domingo, 13 de dezembro de 2009

Quando o corpo canta


Ionut Dan Popescu 123RF

Quando escrevi sobre o corpo que grita, ao terminar o texto pensei: “e quando o corpo canta?”, porque ele canta. O corpo canta quando estamos felizes, quando conquistamos algo que almejamos ou quando uma surpresa boa cai em nosso colo.

Nosso corpo cantarola quando estamos em dia com a vida. Quando o saldo está positivo. Ok, sabemos que a vida não é festa o tempo inteiro, mas isso não significa que seja espinhosa sempre. Ela é uma coisa e outra, é triste e alegre ao mesmo tempo.

O corpo canta quando percebemos que mesmo com tantas dificuldades que possamos encarar no caminho, podemos nos contentar com tantas coisas que nos acontecem diariamente.

Uma boa comida, um bom livro, um bom programa de televisão, uma boa reportagem na revista, um bom papo, risadas, um encontro, um sorriso. Enfim, são tantas as coisas que podem nos fazer cantar.

Claro que se canta, frequentemente, quando nossa percepção e nossa criatividade estão atualizadas. O que se vê hoje em dia é muito tédio. Correrias de carro, bebedeiras, enfim, comportamentos de risco para tentar provar para si que sim, se está vivo!

Esses corpos de risco não cantam, eles gemem. Corpos que cantam são aqueles que podem até vacilar de vez em quando, mas estão atentos à vida. Estão ligados ao que nos prende e ao que nos faz correr.

O corpo sabe muito acerca dos acontecimentos. Ele percebe suas vulnerabilidades, mas não se entrega, canta. Canta, porque nota que estar vivo é a possibilidade maior de se fazer, se querer, ser o que bem for possível. Canta, porque percebe que a vida é para ser vivida e não temida.

O corpo canta quando brinda, comemora e gargalha, deixando transbordar o contentamento.

Um comentário:

  1. Nâo imagina como ler teu blog me faz bem.Quero que continue assim.Que teus textos sejam usados para tua vida.Eles são instrumentos para ti e para outras pessoas.Parabens.Bjs

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