domingo, 6 de dezembro de 2009

Don’t Go Alone!




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Não sei qual é a relação que você tem com o sentir medo no cinema. Desde criança sempre gostei dessa sensação. Quando cresci deixei de ver filmes de terror com monstros ou coisas do tipo e passei a dar maior atenção a filmes de suspense ou aqueles de terror sem zumbis ou seres sanguinários e fantásticos.

Ainda na Inglaterra, após assistir ao comentário de Isabela Boscov, da Veja, sobre o filme “Atividade Paranormal” fui ao cinema conferir a produção. O cinema cheio e com risos nervosos durante a transmissão faz com que a esfera seja menos horripilante que em casa, provavelmente.

Penso que estar com várias pessoas vivendo sensações semelhantes faz com que a gente se sinta mais segura e confortável. Mesmo assim, o filme assusta um pouco. Não conto muito, porque pode perder a graça. Adianto só um pouco do roteiro, isso se você ainda não o leu ou ainda não assistiu o filme.

Se trata de um casal que mora numa bonita casa e começa a ouvir barulhos estranhos que soam como algo paranormal. Por isso, resolvem filmar tudo que lhes acontece em várias semanas e é isso que vemos.

Como se fosse algum vídeo emprestado por um amigo, para contar fatos estranhos que lhe aconteceu. O filme, tal como fala Isabela, constrói paulatinamente o clima de tensão. Não é o melhor filme do ano, e nunca pretendeu ser, mas acho que para quem gosta do gênero, vale a pena.

Sentir medo no cinema é, em minha opinião, uma forma de catalisar o medo que sentimos de coisas da vida. Afinal, somos adultos, mas como crianças que fomos, temos nossos medos. Não mais de um bicho papão ou de um monstro embaixo da cama.

Depois que crescemos o medo muda de figura, mas ainda são medos. Muitos deles são frutos de fantasias ou imaginações pessimistas. Sentir medo em frente a uma tela pode produzir uma projeção dos temores que temos no cotidiano para a história do filme. Assim, ficamos com medo de fantasmas, de serial killers etc.

Não tenho certeza se essa teoria faz sentido, mas penso que sim. Da mesma forma que rir com filme, você pode sair do cinema ainda tensa, para depois vir uma certa leveza por ter exteriorizados pequenos pavores que podemos ter cultivado.

O comentário de Isabela Boscov está aqui: http://veja.abril.com.br/blog/isabela-boscov/

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