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Homem-cachorro (HC) poderia ser um interessante alvo de estudo. Você conhece vários, certamente, e quem sabe, até já se envolveu com um. Seja um amigo, um ex ou um conhecido, o homem-cachorro chama a atenção. Talvez suas cantadas sejam cafonas, sua aparência também e seus objetivos na vida podem ser tão superficiais quanto um rio em época de estiagem, mas parte da mulherada pode ver flores onde só há terra árida.
Não tenho dúvidas que há explicações e interpretações interessantes e com nexo para as mulheres escolherem estes homens. Como aqui não é divã, fico limitada a pensar no geral. Assim, imagino que muitas das pessoas que se interessam por HC são aquelas que dão mais crédito às suas percepções, muitas vezes distorcidas, do que ver a realidade.
Quer dizer, preferem ver o que querem ver. Seu desejo de amar é maior do que o seu desejo de discernir entre o real e a fantasia. Não falo aqui, obviamente, de muitos casos em que houve um engano mesmo, sei lá, o cara tão “psicopata” que seduziu direitinho. Falo daquela situação em que seria muito, mas muito possível de perceber a cafajestagem, se a mulher em questão não estivesse tão apaixonada ou a fim de estar com um parceiro.
Creio que tais homens tenham seu “sucesso” pela propaganda que fazem. Sua lábia em se vender é tão potente que acaba por fascinar, muito mais pela construção teórica que ele mesmo faz, do que o cotidiano, que pode ser tomado de desconfiança e ciúme da mulher, em meio aos “furos” do parceiro. Ela, sem perceber o marketing, atribui às “outras” a malignidade.
Quase todo mundo tem alguém de seu passado que se encaixa na lista, faz parte. Se olharmos para trás, veremos que caímos na conversa do HC, porque estávamos tão apaixonadas pelo amor que não vimos quem estava ao nosso lado.
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