sábado, 12 de dezembro de 2009

Quando o corpo grita


Tetyana Kulikova 123RF

Estou no Brasil há vários dias. Mesmo cansada das tantas horas de viagem, cheguei bem. Eis que dois dias depois, passei mal, não entrarei em detalhes, por questão de “bom gosto”. Passei por um mal-estar estomacal muito enjoado, literalmente enjoado.

Imagino que possa ter sido uma virose ou simplesmente uma reação após tanta função que um retorno de viagem exige. O corpo falou. Ele também fala, não é mesmo?

Nosso corpo é muito independente. Iludimos-nos acreditando que temos controle sobre ele, que nossas funções cerebrais e afetivas são capazes de grandes coisas. São, mas muitas coisas fogem do nosso desejo.

Mesmo que se saiba de antemão o que se vai passar, não indica sucesso de passagem sem efeitos colaterais. Algumas vezes dá certo, em outras, nossa cabeça ciente é mero detalhe.

O corpo, nesse momento, não somente fala, ele grita. Ele grita, por quê? Porque o que se enfrenta é por demais aflitivo, ou seja lá o que for, porque fantasias, medos, ansiedades, preocupações e os próprios problemas concretos são demasiado pesados para se suportar.

O corpo pode gritar quando nossa elaboração mental falha em lidar com questões diversas, como avaliações, entrevistas de emprego, viagens, assuntos afetivos, enfim várias demandas que nos exigem uma força de vez em quando maior do que a que podemos oferecer.

Quando o corpo para de gritar a gente volta ao equilíbrio de antes e tudo não deixa de ser uma recordação de maus dias, uma forma de aprender mais sobre as experiências que passamos e mais uma história para nossa bagagem de sobrevivente.

Um comentário:

  1. Adorei.Isso faz me lembrar o que meu corpo falou naquele dia, após teu casamento.E comoele fala até hoje estou com as conseguências.Bjs.

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