quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Criança-Adulto


Tetyana Kulikova 123RF

Você conhece a Suri Cruise? É a filha de quase quatro anos dos atores Tom Cruise e Kate Holmes. Soube, com atraso, que ela foi eleita pela revista “Forbes”, em 2008, como a criança mais influente do mundo. Atualmente, seu estilo para se vestir é o que mais gera assunto. Inclusive houve polêmica sobre os sapatos por ela usados com saltinho. Não entrarei nesta questão.

Poderíamos debater vários elementos sobre a Suri, mas aqui foco no mercado infantil. Quando eu era criança, por exemplo, não havia muito que se escolher. Havia obviamente o senso estético, mas não para tudo. O senso prático tinha bastante força, sem que ele tivesse necessariamente relação com o outro senso, o estético.

Hoje em dia, há mamadeiras lindas, bicos de tudo que é tipo, xampu, escovas de dente de diversos formatos. Vivíamos uma infância com coisas mais simples, sem tantos enfeites, sem tantas opções.

Os desenhos animados, muitos lindos e educativos, como os da Discovery Kids, ganham espaço nas lojas de brinquedos e acessórios infantis. As roupas para crianças têm grife, que mesmo que a gente possa ignorar, elas existem, são caras e vendem!

Fiquei boquiaberta de encantamento, primeiramente, claro, quando vi modelos de roupas de estilistas conhecidos como Marc Jacobs, Dior, D&G etc. para crianças, inclusive, bebês. Muitas que vi são lindíssimas e dá vontade de comprar só para apreciar, não fossem os preços...

Em um segundo momento, fiquei pasma ao constatar o quanto a infância mudou com o passar dos tempos. Em séculos passados, as crianças pouco conviviam com seus pais, comiam em mesas ou horas separadas, não eram vistas como merecedoras de um tratamento especial, pelo contrário. Uma tristeza.

Hoje, elas participam mais da família, o que possibilita uma proximidade muito legal entre pais e filhos. Da mesma forma, são tratadas como pequenos adultos, com um mundo, leia-se, mercado, inteiro para suas “necessidades”. Têm suas vontades, o que de vez em quando gera certa confusão, como se a mãe tivesse de falar “de igual para igual” com seu filho de dois anos. Para superar a repressão de outras décadas, tomada por frieza e distância, os pais atuais ficam perto, mas nem sempre sabem o quão perto é bom, o quão perto pode prejudicar o desempenho de seus papeis de pais.

Não é fácil educar, é uma aprendizagem diária. Acho uma gracinha garotinhas como a Suri, mas fico um pouco assustada com a ideia das crianças estarem mais parecidas conosco. Criança é criança, adulto é adulto. Penso que assim tem mais graça.

Um comentário:

  1. Não pense que deixei de ler os teus blogs.Só que já não tenho inspiração para comentar.Porque todos sãomaravilhosos.Bjs

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