sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Procura-se o campo na cidade


Tetyana Kulikova 123RF

Em Tramandaí, uma nova realização imobiliária construirá em sua área de lazer uma minifazenda. A ideia é proporcionar às crianças urbanas um contato com o ambiente rural. Ao ler esta notícia no Zero Hora, lembrei imediatamente de um momento na vida da minha sobrinha.

Ela mora em um apartamento em Pelotas. Até já fez passeios escolares a um sítio, mas não tem contato diário com esse meio. E sabem como é a memória infantil, esquece logo.

Eis que um dia, ela estava em um lugar que havia galinhas. Ok, galinhas são inofensivas, certo? Elas ficam na sua de catar comida, cuidar dos pintinhos, passear com o galo e outras ocupações que uma galinha pode ter.

Minha sobrinha ficou com medo. Escondeu-se atrás da mãe, fugiu, enfim, viu a galinha como se víssemos dinossauros. Claro que foi uma cena engraçada, apesar do sentimento de medo por ela sentido. Faz pensar o quanto nossas crianças, tão inseridas em caixas onde vivem – os apartamentos, perdem a ligação com a natureza.

Aprendem na escola muito sobre ela. A pequena da minha família dá lições constantes sobre o que a ensinaram a respeito do nosso planeta, mas a prática não ocorre pela dificuldade de unir cenários rurais aos da cidade.

Apesar de ter crescido em lugar urbano, havia um galinheiro em meu pátio de criança que, em alguns momentos, continha as aves. Frequentar fazendas era um hábito em minha época infantil e adolescente. Por isso me chama a atenção esta tendência das crianças estarem mais afastadas de animais que não sejam cães, gatos, peixes e pássaros.

Percebo esta característica atual como uma relativa perda, que pode ser diminuída se propiciarmos aos nossos pequenos, atividades que os façam estar mais pertos da origem humana.

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