as experiências dos dias quentes.
As risadas entre as amigas, as músicas que marcaram, as histórias, as amorosas principalmente, que assinalaram esses meses. Enfim, se tinha uma visão mais romanceada e idealizada dos meses entre dezembro e fevereiro.
Hoje, para quem não tem mais seus dezesseis anos, o verão é outra coisa. Mesmo que se trabalhe, se consegue um tempo para descansar, recarregar as baterias para o ano que extraoficialmente começa em março. E, é claro, como eu não poderia deixar de dizer, é um período propício para exercitarmos nossas paciência e tolerância com esse calor senegalês.
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