sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Adulto-Criança


Daniil Kirillov 123RF

Escrevi ontem sobre as crianças estarem mais próximas dos adultos. Escrevo hoje o inverso. Quando nós, “gente grande”, ficamos mais parecidos com os pequenos. Certamente você já viu isso na rua.

Gente usando acessórios infantis, de presilhas na cabeça, até bolsas com glitter. São pessoas que curtem o infantil e mesmo muito acima da faixa etária “apropriada” se sentem felizes em meio a bonequinhos e ursinhos.

Nada contra a liberdade de cada um em se vestir e comprar o que quiser! Minha ideia aqui não é fazer campanha contra, imagina! Uma das coisas que adorei ao morar na Inglaterra foi a política liberal, isto é, aquela que realmente aceita que cada pessoa seja como deseja efetivamente ser.

Constatar e comentar, isso sim que faço aqui. Não há como não perceber o mundo infantil tomando conta do adulto. Penso no quanto as crianças podem perder quanto ao exemplo de como se é adulto. Sim, já imaginei, catastroficamente, um mundo de adultos infantis. Todo mundo assim! Sei, delírio, foi apenas um segundo, passou!

É tão importante a criança possuir um adulto legal por perto, que brinque com ela e entre em seu mundo, mas que saia dele! Da mesma maneira, é importante que essa mesma criança perceba que há mundo adulto, mesmo que, para ela, seja ininteligível. Perceber que há assuntos distantes de fadinhas, de ursinhos e de princesas.

Ainda mais: que há roupas e acessórios que não são como os dela, só que em tamanho maior. São de outro tipo. É preciso apresentar a existência da idade adulta, não como se essa fosse melhor ou pior, mas como uma fase da vida. Aliás, a fase mais longa da nossa vida!

Respeito quem tenha um especial apreço pela infância, mas tenha cuidado. Nem tudo que fazemos com frufru pode ser inocente.

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